Na solidão de um manicômio em Milão, por volta de 1940, a Tia Sandra não parava de pensar em sua sobrinha Lanie, que havia ido morar no Brasil em 1935. Tia Sandra não era bem vista pelo resto de sua família, por conta de sua loucura: ela tinha mente de criança e carregava sempre consigo uma boneca de pano. Em 1940, Tia Sandra já tinha 49 anos mas seguia agindo como criança.
Ela recebia muitos cuidados médicos, pois Tia Sandra chegou até mesmo a morar nas ruas de Verona entre 1935 e 1937, ou seja, por dois anos. Ela tinha a imunidade baixa e chegou a pegar gripe algumas vezes.
Durante uma visita de um médico, Tia Sandra dizia:
- Eu quero ver minha sobrinha Lanie...
- Ela está lá no Brasil, em um estado chamado Pernambuco...
- Mas eu queria ver ela... será que eu não posso ir andando até lá?
O médico disse:
- Impossível, o Brasil fica do outro lado de um grande oceano.
Tia Sandra chorava feito criança, Ela estava com uma camisa de força, descalça e com sua boneca de pano do lado. Ela dizia:
- Eu quero ver Lanie.
- Vai chegar um dia, a senhora verá ela de novo...
O médico precisou aplicar uma injeção em Tia Sandra para acalmá-la. Embora ela não oferecesse perigo para outras pessoas, a camisa-de-força era necessária às vezes porque ela quebrava objetos quando ficava brava.
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