domingo, 30 de junho de 2024

Deza e seus mistérios

 

Perambulando pelas ruas de Lagoa da Italianinha,  a mendiga Deza caminhava observando as pessoas. Havia passado a noite no Pátio Verona, onde dormiu depois de presenciar uma festa. Enquanto isso, a vida de Deza segue cercada de mistérios. 

Um deles é a idade dela, pois conta-se que em 1987, ela já morava nas ruas de Lagoa da Italianinha e era adulta. Deza era na época a única moradora de rua da cidade. 

Deza se sentou em alguns bancos, mas algumas pessoas, não suportando o cheiro dela, se afastaram dela. Deza dizia:

- Se eu fosse podre de rica e tivesse cagando dinheiro, esse povo nem ligaria pro meu fedor...

Quando o sol esquentou mais, Deza foi se deitar em uma sombra, enquanto observava mais pessoas passando pelas ruas da cidade turística. 

Suely quer patrocinar uma quarta candidatura

 

Depois de retornar ao fórum como juíza, Suely queria se dedicar a sua outra paixão, a política. Suely, porém, não pretendia apoiar nenhuma das pré-candidaturas já estabelecidas. Ela rejeitava inclusive sua irmã, a prefeita Myllena. Discordou dela, por achar que ela pratica muito "nepotismo", ao colocar em sua chapa sua própria filha para ser sua vice. 

Já contra Mimi, Suely não aprova as ideias esquerdistas dela. Apesar de Suely já ter sido comunista no passado, ela hoje defende o conservadorismo com unhas e dentes. No passado, Suely já foi advogada dos sem-terra, quando Mimi era líder do movimento, mas hoje não defende mais o movimento. Além do mais, a presença do deputado estadual Moab, da deputada federal Sandra Valéria (que ela chama de "traidora") e do vereador Marco Aurélio, inclusive, preso recentemente a mando da juíza careca, a desagradam profundamente. 

Já em relação à Marlene, Suely desconfia que seja uma "candidatura laranja", além de ter forte antipatia por Danúzia, a candidata a vice de Marlene. 

A filha de Suely, Sara, a contragosto da mãe, saiu candidata a vereadora, apoiando Myllena. O fato é que apesar de serem irmãs, Myllena e Suely não se dão muito bem e têm gênios fortes. 

Neste final de semana, além de seu banho de piscina, Suely quer receber algumas lideranças na sua casa, onde pretende construir uma outra candidatura. Mas até agora não se sabe quem será a pessoa escolhida. 

Marlene provoca Quitéria



Paralela à sua pré-candidatura à prefeita, Marlene anda investindo no seu empreendimento em Lagoa da Italianinha. Alugou um grande galpão no Pátio Verona e contratou alguns homens para fazerem reforma no local para ali abrir uma lanchonete. 

Até aí, nenhum problema, a não ser por um detalhe: o referido espaço fica em frente à lanchonete da Quitéria, sua ex-patroa, e que atualmente tem como funcionárias Flaviana e Pri, duas ex-funcionárias de Marlene. 

Flaviana disse na lanchonete:

- Dona Quitéria, eu fiquei passada quando soube. A senhora tá sabendo quem alugou esse espaço aí na frente?

- Claro que sei! Foi a Marlene. Ela quer me prejudicar a todo custo!

Pri disse:

- Se essa mulher me chamar pra trabalhar com ela, eu nem vou. Ela não deixa eu ficar andando descalça! 

- Nunca pensei que ela faria isso. Ela já tem a lanchonete lá na rodoviária, e quer abrir uma outra logo na frente da minha! 

- Ela quer te prejudicar, isso, sim! - disse Flaviana. 

Marlene estava nessa hora se dirigindo ao local, e ao chegar no carro, ela provocou Quitéria:

- Tá gostando da minha nova lanchonete, patroa querida?

- Sua nojenta, eu deveria te dar uns tabefes! 

- Calma. Isso é só um comércio a mais. Dona Quitéria, a gente poderia conversa melhor, não acha?

- Não tenho nada pra conversa com uma serpente venenosa feito você. 

Nessa hora, apareceu Danúzia, que além de ser pré-candidata a vice de Marlene, estava ajudando-a no empreendimento. Quitéria riu e disse:

- É esse tipo de gente com quem tu anda? Essa orgulhosa que odeia pobre, essa ladrona?

- Vê lá como tu fala comigo, galega! Não é porque tu é neta de italiano que tenho medo de tu não! - disse Danúzia. 

Marlene disse:

- Prefiro mil vezes andar com ela do que andar com duas funcionárias bobocas feito essas, essa Flaviana fofoqueira e essa Pri pé no chão que não quer usar um chinelo sequer, parece uma maloqueira! 

Flaviana e Pri iam enfrentar Marlene, mas Quitéria as segurou, dizendo:

- Não vale a pena! 

Marlene e Danúzia entraram no espaço. Quitéria ficou tão desanimada que mandou fechar a lanchonete naquela tarde e liberou suas duas funcionárias. Para voltarem à noite. 

Gêmeas brigam no almoço

 

Durante a hora de almoço na casa delas, as gêmeas Wéllia e Malu acabaram tendo uma briga, algo que desgostou profundamente sua mãe Selma. Tudo começou por que Malu decidiu levar o noivo Vinícius, o que deixou Wéllia aborrecida. Wéllia ainda era perdidamente apaixonada pelo Vinícius, mas ele preferia a Malu. 

Antes disso, Malu tinha conversado com Alice, sua sobrinha, que disse:

- Tia, acho que não é boa ideia, mamãe vai ficar irritada. 

- Claro que não, já faz seis meses que somos noivos. Ela tem que aceitar, oras essa...

Mas o semblante de Wéllia ficou ruim quando viu Vinícius e Malu juntos. Wéllia disse para sua mãe Selma:

- Como a senhora pode deixar que sua filha faça isso, de colocar o homem que eu amo do lado dela e frente a frente comigo?

- Wéllia, ela é sua irmã!

- Não tenho essa miserável como minha irmã!

Malu disse:

- Wéllia, para com isso! Você tem que aceitar que eu e o Vinícius nos amamos!

- É verdade! Eu amo a Malu! - disse Vinícius. 

Wéllia saiu dali, nervosa, e Alice disse:

- Eu te avisei, tia...

Wéllia saiu de casa naquela noite, e bastante nervosa, ao chegar na praça 27 de Dezembro, entrou na água e nadou no chafariz. 

Jacilene no Rio de Janeiro

 

A francesa Jacilene, certo dia, foi ao Rio de Janeiro, depois de se destacar como violonista na cidade onde morava, Vila Rica. O ano era 1794. 

Jacilene havia sido rejeitada algumas vezes por apoiar a Inconfidência Mineira, bem como a Revolução Francesa, que ocorria em seu país. 

Entretanto, Jacilene se apresentou tocando violino para a alta sociedade carioca e encantou a todos os presentes. Foi inclusive nesse momento que ela conheceria seu futuro marido, que era natural da capitania de Pernambuco, para onde ela se mudaria. 


Kleyze na rodoviária

 

Num certo domingo, a hippie Kleyze decidiu sair da gruta onde mora para ir no centro de Lagoa da Italianinha. Ela chegou no Terminal Rodoviário e passou muito tempo ali. Ela chamava muita atenção das pessoas que por ali passavam. 

Kleyze nasceu e foi criada em meio rico, mas teve conflitos com sua mãe, a beata Leda, e acabou largando tudo para ir morar numa gruta. Kleyze é neta da camponesa Maria Clara, de quem herdou a simplicidade e até o hábito de andar sempre descalça. Kleyze teve a oportunidade de conhecer sua avó na infância. 

Marlene, que estava na lanchonete, disse para Kleyze:

- Sua mãe, tem falado com ela?

- Não. Ela não quer me ver. 

- Nossa. 

- Só por eu largar tudo e morar numa gruta. Mas quer saber? Não me arrependi, não. 

Apesar de levar algumas "cantadas" ali, Kleyze rejeitou a todos. Ela não quer saber de casamento. Somente depois das duas da tarde, a hippie saiu da rodoviária e voltou para sua gruta. 

sábado, 29 de junho de 2024

Casamento matuto em Santana


 Em um casamento matuto em Santana do Pajeú, a jovem Candoca era a noiva. Ela estava na festa com seu amigo Crispim. Mas seu irmão mais velho Zeca não estava sabendo. Apenas seu irmão mais novo Chiquinho estava com ela. 

Mas enquanto acontecia o casamento matuto, Chiquinho disse:

- Xi sujou! O Zeca vem aí 

Zeca disse:

- Mas que pouca vergonha é essa, hein Candoca?

- Calma! - Disse Crispim.

- Tu cala a boca que tô falando com minha irmã.

Candoca disse:

- Calma esse casamento é de mentira! - disse Candoca.

Mas Laurinda estava ali e disse ao Zeca:

- Para com isso, deixe sua irmã se divertir um pouco!

- Laurinda eu adoro você mas tu não conhece a Candoca!

- Zeca, pare com isso imediatamente!

Apesar do incidente o casamento matuto continuou. 

sexta-feira, 28 de junho de 2024

Uma camponesa que conquistou um guerreiro

 

Uma jovem camponesa simples e humilde vivia nos arredores de Vila Rica, nos anos finais do Século XVIII. Recatada e trabalhadora, Fabiana saía de casa para as ruas de Vila Rica para vender comidas, e fez amizade com Brenda e Neide. 

No ano de 1784, Fabiana tinha 27 anos. Mal imaginava ela que um homem vindo de longe conquistaria seu coração, e que ele seria apaixonado por ela. O americano Wrialle, que chegou dos Estados Unidos nessa época, havia lutado pela Independência dos Estados Unidos na Revolução Americana. 

Wrialle olhava Fabiana insistentemente, e Brenda e Neide observavam?

- Será que esse estrangeiro gostou dela?

- Imagina, Fabiana casando com alguém de fora. 

Fabiana, a princípio, rejeitou, pois duvidava que teria despertado interesse em um americano, um estrangeiro. Mas os dois foram se aproximando aos poucos. Casaram-se em 1792, e por ali viveram até 1824, quando ela resolveu acompanhar o marido para os Estados Unidos. 

O restaurante de Jaciara

 

Muito conhecido em Vila Dourada é o restaurante de Jaciara, muito frequentado pela alta sociedade local. Pessoas como a prefeita Nelma e sua adversária Maria da Glória frequentam o local. 

Jaciara tem três filhos: Amanda, Lizandra e Gérson, sendo que somente Gérson a ajuda no restaurante. Amanda tem problemas de loucura e Lizandra é muito ambiciosa, sendo uma vilã conhecida na cidade. Lizandra é amiga até mesmo de Danúzia, a malvada filha do deputado estadual Moab que mora na vizinha cidade de Lagoa da Italianinha. 

Numa certa tarde, Lizandra ia saindo, e Jaciara disse:

- Como seria tão bom se me ajudasse.

- Ah, mãe, desculpe, isso não é pra mim, tenho saco pra isso não. 

- Tu só quer ganhar dinheiro fácil, isso sim. 

- Manda Amanda, ela fica o tempo todo dormindo ou vagando aí feito louca!

- Amanda se trata com psicólogo e psiquiatra, ela não tem muita saúde mental. 

- Então, que a senhora e Gérson se virem, mesmo!

Lizandra foi embora no momento que passou um carro e ela entrou. Jaciara dizia para Gérson:

- Ainda bem que tenho você. Uma filha maluquinha e outra malvada, é muito desafiador pra mim...

Bella rejeita um pretendente

 

Com sua simpatia e carisma, a violonista Bella não demorou para despertar interesse de alguns rapazes em Verona. Num certo dia, ela conversava com um deles, mas algo que ele fez a desagradou bastante: ao ver a mendiga Sofia, ele a maltratou, dizendo:

- Sai de perto, fedida! 

Ele ainda deu um empurrão nela, de modo que ela caiu no chão. Bella foi ajudar Sofia a se levantar. Bella disse:

- Pode esquecer dessa ideia de namorar comigo. Não aceito um  rapaz que maltrata uma pobre mulher que vive nas ruas. 

- Mamma mia, tu tá do lado dessa indigente é?

- Tô! E desapareça da minha vista!

O rapaz se retirou, e Bella pagou um lanche para Sofia. Na realidade, Bella combinara com Sofia para ela trombar com os dois, para testar a reação do seu pretendente. 

Thaís enfrenta Nonna

 

Numa certa tarde, em Tirano, a mendiga Thaís estava deitada na calçada de uma loja fechada, quando levou um susto, com um grito:

- Sai daí, sua suja!

Thaís viu que era Nonna, e ela disse:

- Desculpe, eu só quis dormir aqui um pouco...

- Aqui é minha loja. Saia!

Thaís disse:

- A senhora se acha muita coisa por que tem dinheiro, né? Fica humilhando os pobres, atormentando aquela brasileira pra te vender a casa, a senhora realmente está indo para um abismo...

Nonna disse:

- Sua menina suja, quem é tu pra me dar conselhos? Eu sou mais velha e mais rica do que tu. Sai daqui agora!

Thaís disse:

- Eu saio, não se preocupe. Não fico mais um minuto aqui. [

Thaís se retirou, e Nonna dizia:

- Mendiga insolente! 

Faby entre mendigos


Numa certa manhã no Terminal Rodoviário de Lagoa da Italianinha, alguns mendigos estavam por ali. Marlene, a dona da lanchonete, havia proibido expressamente servir café pra eles gratuitamente.

Estavam ali Andreza, Guilherme, Renata, Gílson, Juliana, Fábia, Solange e a Faby Pés Sujos, que mora em uma casa em cima de uma árvore. Depois que parou de vender picolé, Faby Pés Sujos passou a andar com mendigos. 

Faby foi pegar café, e Deinha disse:

- Tu agora só quer andar com mendigos né? Tu veio de família rica e largou tudo assim...

- Pelo menos entre mendigos é mais difícil encontrar gente falsa do que entre ricos.

Faby tomou café e pagou mais alguns lanches para os mendigos. 


quinta-feira, 27 de junho de 2024

O médico herói

 

Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o jovem médico Becker se dedicou a salvar crianças de caírem em um campo de concentração, ou mesmo até tirando algumas de lá. O médico se oferecia para cuidar delas, adotando-as. 

Numa certa tarde, Becker foi a um campo de concentração, onde estava Alessandra; Becker, ao ver Alessandra, disse:

- Minha nossa, como você está maltratada!

- Estou, estou... não tenho forças nem pra falar.

- Me contaram que aqui tem umas crianças...

- Sim, ontem mesmo, morreram quatro aqui, elas foram executadas. 

Nessa hora, o oficial Klaus apareceu, e disse:

- O que deseja, doutor?

- Vim fazer uma visita por aqui...

Becker se dizia apoiador da ditadura, era médico particular de um dos oficiais do campo, e caminhava por ali. Ele estudava os meios para tirar crianças dali de dentro. Após sair, Becker começou a bolar um plano para tirar crianças dali. Ao saber que elas estavam trabalhando forçadamente na construção de uma fábrica, mandou raptá-las e tomava destino ignorado, até chegar em sua casa. Ele tinha tanta amizade com os oficiais, incluindo Klaus, que só vieram a desconfiar do que ele fazia quando já estava perto do fim da guerra. Ele fugiu para não ser pego pelos oficiais, mas a guerra terminou cerca de um mês depois. Depois da guerra, Becker se retirou para a África do Sul, onde passaria o resto de sua vida. 

Ellen apronta na rodoviária

 

A maluca suja Ellen passou o dia pela rodoviária. A ex-mendiga ficou perto de turistas, que reclamavam do seu mau cheiro e da sua sujeira. 

Em dado momento, Ellen foi pedir um café, e Deinha disse:

- Que catinga é essa, mulher? Catinga de...

- De bosta? Ah, eu fiz cocô nas calças. 

- Eca, que nojenta. 

- O que é que tem? 

- Tem muita coisa. Pega logo o café!

Ellen foi tomar café ali perto. Ela ainda foi conversar com alguns moradores de rua, mas nem eles mesmo a aguentavam. 

Eloah sofre discriminação

 

Apesar de todo amor que recebia do brasileiro descendente de italianos Giovanni, a jovem Eloah seguia sofrendo preconceitos por ser manca. Numa certa noite, em Telaviv, Giovanni e Eloah viram alguns amigos, e um deles disse:

- Tu poderia ter casado com uma mulher mais... normal. 

Eloah não gostou do que ouviu; Giovanni disse:

- Ela é a mulher mais normal do mundo pra mim! 

- Perdoe, se ela é mais normal... imagina a menos...

Quando ele se afastou, Eloah começou a chorar. Giovanni disse:

- Vai dar ouvidos pra ele?

- Mas ele tá certo. Eu sou manca. Tu poderia ter alguém mais normal...

- Para com isso, eu me apaixonei por você, não por suas pernas, foi por você inteira!

Giovanni consolou Eloah. 

O talento de Siena

 

Na cidade de Siena, um pequeno menino chamava muita atenção por cantar muito bem. Não eram poucas as vezes que ele parava nas ruas da cidade e cantava ali músicas de artistas italianos famosos. 

A professora Filomena ficou encantada com o menino e disse:

- Como tu aprendeu a tocar violão e cantar?

- Sozinho!!!

- Nossa! Tu é um encanto! Onde tu mora?

Na hora que João Guilherme ia responder, algumas pessoas se aproximaram dele, para tirar foto com ele. Ele estava meio que virando uma celebridade. 

Antonieta é perseguida por César

 

Morando em uma cabana simples na zona rural de Serra das Ameixas, a solitária Antonieta anda sofrendo perseguições do prefeito César. Tudo isso por que Antonieta sempre fala que César "é um ladrão", e vive sujando sua imagem na comunidade próxima de onde ela vive. 

César foi pessoalmente até Antonieta, e disse:

- Sua louca, tu anda falando contra mim?

- Só falo a verdade. 

- Você para com isso ou eu...

- Ou o que? Me mata? Pode me matar. Só tenho essa cabana e meu vestido mesmo...

César disse:

- Tua sorte é que estamos perto do período eleitoral, e sua morte poderia me causar problemas. Mas deixe passar essa campanha...

- Não tenho medo do senhor nem da sua laia! 

- Sua insolente! 

César entrou no seu carro, e saiu, olhando com raiva para Antonieta. 

Dora Doida e Márcia Batom

 

Numa certa noite em São Paulo, as mendigas Dora Doida e Márcia Batom caminhavam pelas ruas centrais da capital bandeirante. Márcia disse:

- Tu já comeu?

- Ainda não...

- Bora ver se achamos algum lugar pra comer, tenho trocados...

Márcia Batom, porém, conseguiu apenas comprar um saco de pães, e dividiu com Dora Doida. Alguns passavam por elas e as olhavam, e Dora disse:

- Estão olhando o que? Vazam, vazam!

Rindo delas, iam passando. A noite caía e o clima frio em São Paulo deixava as duas bem preocupadas, mas elas se cobriram com cobertor.

A brasileira que chamou atenção de Wrialle


 Corria o ano de 1784 e o americano Wrialle, que havia lutado na Revolução que garantiu a independência dos Estados Unidos, tinha chegado ao Brasil, morando em Vila Rica. Por lá, foi morar em um sobrado.

Circulando pelas ruas de Vila Rica, Wrialle viu três mulheres pobres vendendo comidas e lutando para sobreviver. 

Eram Brenda, Neide e Fabiana. Mas Wrialle começou a olhar muito para a Fabiana. Brenda disse:

- Fabiana, esse moço está olhando para você. 

Neide disse:

- Deseja alguma coisa, moço?

- Alguma comida...

Brenda disse:

- Pelo sotaque o senhor não é daqui né?

- Oh, não... Sou da América do Norte, o mais novo país do mundo, Estados Unidos da América.

Fabiana o olhava; em dado momento, Wrialle lhe pediu uma comida , e Fabiana lhe vendeu. Wrialle perguntou:

- Você é casada?

- Ai moço por que a pergunta?

- Curiosidade. Me desculpa se não quiser responder...

- Sou solteira. 

Wrialle saiu dali, e Brenda disse:

- Parece que esse americano ficou de olho em você.

- Não tem sentido, o que ele ia querer com uma mulher suja e pobre feito eu?

- Ninguém manda no coração.  - disse Neide. 

Wrialle não parava de pensar nela. 

Myllena consegue Ilene de volta ao seu grupo político


 Em Lagoa da Italianinha, Myllena, a prefeita dos pés descalços, mostrou mais uma vez ter habilidade política. Conseguiu trazer de volta sua irmã Ilene, que havia brigado com ela e chegou a fazer parte do grupo de oposição.

A escolha da Giovanna Victorya, filha da prefeita, pra ser a vice na chapa dela, abriu espaço para que Ilene possa conseguir votos onde Karoline, a outra irmã não chega. Ilene reafirmou mais uma vez sua pré candidatura a vereadora.

Karoline, a vereadora, também apoiou a volta de Ilene, e mesmo sendo irmãs, a contagem de votos que ambas possuem possibilitam a eleição das duas. 

Mas a oposição criticou a prefeita, acusando a de "transformar Lagoa da Italianinha em um reduto de família", sendo ela prefeita, a filha vice e duas irmãs vereadoras. A deputada federal Sandra Valeria alfinetou sua adversária, em uma entrevista, dizendo:

- Ela falava tanto que eu queria família na Prefeitura, na Câmara... Só se elegeu uma filha minha que sequer me apoia, a Alba Valeria, que apoia a atual prefeita. Já a prefeita quer a filha na vice, duas irmãs vereadoras e já tem uma irmã juíza. Vai virar monarquia isso aqui? 

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Dias difíceis de um casal

 

Entre muitos que viviam na Alemanha nos anos 30 e 40, o casal Hanna e Conrad era bastante querido nas imediações de Berlim. Comerciantes, Alessandra costumava comprar deles. Mas a paz deles estava ameaçada, pois Hanna era judia, enquanto Conrad era protestante alemão. Ela, prevendo dias difíceis, disse ao marido:

- Tu não quer se separar de mim? Eu vou ser perseguida, eu sou judia...

- Não, eu te amo muito. Nem que eu tenha que me esconder!

Quando a ditadura começou em 1933, Hanna e Conrad eram vigiados, mas ainda levavam uma vida normal, até pela origem de Conrad. Mas veio a Noite dos Cristais em 1938, e a loja deles foi atingida. Em 1939, souberam que Alessandra foi presa na Polônia e levada a um campo de concentração. Para evitar que sua amada tivesse o mesmo destino, Conrad disse:

- Se tu quiser sair da Alemanha, eu te ajudo!

- Não quero sair. 

- Então, veja bem, vou te esconder no sótão da nossa casa. Mas tu não poderá sair de lá para nada. 

- Eu aceito esse sacrifício...

Hanna passou a viver em um sótão. Não deu dois dias, apareceram oficiais, e disseram ao Conrad:

- Fomos informados que o senhor tem uma esposa que é judia!

- Sim, mas ela não está aqui. 

- Tem certeza? 

Os oficiais foram procurar, mas passaram por cima do sótão subterrâneo e não viram. Eles disseram ao Conrad:

- Vamos ficar de vigilância. 

- Mas o que tem a ver? Eu sou alemão.

- Mas sua mulher é judia! Devia procurar uma mulher alemã!

- Ora, ela é alemã também. 

- Mas é uma traidora da nossa pátria. Por ser judia. Com licença! 

Os oficiais saíram da casa e iniciou um período difícil, onde Conrad teve que manter sua esposa escondida no sótão. 

Os pretendentes de Candoca

 

Morando na pequena Santana do Pajeú com seu irmão mais velho Zeca e com o seu irmão mais novo Chiquinho, a Candoca, chamada por ali de "princesa do Sertão", sonhava em encontrar seu pretendente. A garota é muito bonita, e não faltavam rapazes para irem atrás dela. 

Numa certa tarde, mesmo numa era digital, Candoca recebeu uma carta de um pretendente, que dizia ser tão apaixonado por ela que queria casar com ela. Enquanto ela lia a carta, chegou seu irmão Zeca, e Candoca escondeu a carta. Zeca disse:

- O que tu tem?

- Nada, Zeca!

- Por aqui não andou macho atrás de tu, não, né?

- Oxe, claro que não! 

- Acho bom, viu? Tu é muito nova pra pensar em casamento. 

Chiquinho apareceu, e perguntou a Candoca:

- E aí, leu a carta?

- Shhhhh! - disse Candoca. 

Zeca disse:

- Mas que conversa é essa de ler carta? Oxe, me dê que eu quero ver agora mesmo! 

- Irmão, não sabia que é crime ler o que os outros escrevem?

Zeca disse:

- Oxe, então não vou ler mais livros!

- Eu estou falando das escritas particulares de pessoa pra pessoa. 

Zeca disse:

- Ara, eu não quero saber dessas coisas. Se tu ficar de namorico por aqui, eu falo com o padre Bento pra te mandar pra ser freira lá em São José do Egito! 

- Para!

Candoca entrou no seu quarto. Zeca disse pra Chiquinho:

- Chiquinho, me conta, realmente era carta de algum macho?

- Promete que não vai contar?

- Prometo!

- Eu também não! 

Chiquinho saiu correndo, e Zeca disse:

- Por isso que ela protege esse moleque...

Manuel visita Adolfo

 

O filho de Mary Dee, seu Manuel, que já tem 96 anos, encontrou forças para ir na casa do Adolfo. Manuel chegou lá e disse:

- Seu Adolfo, pode ser franco comigo. Tu gosta da minha filha Fátima?

Adolfo ficou sem jeito e disse:

- Bom, ela é uma grande amiga...

- Não estou falando disso. Quero saber se tu anda querendo namorar com ela. 

Adolfo disse:

- Vou te falar a verdade, seu Manuel. Eu realmente a amo. Ela é meu grande amor da juventude, mas ela se casou com um outro homem, e eu me casei com outra mulher. E nós agora estamos viúvos. O que quero não é só uma mulher pra cuidar de mim, mas eu quero cuidar dela. Seu Manuel, lhe peço desculpas pelo meu atrevimento e...

- Não, moço, não. Eu quero dizer que abençoo esse relacionamento. Fátima precisa disso. Ela tá muito solitária, anda ficando mais doente do que eu, que tô perto dos 100 anos. Sabe, Adolfo? Eu também faço gosto pelo teu romance com minha filha, porque seu falecido pai, muito amigo meu, ele era muito fã da minha mãe, a cantora Mary Dee. 

- Me fale dela, parece que ela foi extraordinária, né?

- Foi... imagine que ela teve a coragem de enfrentar a ditadura do Salazar, pagou caro por isso, saiu correndo daqui de Portugal e se misturou com uns italianos num navio, e foi parar lá no Brasil. Dizem que ela chegou lá tão feliz que pulou no mar com roupa e tudo quando o navio chegou no Recife. Depois, ela ficou morando no interior, num lugar que hoje se chama Lagoa da Italianinha... e eu cresci esses anos longe da minha mãe, ela não pôde me levar. 

- Entendo, senhor... mas o senhor voltou a vê-la?

- Felizmente, sim. Voltei a vê-la e ainda convivi um tempo com ela no Brasil. Ela já morreu há mais de quarenta anos, mas nunca me esqueço da minha mãe. 

- Que bom, seu Manuel. 

- Bom, preciso ir. Espero que você ainda seja meu genro. Um abraço. 

Adolfo ajudou Manuel a ir para a porta. Adolfo disse:

- Não quer que eu vá com o senhor?

- Não precisa. Eu moro aqui do lado, oras. 

Adolfo ficou feliz, e Manuel, quando chegou em casa, incentivava Fátima a namorar com Adolfo. Embora meio contrariada, ouviu o pai com respeito. 

Audrey e Rosicler

 

Numa certa noite em Paris, Audrey olhava da sacada do seu apartamento na capital francesa, e era encantada pela lua cheia e pela paisagem. 

Sua mãe Rosicler apareceu e disse:

- Que tu olha tanto, querida?

- O céu maravilhoso, a lua cheia, Paris fica mais bela. 

- E aquele rapaz da Guiana Francesa, o teu namorado?

- Marcel tá bem, mãe. Ele me ama de verdade., 

- Tomara, filha. Você é tão bondosa, talentosa... ele não pode te fazer sofrer. 

- Não fará, eu garanto! 

Benjamim recebe proposta de José Rodrigues

 

Na Fazenda Dracena, que fica em Nova Humaitá, quase na divisa com Limoeiro, Benjamim foi convidado para essa fazenda, onde vive o prefeito José Rodrigues. Ele disse:

- Sente-se, moço. 

Benjamim se sentou, e José Rodrigues disse:

- O meu sobrinho vereador Roberto me falou muito sobre você, que veio pra nossa cidade, não tem parente e mora sozinho...

- Sim, senhor. 

- Tu conhece meu adversário, o vereador João Paulo?

- Olha, eu tenho uma certa amizade com ele, mas politicamente, não tenho ligação. 

- Tu já transferiu seu título?

- Já sim. 

José Rodrigues disse:

- Olha, quando começar a campanha, quero tu trabalhando comigo, vai tirar umas fotos das minhas andanças. Vai ter gente de Limoeiro, Carpina, vindo pra cá. E se eu ganhar, podemos voltar a conversar. Posso lhe dar um apoio pra seu casamento com Rosângela, sua noiva lá de Lagoa da Italianinha.

- Puxa, vai ser muito bom. 

- Está bem, moço. Seu compromisso é comigo. Não precisa romper amizade com João Paulo, mas se lembre que seu compromisso é comigo!

- Está certo!

Benjamim jantou na fazenda e depois voltou para a cidade de carro, que foi mandado pelo prefeito. 

terça-feira, 25 de junho de 2024

O amor próprio de Helânia

 

Apesar de não estar mais com o deputado estadual Moab, a Helânia ainda se dá muito bem com ele, tanto que costuma hospedar em sua casa em Maceió a sua filha mais velha Josiane, quando ela vai fazer tratamento. Não são poucas vezes que Josiane precisa de deslocar de Lagoa da Italianinha para Maceió, para tratamento contra ansiedade e depressão. Apesar de Lagoa da Italianinha ficar em Pernambuco, ela fica mais próxima da capital alagoana do que de Recife, a capital pernambucana. 

Helânia é alagoana de nascimento, mas morou um tempo em Pernambuco depois do casamento com Moab; entretanto, depois da separação, voltou para Alagoas, onde vive até hoje. Helânia se dedicou a ter um empreendimento próprio e ganha bem financeiramente, sem depender em nada do ex-marido. 

Helânia permanece sozinha e não tem nenhum relacionamento. Apesar de ter uma certa idade, Helânia é muito requisitada, pois é muito bonita, atraente e elegante. Mas Helânia não deseja nenhum relacionamento - ao menos por enquanto. 

Rita de Cássia brinca com sua boneca Dalila no rio

 

No rio que passa por Lagoa da Italianinha, Rita de Cássia brincava por ali com sua boneca Dalila. Malu, sua prima, chegou ali, e perguntou:

- Rita, o que tá fazendo aí?????

- Tô brincando com minha filha...

- Sai daí!!!!! Tu de novo assim????

Rita de Cássia saiu de dentro do rio e acompanhou sua prima Malu. Ela dizia:

- Wéllia é má! Wéllia é má! Não quero ver ela!

- Eu já sei que minha irmã gêmea é má. Eu vou te proteger dela! 

Rita disse:

- Ela queria quebrar Dalila.... eu não vou deixar!


Maurílio conhece Morgana e fica incrédulo

 

Irmão de Fada Luz, Maurílio vive em uma casa vizinha em Gramado, no Rio Grande do Sul. Maurílio se dá muito bem com sua irmã, e não acredita na história da pequena polegar Morgana que ela conta. Anna Beatriz, a sobrinha de Fada Luz, disse:

- Mas é verdade, eu já vi Morgana e a peguei em minhas mãos!

- Conversa para boi dormir, tchê! 

Mas certa noite, foram jantar, e Fada Luz levou Morgana em seus braços. Morgana, em cima da mesa, disse ao Maurílio:

- Agora tu acredita que eu existo?????

Maurílio disse:

- Estou surpreso, nunca vi algo igual na minha vida!

- Pois está vendo agora. 

Maurílio pegou Morgana na sua mão, e disse:

- Isso não é montagem de Inteligência Artificial, não, né?

- Claro que não! - disse Fada Luz. 

A estudiosa Alvanir

 

Na sociedade de Fortaleza da época do Brasil Imperial, por volta de 1867, Alvanir se destacava por ser uma estudiosa de mão cheia. Em uma sociedade onde mulheres ainda exerciam papéis secundários, Alvanir ganhava força e respeito. 

Sua prima Armanda, como sempre com inveja, certa vez, disse ao seu tio, o barão Almir:

- Tio, não acha que a Alvanir vai ficar maluca, não? Só vive estudando. 

- Deixe ela. Ela, enquanto estuda, está aqui em casa e não me faz passar nenhuma vergonha.

- Estás criando cobra dentro de casa, tio, escuta o que te falo!

Em 1867, Alvanir tinha apenas 22 anos e já era pianista, professora, compositora e historiadora. E tornara-se uma abolicionista. 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

A travessura de Chiquinho


Em Santana do Pajeú, o menino Chiquinho, irmão de Zeca e Candoca, sempre foi tido como um menino levado. Descendente do cangaceiro Biu Ipojuca, alguns dizem que ele "herdou o sangue ruim do antepassado".

Certo dia, na bodega de Seu Deda, onde seu irmão Zeca trabalha, ele apareceu. Zeca disse:

- O que tu tá fazendo aqui?

- Nada. Só vim te ver. 

- Vê la o que vai aprontar visse?

- Oxente mano que mania de achar que vou sempre aprontar...

- Sei quem não te conhece que te compre. 

- Oxe eu nem tô a venda...

Zeca disse:

- Olha preciso ir ao banheiro por favor fica olhando aqui é rápido. 

- Pode deixar.

- Mas não vá aprontar!

Zeca foi ao banheiro e Chiquinho aproveitou para trocar farinha por alguma coisa. Pouco depois Zeca chegou e aparentemente estava tranquilo. Apareceu o Seu Rui e Zeca lhe vendeu farinha. 

Algumas horas se passaram, e Seu Rui voltou. Ele disse ao Zeca:

- Eu vou falar pra seu Deda a qualidade de empregado que você é?

- Oxe por causa de que tá dizendo isso?

- Eu pedi pra tu me vender farinha e tu me vendeu purgante em pó!

- Ha????? 

- Sim, eu estava até agora no banheiro... é... Não interessa!

Zeca disse:

- Isso só pode ser coisa do Chiquinho!

- Que Chiquinho?

- Meu irmão eu deixei ele aqui sozinho porque fui ao banheiro... Ele me paga!

Zeca vendeu uma farinha real, e mais tarde ele ia brigar com Chiquinho, mas Candoca não deixou. Candoca protegeu o caçula mas chamou atenção dele para ele não aprontar mais.

Marlene oficializa sua pré-candidatura a prefeita com Danúzia na vice

 

Depois de muitas idas e vindas, Marlene oficializou sua pré-candidatura a prefeita em Lagoa da Italianinha. Em um evento organizado em um restaurante, Marlene lançou-se como pré-candidata a prefeita.

O que chamou atenção é que ao contrário de antes, Marlene não atacou muito a prefeita Myllena, mas sim, a Mimi, pré-candidata pela oposição. A candidatura de Marlene foi uma estratégia montada pelo próprio grupo governista para tirar votos da candidata da oposição. 


Na ocasião, Marlene escolheu a Danúzia como sua candidata a vice-prefeita. A filha do deputado estadual Moab, depois de brigar com o pai por não ter sido escolhida para vereadora, decidiu embarcar por conta própria em uma candidatura. 

Os vereadores Diego e Goy também estavam no evento de lançamento da pré-candidatura de Marlene. A prefeita Myllena, sabendo que os dois vereadores tirariam votos dela, por terem sido recentemente presos, decidiu falar com sua irmã, a vereadora Karoline, para que eles fossem para o palanque de Marlene. Os dois aceitaram. 

Estavam ainda ali Monalisa - irmã do vereador Marco Aurélio -, Lu, além de Deinha e Santa, suas duas funcionárias da lanchonete da rodoviária. Marlene disse:

- Estamos nessa guerra pra valer, e vamos partir pra vitória. A cidade não pode embarcar em uma aventura. Não queremos o continuísmo nem a aventureira comunista que oferece muito perigo. 

Moab, que apoia Mimi, ficou muito irritado quando soube que sua filha era candidata a vice de Marlene. E Sandra Valéria desconfiou que era uma manobra da prefeita Myllena para tirar votos da oposição. Mimi já acionou o jurídico pra descobrir se há algum impedimento na candidatura de Marlene, para que possa entrar na Justiça. 

Na cidade, pegou mal a escolha da vice de Marlene, pois Danúzia tem fama de ser prepotente, arrogante, presunçosa, perigosa e odeia pobres, além de estar envolvida em inúmeras falcatruas. 

Suely volta a exercer as funções de juíza

 

Depois de um tempo afastada, a juíza Suely considerou-se preparada para retornar às suas funções no Fórum de Lagoa da Italianinha - responsável por Lagoa da Italianinha e Vila Dourada. Suely passou alguns dias de férias e já se preparava para seu retorno. 

Com a proximidade do período eleitoral, Suely foi convidada a ser juíza eleitoral, mas ela não aceitou, por que a prefeita Myllena, que é candidata à reeleição, é sua irmã. Suely não quer ser suspeita em seu trabalho. A juíza careca designou um auxiliar para essa área. 

Suely também vê sua filha Sara sendo candidata a vereadora, mas Suely não aprova a ideia da filha em tentar uma vaga na Câmara. Os desafios para a juíza em seu retorno prometem ser muito grandes. 

Cássia sem os tênis


 Já meio triste porque não choveu em Lagoa da Italianinha como nos últimos dias, Cássia não perdeu tempo e saindo de casa foi para o rio, e lá foi nadar. Embora muitos zombassem dela nadando no rio, ela nem ligava. 

Quando Cássia saiu do rio, foi dar umas voltas pela Praça 27 de Dezembro. Ela estava toda encharcada, com blusa cinza, calça jeans e descalça. Em dado momento, na praça, Paula, a dona do restaurante, a viu e disse:

- Oxe, Cássia, porque tais assim?

- Tô molhada porque eu estava no rio.

- Mas eu quero perguntar porque tu está descalça.

Cássia disse:

- Meus tênis abriram e não pude mais usar...

- Também, Cássia, tu não tirava os tênis nem pra tomar banho...

- Mas minha irmã Lúcia vai me dar um par novo de tênis amanhã.

- Tá certo.

Paula abriu seu restaurante e disse lá quando viu Cássia da janela:

- Coitadinha tão doidinha...

Dani Cruel na rodoviária


 Sumida e entocada muito em sua casa na comunidade do Alto do Cruzeiro, Dani Cruel, a bandida descalça, decidiu sair pelas ruas e foi para o terminal rodoviário de Lagoa da Italianinha. Chamou atenção por estar se vestindo de forma provocante com roupas curtas. Pediu café e cigarro na lanchonete de Marlene e disse pra ela:

- Marlene, tenho uns assuntos pra tratar com você viu?

- Não fale comigo aqui vão criar suspeitas.

- Tá. Te espero lá em casa. 

Naquele momento, apareceram ali alguns comparsas de Dani Cruel, como a jovem Yellow, Cristiane e Lucineide, que vendia jogos. 

Deinha disse para Marlene:

- Essa Dani Cruel tá aqui boa coisa não tá aprontando.

Em dado momento, os policiais Junior e Ana Clécia passaram por ali e ao verem Dani Cruel, disseram:

- O que faz por aqui?

Dani Cruel disse:

- Oxe eu quis sair um pouco de casa não posso?

- Tome tento visse? - disse Junior.

Ana Clécia disse:

- Hoje nem tá calor e tu tá quase nua Dani Cruel, e descalça, cuidado pra não pegar resfriado. 

- O resfriado morre de medo de mim...

Junior disse:

- Vamos indo e não quero ouvir queixas sobre você.

Os policiais saíram, e Dani Cruel disse baixinho:

- Imbecis!

O talentoso Walter

 

Na Filadélfia, um dos alunos da Paloma Kassandra chamava atenção por seu talento no desenho: o menino Walter sonhava em ser desenhista futuramente. 

Paloma disse pra ele:

- Posso te pedir uma coisa, menino?

- Sim, professora!

- Desenhe dois heróis da minha família. Meu avô Ellyson, que lutou na Segunda Guerra Mundial, e meu antepassado mais distante Wrialle, que lutou pela independência dos Estados Unidos. Aqui estão as fotos deles. 

- É pra já!

Walter desenhou Ellyson e Wrialle de forma que Paloma ficou surpresa. Ela disse:

- Quantos dólares tu quer por esses desenhos?

- Professora, fiz especialmente pra senhora, pode ficar com eles. 

- Nada disso, quero lhe pagar. 

Paloma pagou 20 dólares ao menino e levou os desenhos para sua casa, colocando-os em molduras. 

A solidão de Tia Sandra

 

Durante o tempo que esteve em um manicômio em Milão, entre 1939 e 1945, Tia Sandra sofria com a solidão, ao se lembrar de uma família que a rejeitava. Sua única companhia era sua bonequinha de pano que não largava dela. 

Sua sobrinha que realmente a amava, a Lanie, era a única que a amava, mas ela havia se mudado para o Brasil em 1935 com sua família. Tia Sandra foi rejeitada pelos pais e irmãos, indo morar nas ruas de Verona durante dois anos, de 1935 a 1937. 

Durante os tempos que permanecia solitária em seu quarto, Tia Sandra falava sozinha, chamando por Lanie, e queria estar do lado dela. Ela dizia para sua boneca de pano...

- Lanie foi para o Brasil... só tenho você, minha querida...

Embora em 1941 Tia Sandra completou 50 anos, ela ainda tinha mente de criança, e gostava de agir como uma menina. 

A bela Lúcia Helena

 

Namorada de Joel, a jovem Lúcia Helena é de família tradicional da pequena cidade paraibana de Bom Sucesso da Serra. E foi o forasteiro Joel, que veio de Lagoa da Italianinha, quem acabou conquistando a moça, pois Lúcia Helena nunca foi muito aberta à ideia de um relacionamento. Filha de seu Quirino e dona Donana, Lúcia Helena ainda tem uma irmã mais nova, a Janine. 

Vários homens tentaram sem sucesso, namorar com Lúcia Helena, mas ela sempre rejeitou, dizendo que queria priorizar estudos e trabalho. Mas algo a balançou quando ela conheceu Joel, que havia chegado recentemente em Lagoa da Italianinha. Inicialmente, ela até tentou resistir, mas não conseguiu. 

Perguntada pelos pais o que Joel tinha que os outros não tinham, Lúcia Helena respondeu:

- Não sei explicar. Acho que as ideias, as conversas dele me agradaram mais...

Inicialmente resistentes ao namoro da filha com o pernambucano, eles acabaram aceitando quando Joel se aliou ao vereador Teodoro, amigo da família de Lúcia Helena. 

O namoro, no entanto, não é bem visto pelos antigos pretendentes de Lúcia Helena. No bar do Jacaré, alguns deles chegaram a dizer:

- Esse cara veio de fora, lá de Pernambuco, querendo tomar nosso espaço aqui.

- Não sei o que ela viu nesse sujeito enrolão e embromador. 

Um deles, porém, disse:

- Deixe estar, ela não quis a gente, quis ele. Ela é dona de si, sabe o que quer. E se os pais dela já aceitaram, acabou. 

Margarete foge de Waldo

 

Num belo dia em Berlim, na Alemanha, Waldo circulava pelas ruas quando viu de longe sua amada Margarete. Nessa hora, o rapaz foi tomado por emoções diferentes: ao mesmo tempo que queria estar do lado dela, sentia um forte medo de rejeição. 

Waldo foi ao seu encontro; Margarete, sutilmente, notou que ele estava vindo em sua direção. Ela tratou de despistá-lo, conseguindo passar do Portão de Brandemburgo.

Waldo a perdeu de vista, naquela movimentação de turistas que passavam por ali. Ele ficou arrasado e pensativo ao mesmo tempo. 

Enquanto isso, Margarete chegou em casa, e contou aos seus pais o que tinha acontecido. Ela disse:

- Eu vi aquele chato de novo lá perto do Portão de Brandemburgo! 

Agnes, a mãe, disse:

- Margarete, isso é uma situação constrangedora. Você devia dizer a ele que não o quer. 

- Mãe, ele já devia ter sacado isso. Olha, eu não tenho nada contra os três amigos dele, o Fritz, o Égon e o Félix, mas ele é insuportável, eu não consigo nem olhar pra cara dele. 

Joseph, o pai, disse:

- Filha, você é uma pessoa boa...

- Tá do lado dele ou do meu? 

- Tô do seu lado. E sei que ele te ama, mas ele é muito tímido pra se declarar. - disse Joseph. 

- Mas eu não sou obrigada a casar com ele. 

- E quem tá te obrigando? Só seja educada com ele, diz que não quer e pronto. Quem sabe ele não desiste de tu? - disse Agnes. 

- Pra mim, ele é um louco maníaco, isso sim!

Margarete foi para sua cama; E Waldo chegou no apartamento onde mora, mas não contou nada para Fritz, Égon e Félix. Sabia que ia ser bronca na certa. 

domingo, 23 de junho de 2024

O forasteiro de Nova Humaitá

 

Numa certa noite de véspera de São João, na Fazenda Dracena, em Nova Humaitá, quase na divisa com Limoeiro, aconteceu uma festa de São João promovida pelo prefeito da cidade e dono da fazenda, José Rodrigues. Entre os convidados estavam seu sobrinho Roberto, vereador. José Rodrigues se preparava para disputar a reeleição contra o João Paulo, seu ex-aliado e agora adversário político. 

Na festa, estavam a cantora Clarice, o radialista Agenor e os profissionais de imprensa Miguel Luís e Benjamim. O vereador Roberto levou Benjamim ao seu tio, e lhe disse:

- Tio, esse rapaz é Benjamim, veio de Caruaru e tá morando aqui agora. 

- Ora, ora, você veio morar em Nova Humaitá? 

- Sim! 

- E já transferiu o seu título pra cá?

- Já, sim, senhor. 

- Então, espero que vote em mim para prefeito. Fique por aqui, tem muita mulher bonita, quem sabe tu não arruma uma namorada pra formar uma família em Nova Humaitá?

- Bom, eu já tenho uma namorada, mas ela mora bem longe. Lá em Lagoa da Italianinha, lá pras bandas de Lajedo. Ela se chama Rosângela. 

- Hum, Lagoa da Italianinha é onde tem uma prefeita que é amiga minha, a Myllena, uma até que vive sempre descalça, ela é bem estranha por isso, mas ela é muito capacitada. 

- É, já ouvi falar dela. Mas a Rosângela já veio aqui em Nova Humaitá, ela gostou daqui. 

- Ora, ora. Mas se casar com ela, traga pra cá, tá certo?

- Bom, espero convencê-la. 

José Rodrigues posou para fotos com alguns convidados, e quem tirava as fotos era o Benjamim. 

sábado, 22 de junho de 2024

A tia de Sinhá Adriana

 

Tia de Sinhá Adriana, a Edlene era uma madame que vive na alta sociedade de Vila Rica. O ano era 1782, e Edlene sempre foi tida como exigente. Não tinha a maldade de sua sobrinha, mas era tida como muito rigorosa. 

Quando soube que a francesa Jacilene chegaria da França, Edlene disse:

- Será que ela não vai vir de lá com aquelas ideias antimonarquistas? 

- Duvido, aqui eu vou controlá-la. 

- Sei não, ouvi dizer que na França tem gente pedindo a cabeça do rei. E olha, o mundo vai mudar muito, pois desde a independência daqueles territórios lá na América do Norte... se não me engano, Estados Unidos, parece que a coisa vai desandar...

- Tia, o Brasil nunca será independente, sempre vai ser colônia de Portugal, nós somos portuguesas. E assim que desejo me sentir. E a senhora, é monarquista também, tia?

- Claro que sou. Esse tipo de governo que surgiu lá nos Estados Unidos é só bagunça. Digo mais, eles deixaram de depender da Inglaterra, vão ser um país pobre e sem futuro. 

- É o que eles merecem! Depois voltam como cachorrinhos arrependidos ao encontro dos ingleses...

Edlene errou feio, pois os Estados Unidos viriam a se tornar a maior potência do Século XX. 

Myllena quer eleger aliada em Vila Dourada

 

A prefeita de Lagoa da Italianinha, Myllena, anda dando apoio à prefeita da vizinha cidade de Vila Dourada, a Nelma. Myllena está de olho em uma eleição para deputada, e quer testar sua força em outras cidades. 

A adversária da Nelma, Maria da Glória, é apoiada pelo deputado estadual Moab, pela deputada federal Sandra Valéria e pela deputada estadual Janayna. Nelma quis correr para garantir o apoio de Myllena, que lhe respondeu:

- Onde Sandra estiver, eu estarei do lado contrário. Claro que vou trabalhar pela sua reeleição!

Myllena acompanhou Nelma em uma festa junina de Vila Dourada, onde as duas discursaram, sendo que Myllena foi muito ovacionada. A prefeita descalça de Lagoa da Italianinha vinha passando no teste sobre sua popularidade em outras cidades. Valendo ressaltar que foi Myllena quem conseguiu o partido para Nelma, inclusive. Myllena cobrou de Nelma também a escolha do vice, já que a atual vice Milena Priscila rompeu com Nelma. Vale ressaltar que Maria da Glória já escolheu Magda Rosângela como sua vice. 

O talento de Bella

 

Residindo na cidade de Verona, a violonista Bella, a descalça, andou conseguindo alguns trocados depois que começou a tocar um violino que ganhou de presente de Alycia, a idosa de 93 anos. Nicolly Hanna disse para sua bisavó Alycia:

- Como a senhora pôde dar um violino para ela????

- Ela precisa mais do que eu, ela tá começando. 

Bella encantava a todos nas praças de Verona tocando seu violino, e as pessoas lhe aplaudiam e algumas até lhe davam alguns euros. 

O talento de Bella já chegou até a chamar atenção dos jornalistas Angélica e Mário, que foram entrevistá-la. 

sexta-feira, 21 de junho de 2024

As Lembranças de Helânia

 

Residindo em Maceió, a capital de Alagoas, a Helânia, que já foi casada com o atual deputado Moab, e é mãe de Josiane, Danúzia, Cíntia, Natália e Jefté, teve a oportunidade de conhecer na sua infância uma pessoa que lhe passou a ideia de como era o sofrimento humano. 

Helânia morava na sua infância em um dos bairros mais nobres de Maceió, e vizinha a ela, morava uma simpática senhora, já idosa. Quem a visse não imaginava que ela havia passado pelos piores sofrimentos que um ser humano poderia passar. 

Alessandra já idosa. 

A tal senhora era alemã, e se chamava Alessandra. Sim, a mesma Alessandra das histórias já contadas aqui, que quando era jovem, foi presa em um campo de concentração, onde passou de 1939 a 1945. Alessandra contava os horrores que havia vivido para uma curiosa Helânia, que mesmo ainda novinha, já estava entendendo do que os "seres humanos" seriam capazes. 

No ano de 1972, quando Alessandra já tinha 75 anos, disse à pequena Helânia:

- É importante que essa história seja contada para que nunca se repita, e que no futuro, as pessoas não sejam tomadas pelo desespero da situação de uma nação para colocarem qualquer psicopata no poder. 

Alessandra ainda chorava emocionada, lembrando de Klaus, o oficial que a protegeu. Helânia disse:

- A senhora tá chorando por que???

Alessandra retrucou:

- Principalmente por que estou lembrada de uma pessoa, que se não fosse ele, eu não estaria mais viva. Ele trabalhava no campo e me protegia. No fundo, ele nunca foi um nazista. Ele foi até punido, foi metralhado na minha frente. Mas ele sobreviveu sem ninguém saber e se entregou para os russos. 

- Nossa...

- Ele foi preso, passou um tempo na prisão, mas ele se mudou para a Suécia. Infelizmente, ele já morreu lá em Estocolmo. Mas penso nele como foi meu herói, arriscando a vida dele por mim. 

Helânia abraçou Alessandra. E atualmente, em 2024, já se aproximando da terceira idade, Helânia se lembrou de Alessandra quando viu uma foto dela que ela guarda com muito carinho. 


Anna Paula muda de visual

 

A veterinária Anna Paula surpreendeu ao aparecer em casa com a cabeça raspada. Selma, sua tia, lhe disse:

- Mas, Anna Paula, o que deu em você?

Anna Paula disse:

- Oxe, eu raspei a cabeça, me deu vontade. 

Sua prima Wéllia fez cara feia e lhe disse:

- Que coisa ridícula. Tá igual aquela juíza louca e a filha dela, a Suely e a Sara. 

Malu, a irmã gêmea de Wéllia, disse:

- Pois eu achei que ela ficou maravilhosa. Eu não rasparia a cabeça, mas Anna Paula ficou top. 

- Tu só gosta do que não presta, Malu... - disse Wéllia. 

Anna Paula disse:

- Meu novo visual, tô me sentindo muito feliz, estou amando. 

Estrangeiros em Vila Rica

 

Em Vila Rica, no fim do século XVIII, dois estrangeiros vindos de países que passavam por profundas mudanças vieram morar no local e testemunharam fatos históricos que ocorriam no local. Ambos possuíam ideias contra o absolutismo e a monarquia. 

A francesa Jacilene veio da França, agitada ás vésperas de uma Revolução. O ano era 1782 quando a francesa desembarcou na cidade mineira, ficando na casa da Sinhá Adriana. Jacilene saiu da França muito antes da revolução, que só viria a ocorrer sete anos depois, mas deixou para trás um povo insatisfeito com um reinado absolutista, que oprimia o chamado Terceiro Estado - o povo em geral. 


Dois anos depois, em 1784, era a vez de um originário de uma nação recém-nascida chegar em Vila Rica; ao contrário da francesa, o americano Wrialle não só testemunhou a independência dos Estados Unidos, ocorrida oito anos antes, como também lutou contra os ingleses na Revolução Americana, encerrada em 1783. 

Os dois estrangeiros vinham fortalecer as ideias de liberdade, que incomodava muito pessoas ligadas às elites coloniais, em especial a Sinhá Adriana. 

Testemunharam por aqui tanto a Inconfidência Mineira como também a Independência do Brasil, ocorrida quando os dois já eram idosos - Jacilene tinha 70 anos, e Wrialle tinha 68 anos. Nessa ocasião, em 1822, Jacilene, já um tanto doente, morava em Pernambuco - depois que se casou com um pernambucano -, no mesmo lugar que floresceria a futura cidade de Vila Dourada. 

Já Wrialle ainda morava em Vila Rica, sendo que em 1824, voltou a morar nos Estados Unidos. 

Um amor que venceu a distância

 

Antes de conseguirem se casar e estarem morando em São Paulo, o casal Liam e Kylie enfrentaram muitas dificuldades. Os dois se conheceram através das redes sociais, mas havia um grande abismo geográfico que separava ambos: enquanto Liam morava em Montreal, no Canadá, na América do Norte, a Kylie residia muito longe, em Sidney, na Austrália, na Oceania. 

Foram preciso cerca de três anos para que os dois pudessem se ver pessoalmente. Embora morando em um país adiantado, Liam não conseguia muito dinheiro para poder pegar uma passagem rumo à Austrália. Devido a isso, os pais de Kylie começaram a acusar Liam de estar enrolando-a. 

Liam, porém, conseguiu assinar um contrato de trabalho grande, que lhe previa um excelente ganho. O rapaz não perdeu tempo e foi para os Estados Unidos, para conseguir pegar alguma conexão para a Austrália. Kylie foi avisada e estava ansiosa. Enquanto o avião fazia uma longa viagem sobrevoando o Oceano Pacífico, Liam sentia ansiedade em finalmente ver a amada pessoalmente. 

Desceu em Sidney e ela estava esperando, e os dois finalmente se abraçaram. Não demorou para que Liam assumisse o namoro. Entretanto ele ainda precisava voltar para o Canadá a trabalho. Mas deixou-a noiva, sendo que havia comprado alianças de noivado em Nova York. 

Eles fizeram um voto de se casarem e morar em um país neutro - nem o dele, nem o dela. Assim, depois de muitas pesquisas, escolheram o Brasil. Apesar dos problemas do país da América do Sul, eles se encantaram com a hospitalidade dos brasileiros. E logo, passaram a residir em São Paulo. 

Faby Pés Sujos busca um novo bico

 

Em Lagoa da Italianinha, a conhecida Faby Pés Sujos resolveu deixar de vender picolés com o advento do inverno, sendo que as vendas caíram. Suas outras duas amigas, Leila e Janielle, mesmo com as chuvas, decidiram continuar vendendo picolés. 

Faby começou a procurar bico, para ganhar um trocado. Para ela, não seria preciso muito, já que ela não paga luz nem água - ela mora em uma casinha em cima de uma árvore -. Seu jeito despojado de ser, porém, não agrada a muitos comerciantes, pois ela anda sempre descalça, usa um boné virado para trás, usa roupas rasgadas e gosta de deitar no chão. 

Ela foi na lanchonete da rodoviária, pedindo um café. Deinha disse:

- E tu conseguiu algo?

- Consegui nada, ficam logo de cara feia pra mim. Mas eu nem ligo. 

- Tu é desse jeito, é?

Ela disse:

- Claro. Me chamavam de Faby Pés Sujos para tentar me apelidar de forma pejorativa, mas gostei tanto que já assino assim. 

- Difícil tu conseguir alguma coisa...

- Difícil, é, mas não é impossível. 

Josenilda passa a mandar na rodoviária de Lagoa da Italianinha

  Em Lagoa da Italianinha, a prefeita reeleita Myllena provocou polêmica ao nomear Josenilda para ser diretora na rodoviária. A polêmica res...