Num dia de sábado, um grande calor em Lagoa da Italianinha, e Valdenes passava pela praça 27 de Dezembro. Nesse dia, ele estava de folga do seu trabalho no escritório da juíza Suely, mas não aparecera na escola de música de Eraldo.
Valdenes, que estava de camisa manga longa verde social, calça jeans e descalço, sentiu muito calor, e não deu outra: aproveitando que não tinha policiais ali, ele entrou na fonte da praça, de roupa, e ficou ali se divertindo. Alguns riam dele. Valdenes dizia:
- Tão olhando o que? Vão procurar o que fazer, cambada de desocupados!
Valdenes jogou água nas pessoas que ali estavam. A Eliane Josefa, que gosta de pedir esmolas, estava ali, passando por ele, e disse:
- Tais com saudade de quando tu era mendigo, maluco?
- Isso te interessa? - disse Valdenes.
Pouco depois, na escola de música de Eraldo, ele dizia:
- Valdenes nem apareceu hoje aqui.
- Ele deve estar descansando hoje - disse Judilane.
Jaíne, a irmã de Judilane, apareceu e disse:
- Valdenes tá tomando banho no chafariz da praça, de roupa e tudo, o maluco.
- Eita, bateu uma lembrança de quando ele morava nas ruas.
Valdenes apareceu pouco depois ali, e disse:
- Só vim lhe cumprimentar, Eraldo, nem vou entrar, porque estou molhado, minha roupa tá molhada, tô aqui ensopado.
- Sei, entendo...
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