Numa certa tarde do ano 72, em Vitoriana, no Império Romano, Valdenius, sua esposa Josiana e seu filho Antonius caminhavam pelas ruas, quando viram uma mendiga, a Danúcia, pedindo esmolas. Anthonius disse:
- Pai, posso dar um denário pra ela?
- Nada disso, filho.
- Deixe, pai.
Josiana disse:
- Deixe ele dar uma moeda pra ela, Valdenius.
- Está bem!
Anthonius deu uma moeda para Danúcia, que disse:
- Obrigada, queridinho.
Valdenius olhava a mendiga com desprezo. Ele na verdade, a conhecia, e não gostava dela. Danúcia denunciava o gênio violento de Valdenius e isso o deixava irritado.
Mais tarde, na insulae onde moravam, Josiana disse para seu marido Valdenius:
- Por que tu não gostou que nosso filho desse moeda para aquela pobre mulher?
- Aquela mendiga fedorenta vive falando mal de mim, não tem que dar nada pra ela.
- Ela é uma sofrida, perdeu tudo...
- Perdeu tudo porque mereceu perder, porque segue uma lenda!
Josiana disse:
- Valdenius, eu estou pensando em convidar ela pra almoçar com a gente amanhã.
- O que? Mas isso nunca.
- Deixe de ser assim, homem. Ela tá com fome, coitada.
- Leve comida pra ela, mas aqui ela não pisa.
- Está bem, como quiser.
Josiana, no outro dia, levou comida para a mendiga Danúcia, que agradeceu muito. Josiana disse:
- Perdoe meu marido.
- Eu já o perdoei faz tempo... mas ele tem muita maldade no coração. Muito sanguinário.
- Isso me preocupa. Sou uma caçadora, sim, mas não mato pessoas.
Josiana se despediu de Danúcia e voltou pra insulae.

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