sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Suely conversa com seu funcionário Valdenes

 

Desde que Valdenes deixou a secretaria de Turismo em Lagoa da Italianinha, ele tem se tornado um ajudante mais ativo no escritório da juíza Suely. Não que ele antes não fosse, mas o fato de ter mais tempo para se dedicar a esse trabalho o deixou mais dedicado. 

Suely, em dado momento, quando recebeu das mãos de Valdenes um documento, ela perguntou:

- Valdenes, quero te fazer uma pergunta. 

- Sim? 

- Você está satisfeito aqui? 

Valdenes riu e disse:

- Claro que estou, dona Suely. Mas porque essa pergunta?

- Desculpa, é costume meu fazer isso com quem trabalha comigo, sabe? 

- Ah, sei. Mas estou sim, muito satisfeito aqui. Aliás, dona Suely, a senhora tem meu respeito, se a senhora fosse candidata a prefeita, meu voto era seu. 

- Ah. não exagere. 

- Mas é verdade, senhora. A senhora é humilde, simples, humana, trata bem as pessoas, até anda descalça feito eu. Me sinto à vontade de trabalhar aqui, fui rejeitado em outros lugares porque ando descalço, aqui fui aceito pois a própria patroa anda descalça, também. 

- É verdade. Eu sou assim, meu jeito de ser, não mudo, não. 

- A senhora é autêntica. 

- Muito obrigada, Valdenes. 

- Posso te fazer uma pergunta, doutora? 

- Pode. 

Valdenes disse:

- Porque a senhora é careca? Desculpe, eu sempre quis perguntar, mas nunca tive coragem. 

- Eu sempre quis ser careca, desde menina, era algo que me sentia bem pensar em mim sem cabelos. Mas eu só tomei coragem em 2017, e já são oito anos que raspo a cabeça de dois em dois dias, pra não crescer mais os cabelos.

- O pessoal fala tanta coisa da senhora...

- Eu tô pouco me lixando para o que pensam de mim. E você também, Valdenes, deve ser assim. Não se importar com o que os outros pensam. Você tem seu estilo, tu não abre mão e pronto. Não tá indo de encontro à Bíblia nem à Constituição do país, então tá ótimo. 

- É verdade...

- Bom, Valdenes, isso é tudo. Se você quiser, hoje, pode ir à igreja onde congrego, sou evangélica e vou louvar hoje lá. 

- A senhora é cantora?

- Sim. Quando me aposentar da profissão de juíza, quero ser cantora evangélica. 

- Que bacana, irei, sim, dona. 

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