Numa certa tarde, no movimentado Pátio Verona, no centro de Lagoa da Italianinha, uma mulher bem simples estava discursando ali chamando atenção das pessoas. Marcella, que vende comida pelas ruas e mora numa casa simples na Vila Lusitânia, havia tido suas mercadorias tomadas por fiscais da Prefeitura.
Marcella disse:
- Até quando a Prefeitura vai impedir o povo de trabalhar? Não infrinjo leis, não faço nada errado, eu só uso uma cesta, e nem fico parada no canto, eu mesma odeio ficar num lugar só, gosto de circular, de andar. Mas os fiscais da gestão chegaram até mim, me ameaçando, me intimidando. Eu posso ser uma mulher pobre, mas não me dobro a ninguém. Não tenho sobrenomes importantes, não nasci nem cresci em família rica, mas aprendi a ser honesta, trabalhadora e de caráter. E eu quero aqui, sei que tem baba ovo da prefeita aqui me escutando, mas não é nem tanto contra ela, visse? Quero aqui falar quem realmente anda me perseguindo: Karoline, a nobre ex-vereadora que hoje é Secretária de Finanças, porque outro dia, fui vender lanches perto da joalheria dela, desde então, ela vive me perseguindo! Podem gravar, eu não tenho medo dela!
Haviam algumas pessoas gravando seu discurso, e Karoline soube disso. Ela disse ao seu assessor:
- O que essa pobretona pé sujo tava falando de mim?
- Disse que tu persegue ela, veja o vídeo.
Karoline viu o vídeo, e disse:
- Isso é uma louca.
- Quer que eu faça o que?
- Nada, deixe ela falar. As mercadorias dela já foram apreendidas, só pode ser liberada com muito dinheiro. E eu duvido que ela tenha dinheiro.
Mas Marcella conseguiu que suas mercadorias fossem liberadas: os irmãos Eraldo, Fabíola e Luana, além de Ana Karina, Valdenes, Branquinha e a veterinária Malu fizeram uma vaquinha e conseguiram pagar para a mercadoria dela ser liberada. Até a vereadora Flávia, mesmo sendo aliada da prefeita Myllena, se uniu à causa. E a prefeita Myllena, ao saber disso, desautorizou Karoline a mexer com Marcella.

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