sábado, 31 de agosto de 2024

Armanda tenta amedrontar Daniel

 

Armanda, a bela sobrinha do barão Almir, como se sabe, o que tinha de linda, tinha de maldosa. Além de invejar sua prima Alvanir, a filha do barão, ainda tratava mal as escravas Socorro e Adriállina, dizendo que elas "não eram gente, mas objetos". 

Armanda ainda tentava infernizar o menino Daniel, irmão mais novo de Alvanir. Em 1867, ele tinha 7 anos, mas amava sua irmã mais velha e a protegia das maldades de Armanda. 

Certa noite, Armanda foi ao quarto onde Daniel dormia, e lhe disse:

- Pirralho chato, tu agora vai aprender a não se meter mais na minha vida...

- Paiii

Armanda tapou a boca do menino e disse:

- Não abra a boca, moleque! 

Mas logo, chegou Alvanir, e disse:

- Solte ele, Armanda!

- Pronto, chegou a protetora! 

- Solte ele!

Armanda saiu dali, sem dizer nada. Daniel começou a chorar, com medo, e Alvanir disse:

- Tenha calma, eu não vou deixar que ela te faça mal! 

Armanda foi expulsa de casa, mas passou apenas um mês fora e depois retornou, prometendo que tinha mudado. Promessa falsa. 

A carta de Wrialle

 

Tendo chegado ao Brasil em 1784 e se estabelecido em Vila Rica, o americano Wrialle, que havia lutado pela Independência dos Estados Unidos, escreveu uma carta para seus pais, que residiam na Filadélfia: 

"Pais queridos,

Aqui onde estou é muito diferente, cultura diferente, povo diferente. Estou em Vila Rica, uma cidade importante de um lugar chamado Minas Gerais. Nosso processo de independência já está concluído, mas por aqui ainda pouco se fala no assunto. Dizem que o território aqui é grande, muito maior do que nossas antigas treze colônias. Como pode um país pequeno como Portugal comandar um lugar gigantesco aqui? Disseram aqui, não sei se é exagero, mas é maior que toda a Europa junta. 

Aqui o povo é muito católico, não é difícil encontrar igrejas romanas pelas ruas das cidades. Nós somos formados no protestantismo, mas aqui o catolicismo é muito mais forte. E aqui, mesmo as províncias são gigantes, temos aqui Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, a lista é extensa. 

Bom, se aqui aparecer desejo do povo de se libertar de Portugal, estarei junto. Sou pela autodeterminação dos povos, é hora do povo do novo mundo se libertar do jugo europeu. 

Bom, isso é tudo. Mande meus abraços para todos. Espero em breve voltar. 

Com carinho, Wrialle". 

Vale ressaltar que Wrialle só voltou em 1824, já com 70 anos e casado com a brasileira Fabiana, nascida na Bahia, mas morando em Vila Rica. 

A carta de Alessandra para Danielly

Assim que foi presa em um campo de concentração em 1939, após a Alemanha invadir a Polônia, Alessandra se preocupou com sua amiga Danielly, a cantora judia que já havia tido sua loja atacada na Noite dos Cristais no ano anterior. Alessandra escreveu uma carta que chegou até Danielly através de um homem que foi liberto do campo após ele ter sido preso por engano. Danielly recebeu a carta, que dizia:

"Querida Danielly,

Preciso te pedir algo muito sério. Sua prima Inalda, que tá morando no Brasil, anda pedindo que tu vá lá morar com ela. Pois faça isso imediatamente. Saia da Alemanha! Estão prendendo as pessoas em um lugar horrível como o que estou agora. Já encontrei pessoas aqui magras e pálidas. Não sei o que vai acontecer comigo. Não sei nem se sairei viva desse inferno. E não quero, minha querida, que tu venha parar aqui onde estou. Você é judia, e com você, vai ser muito pior, pois o principal alvo deles são os judeus. Eu sou comunista, e estou sendo maltratada aqui. 

Quando eu falava que Hitler seria esse monstro, você achava um pouco difícil, que ele não faria todas aquelas monstruosidades que ele falava que faria. Pois é, estamos descobrindo da pior forma que ele é muito pior do que imaginávamos. Eu tinha repúdio terrível contra ele, ele sempre me pareceu um monstro psicopata. Mas ele tá conseguindo me surpreender, sendo muito pior. 

Vá imediatamente para o Brasil, onde mora Inalda. Caso contrário, você morrerá. Escute o que estou te dizendo. Vá e mande notícias minhas para Inalda, amo os quadros que ela pinta. 

Beijos, de sua amiga Alessandra". 

Danielly chorou, e no dia seguinte, foi para Hamburgo, onde pegou um navio rumo ao Brasil, se estabelecendo em Pernambuco, onde sua prima Inalda já residia. Inalda ficou feliz ao receber a prima e triste ao saber do que havia acontecido com Alessandra, sua amiga de infância. 

Dardina tenta provocar Valdenes

 

Certa noite, a mendiga Dardina andava pelo pátio Verona quando viu o casal Valdenes e Aline Débora. Dardina se aproximou dos dois e disse:

- Namorando, né, Valdenes? Quem é essa doida?

- Epa, me respeita, galega suja! - disse Aline Débora. 

Valdenes disse:

- Posso saber o que tu quer? Dê o fora!

- Quero te azucrinar, só isso. 

Valdenes deu um empurrão em Dardina, dizendo:

- Saia!

Dardina saiu dali, rindo maldosamente. Aline disse:

- Quem é essa?

- Quando eu morava nas ruas, essa galega andava comigo, com dona Patrícia, Renata, Guilherme, Andreza e Gílson, até que um dia descobrimos que ela andava roubando as pessoas. Eu convenci os outros a expulsá-la do grupo. Depois ela tomou esse ódio todo contra mim, e contra os outros, também. 

- Ela é muito abusada. 

- E ela gosta de dar golpe, ela é maloqueira mesmo! 

Ana Rowena causa overdose em uma mendiga

 

A misteriosa Ana Rowena fez a mendiga Esvalda fumar grande quantidade de drogas, e Esvalda começou a passar mal nas ruas de Lagoa da Italianinha. Ana Rowena, que não era vista pelas outras pessoas, dizia:

- Morre, agora tu vai descer comigo pro fogo!!!!!

Esvalda estava muito mal, mas pouco tempo depois, as mendigas Patrícia e Renata a encontraram, e Renata chamou uma ambulância, que levou Esvalda para o hospital. Esvalda não reagiu por que estava inconsciente, mas não queria ir para o hospital pra "não tomar banho". 

Ana Rowena dizia, ao ver as duas mendigas que ajudaram Esvalda:

- Essa velha enxerida e essa galega me atrapalharam. Mas elas me pagam, com juros e correção monetária! 

Cida queria se meter na política. Mas não pode

 

Cida, a mendiga que mora dentro de uma lata, queria ser candidata a vereadora. Mas ela não conseguiu. Teria que se filiar a um partido. Além do mais, Cida mal sabe ler e escrever, e ela ainda é bastante suja, o que poderia "espantar o eleitorado". 

Cida dizia:

- Mas os mendigos poderiam votar em mim. 

- Mendigo não vota - respondiam outros. 

Pior: Cida não tem título de eleitor. Ela não teria o voto nem dela mesma. 

Cida, de dentro da sua lata, lamenta não ter entrado na campanha, e vê os candidatos a vereador circulando pelas ruas de Lagoa da Italianinha. 

Cássia rejeita casamentos

 

A maluquinha Cássia, portadora de esquizofrenia, já disse claramente que não pretende formar uma família. Sua irmã Lúcia viu sua irmã na banheira, e disse para ela:

- Cássia, tu devia se casar, não acha?

- Pra que? Me sinto tão feliz como sou. 

- Mas tu é tão jovem, bonita, sei que você ia conseguir alguém.

Cássia mergulhou na banheira e disse:

- Meu amor é a água, a lama, a chuva... eu já me sinto muito bem. 

- Se tu pudesse ficava o dia todo na água, né?

- Mas é claro! Solteira, sou muito feliz sendo assim. 

- Cássia, sai da banheira, daqui a pouco tu tem que tomar remédio pra dormir. Troque essa roupa, tire esse tênis que tu tá usando e vá tomar remédio pra dormir. 

Cássia ainda ficou ali uns dez minutos, depois foi atender o pedido de sua irmã. 

Alice conhece Capitu

 

Numa certa noite passando pela rodoviária de Lagoa da Italianinha, a jovem Alice, que é filha de Wéllia e sobrinha de Malu, viu a mendiga Capitu sentada, fumando, perto da lanchonete. Alice se aproximou e disse:

- Senhora, de onde a senhora vem?

- Recife.

- Quem é sua família?

Capitu disse:

- Nem conheço. Por que essas perguntas, garota?

Alice disse:

- É que a senhora se parece tanto com minha mãe e minha tia...

Capitu riu e soprou o cigarro no rosto de Alice, dizendo:

- Oxe, tu tá é louca. Tá vendo eu aqui? Sou suja, fedorenta, caguei nas calças e estou descabelada e descalça. Tu tá aí feito uma hippie, mas tu tem jeito de ser uma bacana. Não tenho nada a ver com esse tipo de gente, rica, que odeia pobres. 

Alice disse:

- E se tu fosse rica?

- Bomba de rica. Odeio gente rica! Não presta um. Só vivem esnobando os pobres. Gente da pior espécie! Prefiro ter amizade com um rato do que com gente rica! Agora, tu tem uma esmola pra me dar?

Alice deu 5 reais pra Capitu, que disse:

- Boa, garota. Agora, me dê licença, vou dormir. 

Capitu se deitou no chão ao lado da lanchonete e Alice ficou impressionada. Mas não contou nada ainda para sua mãe nem sua tia. Não sabia que Valdenes já havia falado com elas.

Rejeitada pelo grupo de Ana Karina, Rúbia decide apoiar Mimi

 

Durou pouco a esperança de Rúbia de conseguir vantagens no grupo de Ana Karina. A juíza Suely e a gari Jessy, que é candidata a vice de Ana Karina, rejeitaram a entrada de Rúbia no grupo, e Rúbia decidiu ir até o comitê de Mimi procurando um trabalho por lá. 

Rúbia se inscreveu e passou a vestir "vermelho", pedindo votos para Mimi. Na cidade, Rúbia já andava mal falada, sendo considerada uma "pula-pula". Começou a campanha sendo vice de Joni Von, depois rompeu com ele e passou a transitar por outros grupos, apoiando Danúzia, Marlene, Eraldo e Ana Karina, até chegar no grupo de Mimi. 

No grupo da prefeita Myllena - a única candidata que faltaria Rúbia apoiar - já começaram as apostas de que em breve, Rúbia procuraria a prefeita. 

Dr. Becker e Adanna

 

Conhecido por salvar crianças no campo de concentração durante a ditadura nazista na Alemanha, o jovem médico alemão Becker decidiu se mudar de país após o fim da Segunda Guerra Mundial. Foi para a África do Sul, onde passaria o resto de sua vida. 

No seu novo país, também se deparou com uma situação desesperadora: o Apartheid, regime de segregação que separava brancos e negros, sendo a minoria branca privilegiada enquanto a maioria negra era discriminada. 

Becker acabou mais uma vez diante do perigo, quando conheceu a sul-africana Adanna; nos primeiros anos, viviam se atracando um ao outro. Adanna não gostava dele por ele ser estrangeiro - alemão - e branco, e ela achava que todos eles discriminavam os negros. Becker, por sua vez, achava Adanna muito chata e rebelde. 

Mas na década de 60, começaram a se aproximar, e um começou a se interessar pelo outro. Houve um momento que não dava mais para segurar o amor. Becker desafiou a lei do Apartheid e se casou com ela. Eles, juntos, lutaram contra o Apatheid, que teria fim em 1994. Viveram ainda para ver Nelson Mandela eleito presidente. Eles ainda viveram bastante nesse novo momento na África do Sul, e seus filhos e netos vivem hoje nesse país. 

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Greta luta contra o amor que sente por Esdras

 

A sueca Greta, que mora em Lagoa da Italianinha, está apaixonada pelo botânico Esdras, mas anda com medo de "substituir a Emma" - a esposa de Esdras falecida em um acidente automobilístico. Não obstante, ela ainda tem a afeição da pequena Hadassa, filha de Esdras. 

Greta passou a trabalhar com Esdras, ajudando-o no jardim. Ela mudou um pouco o visual, cortando o cabelo, mas continua se vestindo como se estivesse nos anos 60. 

Mas em dado momento, Greta começou a evitar Esdras, pois temia que seu amor por ele não fosse correspondido por conta da falecida esposa dele. Greta pediu conselhos para seus amigos mais próximos - Fabíola, Eraldo e Valdenes, - e os três incentivaram-a a lutar por ele. Acham que Esdras é jovem e pode reconstruir sua vida. 

Durante um encontro político, Eraldo e Valdenes - que são candidatos a prefeito e vice de Lagoa da Italianinha, respectivamente - chamaram Esdras para uma conversa particular. Eraldo disse:

- Me diz uma coisa, o que tu acha dessa mulher que veio da Suécia?

- Um encanto de pessoa. Muito bonita, inteligente e prestativa. 

Valdenes disse:

- Oxe, tu devia casar com ela! 

- Mas... eu tenho medo de trair Emma. 

- Mas trair, como, se Emma já morreu? - disse Eraldo. - tu é jovem, e tu precisa de uma esposa. 

Valdenes disse:

- Olha, eu dou aula de desenhos pra sua filha, e ela fala com muito carinho da Greta. Não é por nada, não, meu patrão, mas acho que o amigo tá mijando fora do penico. Te liga, não, se cochilar, o cachimbo cai, já sabe. 

- Por favor, não posso. Greta é maravilhosa... sei que ela seria uma boa mulher, mas...

- E tu vai ficar preso a uma pessoa que já faleceu, homem? - disse Eraldo. 

Valdenes disse:

- Esdras, não é por nada, não. Mas não deixe essa oportunidade passar. 

- Tá, vamos dizer que eu vá me declarar pra ela. Quem me garante que ela vai me dizer um "sim"?

Eraldo disse:

- Homem, se ela fosse responder um "não", a gente estaria aqui falando com você? Te orienta, cara! A gente a conhece muito bem, e ela é a melhor amiga da minha irmã Fabíola. Homem, acorda. 

Eraldo e Valdenes saíram, e Esdras ficou pensativo. 

Rúbia resolve mudar de grupo novamente e tenta se unir a Ana Karina

 

Há alguns dias apoiando Eraldo para prefeito e Valdenes para vice-prefeito, Rúbia decidiu novamente mudar de grupo. Do nada, rompeu com Eraldo por ele não pagar para ela - algo que ele nunca havia prometido - e decidiu tentar um acordo com outra candidata, Ana Karina. 

Rúbia foi procurar Ana Karina, que lhe disse:

- De novo tu vai mudar de grupo? Tu era a vice de Joni von, brigou com ele, se juntou com Danúzia, depois apoiou Marlene, e agora vai deixar Eraldo?

- Preciso que me paguem! Só isso. Estou com quem me pagar melhor. 

- Rúbia, sinto muito, mas a gente não trabalha com isso. 

Rúbia disse:

- Oxe, e o dinheiro do fundo eleitoral? Eu posso ser pobre e suja, mas eu conheço as leis! 

Ana Karina pediu um tempo para pensar, mas Rúbia foi logo declarando apoio a Ana Karina. A juíza Suely e a gari Jessy, que é candidata a vice de Ana Karina, logo de cara, foram contra a entrada de Rúbia no grupo. 

Ana Patrícia atordoada pelas ruas

 

Irmã mais nova do deputado estadual Moab, a Ana Patrícia estava andando atordoada pelas ruas. A madame estava descabelada e até descalça, e não se sabe o que causou todo o estresse. Ela foi para a lanchoenete de Quitéria, no Pátio Verona, onde começou a beber. 

Ana Patrícia dizia:

- Odeio pobre, tudo um lixo, e ainda por cima, esses descalços nojentos, andar descalço é coisa de gente nojenta!

Quitéria disse:

- A senhora está descalça! 

Ana Patrícia não falou nada, e continuou tomando cerveja. Moab apareceu, e disse:

- Mas o que está acontecendo?

- Me deixa! - disse Ana Patrícia. 

- Nada disso, você é minha irmã e não posso te deixar assim, senão o povo vai falar!

- Que se dane o que esse zé povinho fala!

Moab pegou Ana Patrícia pelos braços, e disse para Quitéria:

- Amanhã te pago o que ela consumiu aqui, não se preocupe. 

- Ela consumiu muito, bebeu umas quatro garrafas de cerveja inteira. 

- Amanhã, a gente conversa!

Ana Patrícia gritava:

- Me solta!

- Nada disso, vai pra casa!

Moab jogou Ana Patrícia no carro e eles foram para casa. 

Wéllia e Malu são avisadas sobre Capitu

 

Numa certa tarde, Capitu, a moradora de rua, estava nas proximidades do Terminal Rodoviário, onde pedia esmolas e fazia algumas loucuras, por ser portadora de transtornos mentais. 

Enquanto isso, na escola de música, Valdenes havia mandado chamar as gêmeas Wéllia e Malu, e elas apareceram lá. Wéllia disse:

- O que será que esse mequetrefe tem pra dizer?

- Deve ser algo importante pra gente! - disse Malu. 

Valdenes as recebeu, e disse:

- Bom, preciso falar algo com vocês duas. 

- Oxe, desembucha logo, maloqueiro! - disse Wéllia. 

Valdenes disse:

- Domingo passado, eu estava na rodoviária com Aline Débora, Eraldo e Judilane, quando vimos lá uma mendiga, que veio pedir esmolas pra gente. 

- Sim? - disse Malu. 

- O que me chamou atenção é que ela é a cara de vocês duas! 

Wéllia disse:

- Oxe, que conversa destrambelhada é essa?

- Sim, ela tem o mesmo rosto de vocês. Mas estava suja, descalça, descabelada, e com um cheiro de fezes... acho que ela tinha feito cocô nas calças, também. E segurava um ursinho de pelúcia na mão. 

Wéllia disse:

- Jamais vou aceitar uma mendiga com meu rosto, já basta essa desclassificada da Malu!

- Para com isso, Wéllia. Lembra que nossa mãe falou algo sobre trigêmeas e a gente desconfiou? 

- Nunca iria reconhecer uma irmã mendiga, para com isso! - disse Wéllia. 

- Bom, eu estou contando o que eu vi. Ela deve estar por aí perambulando pelas ruas da cidade. 

Malu disse:

- Ah, que nossa mãe nos deve muitas explicações...

Fabíola passa três dias sumida

 

Fabíola, que em Lagoa da Italianinha, se veste como se estivesse na década de 50, desapareceu sem deixar rastros e seu esposo Tiago ficou desesperado procurando por ela. Tiago pediu ajuda do cunhado Eraldo para procurar por ela. 

Assim se foram três dias. No terceiro dia, acharam Fabíola deitada na rodoviária, dormindo no chão. Tiago disse:

- Fabíola, Fabíola!

Fabíola acordou e disse:

- Oi, meu amor. 

Eraldo disse:

- Por onde tu andava? 

Fabíola disse:

- Eu fui abduzida!

- Hã?????

Fabíola disse:

- Sim, eu fui abduzida, eu estava com ETs, uns homenzinhos verdes, mais feios que Valdenes quando está com diarreia! 

- Credo, que conversa estranha! - disse Eraldo. 

Tiago disse:

- Vamos pra casa, Fabíola. 

- Sim, eu quero escrever essa experiência maravilhosa em minha máquina de escrever!

Levaram Fabíola para casa e ela não parava de falar em ETs. 

Leila recebe a visita de Candoca


 Certa tarde, na rodoviária de Lagoa da Italianinha, desceu Candoca, que vinha de Santana do Pajeú. Ela queria rever sua amiga Leila. Candoca chegou na lanchonete de Marlene e disse:

- Vocês conhecem uma Leila, uma galega, que vende picolés. 

- Sim, ela tá por aí - disse Deinha, funcionária da lanchonete. 

- Como eu encontro ela?

- Bom, ela sempre vem pra cá depois que termina de vender picolé. 

Candoca ficou ali esperando. Uma hora depois, Leila apareceu, e ficou feliz ao rever a amiga de infância. As duas se abraçaram. Candoca disse para Leila:

- Mulher, tu continua descalça, é?

- Claro, eu não uso calçados. 

- Oxe, do mesmo jeito que quando tu morava lá. Toda de rosa e descalça. 

Leila disse:

- E tu andava descalça, mas tá usando sapatos agora. 

- Sim, mas eu continuo andando descalça, só estou de sapatos por conta da viagem. 

- Isso é para os fracos, eu tô fora. Até para o trabalho vou de pés no chão, é assim que sou. 

Candoca disse:

- Tu mora onde?

- Olha, onde eu moro não seria bom tu ir. É um lugar bem perigoso, eu tô muito visada lá, arrumei briga com a Dani Cruel, uma bandida. 

- Nossa. 

- Mas tu pode ficar nessa hospedaria de Luciana, aqui perto. A não ser que tu seja mais corajosa. 

- Oxe, eu vou contigo, sim. 

Leila e Candoca foram conversando bastante, e chegando em casa, um dos capangas de Dani Cruel. o Galego, disse:

- Quem é essa?

- Ela é minha amiga de Santana do Pajeú. Algum problema ela ficar na minha casa por hoje?

Galego disse:

- Não, pode ficar. 

Candoca disse para Leila, quando entrou:

- Ele é tão bonito, pena que tá no crime...

- E tu tira os sapatos, não gosto de ver ninguém com calçados principalmente na minha casa. 

- Tá bom, eu tiro. - disse Candoca, rindo. 

Candoca tirou os sapatos, tomou um banho e jantou. As duas conversaram até tarde. No dia seguinte, deram um passeio rápido pelas ruas da cidade, e depois, Candoca voltou para Santana do Pajeú. 

A luta de Janaína


Na década de 30, pelas ruas de Vila Dourada, a Janaína vendia comidas aos transeuntes. No ano de 1935, ela já tinha 47 anos, era casada com o agricultor Jadilson e tinha dois filhos já adultos na época, o Jadiel e a Jamile. Algumas vezes, Jamile acompanhava sua mãe nas vendas.

Janaína, que nasceu em 1888, sempre foi muito humilde. Nunca estudou e sempre lutou para sobreviver. Mesmo já casada, ainda era muito pobre. Vivia em uma cabana humilde e simples. Faltava dinheiro, mas sobrava amor. 

Jamile, a filha caçula, tentava ser amiga da riquinha Jennifer, a filha do coronel Jefferson, esperando obter vantagens, mas Jennifer esnobava Jamile por ser pobre. Em alguns momentos, Jamile até entrou em conflitos com sua família.

Janaína permaneceu muitos anos vendendo comidas pelas ruas. Em 1958, quando ela tinha 70 anos, ainda era pobre, mas melhorara um pouco de vida. A cabana já havia virado uma casa humilde mas muito mais confortável. Nessa ocasião, com os pais já idosos, Jadiel cuidava da agricultura e Jamile vendia comidas. 

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Esvalda na rodoviária


Numa certa manhã, a mendiga Esvalda estava na rodoviária de Lagoa da Italianinha. Ela havia passado a noite dormindo ali mesmo. Marlene, a dona da lanchonete, chegou ali e disse para suas duas funcionárias Santa e Deinha:

- Não dêem muita atenção para essa tal de Esvalda, ela está drogada, podem ver que os olhos dela estão vermelhos. 

Deinha disse:

- Além de não tomar banho ainda vive nas drogas. Isso é triste demais. 

Esvalda se levantou e se aproximou da lanchonete. Exalava um mau cheiro forte. Disse para Santa:

- Bota uma dose pra mim!

Santa ficou desconfiada. Esvalda disse, já nervosa:

- Tais olhando o que, tais me tirando é? Eu tô com dinheiro aqui! Bota logo a dose! E quero cigarro também!

Santa serviu Esvalda, e ela se sentou ali perto. Santa disse:

- Essa mulher tem família não é?

- Tem sim - disse Deinha - mas ela não se dá bem não. Saiu de casa por causa de drogas e por que não queria tomar banho. 

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Izabel detona ex-amigos


Izabel, que atualmente é candidata a vice de Joni von, anda aproveitando a campanha para criticar Eraldo e Valdenes. Izabel era amiga de ambos, mas rompeu a amizade com eles.

Izabel, que também anda sempre descalça, defende também o direito de andar nua em público. Já foi presa algumas vezes por esse motivo.

As críticas de Izabel contra Eraldo e Valdenes foram tantas que a coligação de Eraldo já estudava a possibilidade de processar Izabel. Ela chama Eraldo de "louco" e Valdenes de "doido" principalmente pelo fato dele tomar banho de roupa. Ela dizia que a cidade não poderia estar nas mãos de uma "dupla de malucos".

domingo, 25 de agosto de 2024

A mendiga Capitu


 Num certo domingo de manhã estavam os casais Eraldo e Judilane, e Valdenes e Aline Débora tomando café juntos na rodoviária de Lagoa da Italianinha. De repente chegou uma moça muito pobre com um ursinho de pelúcia, descabelada, descalça e suja demais. Ela pediu uma esmola. Valdenes disse:

- Mas espere, moça. Seu rosto não é estranho. Qual seu nome. 

- Sou a Capitu!

- É que tu lembra a aparência de duas irmãs que eu conheço. 

- Eu? Nem família tenho, moço.

Eraldo deu um trocado para Capitu. Quando ela saiu, ele disse:

- Coitada parece que é meio maluca... Tava até com um cheiro, acho que cagou nas calças...

- Mas Eraldo, tu não notou o quanto ela se parece com Malu e Wellia?

- Não tinha percebido.

- É porque ela tá suja e descabelada mas deu pra notar.

Capitu estava por ali e Aline Débora se aproximou dela e disse:

- Moça de onde tu vem?

- Recife. Eu vim pra cá de ônibus por acaso. Gostei daqui acho que vou ficar aqui mesmo.

- Está certo.

Aline Débora voltou a mesa e Judilane disse:

- Ela disse alguma coisa?

- Sim ela disse que veio do Recife e veio pra cá por acaso, ela gostou e quer ficar aqui. 

Os quatro sairam dali e foram para suas casas, enquanto Capitu ficou na rodoviária.


sábado, 24 de agosto de 2024

Fabiana mostra coragem na Conjuração Baiana

 

Embora morando em Vila Rica, a jovem Fabiana era baiana de nascimento, e ela, em 1798, já casada com o americano Wrialle, pediu para irem até a Bahia ajudar os revoltosos. 

Wrialle admirou a força e a coragem de sua esposa. Mesmo parecendo uma camponesa pacata, ela demonstrava coragem, força e rigor. 

Mas seus pais ficaram preocupados com o que poderia acontecer com Fabiana. Ela disse:

- Não se preocupem, estarei em proteção, meu marido irá comigo. 

A mãe disse:

- Não se esqueça do que aconteceu alguns anos atrás com Tiradentes aqui em Vila Rica, filha. 

- Não esqueço. Mas quero pagar o preço, se for necessário. 

Wrialle disse:

- Estarei ajudando oferecendo minha experiência como guerreiro na luta pela independência lá do meu país, os Estados Unidos da América. O resultado é que agora os Estados Unidos são uma nação livre e independente, lá está sendo governada por um segundo presidente, John Adams, sucessor de George Washington. Quero que isso aconteça aqui também e estarei pronto para ajudar minha amada e o estado dela. 

- Vão com Deus, que Ele proteja vocês!

Wrialle e Fabiana partiram para a Bahia e estiveram por lá até 1799, quando a Revolta dos Alfaiates foi derrotada. O casal conseguiu escapar e voltar sem punição para Minas Gerais. 

Jacilene e a Revolução Pernambucana

 

Em 1817, a francesa Jacilene já tinha 65 anos de idade e no estado onde ela estava vivendo, Pernambuco, aconteceu um movimento separatista. Ela viera da França, que havia passado por uma revolução, e havia residido em Vila Rica muitos anos, entre 1782 e 1811. 

Jacilene, ao saber do movimento, pediu ao seu marido, pernambucano, para ajudar os revoltosos. Jacilene, apesar de ser francesa, já amava o Brasil como sua segunda pátria e já considerava o Brasil um país separado de Portugal. 

Eles foram algumas vezes em Recife levar ajuda para os revoltosos. O movimento chegou até mesmo a separar Pernambuco do resto da colônia, mas acabou vencido pelas tropas de D. João VI, e até mesmo a comarca de Alagoas foi separada de Pernambuco. 

Jacilene, nessa época, vivia em uma fazenda no interior de Pernambuco. Vizinho à fazenda, havia uma paróquia, algumas pequenas casas, já formando um pequeno povoado que recebeu o nome de Vila Dourada, por sugestão de Jacilene. 

O dia que Getúlio Vargas morreu

 

O Brasil parou para ouvir a notícia do suicídio do então presidente Getúlio Vargas, ocorrido em 24 de agosto de 1954. Na venda de Ed, no sítio Maniçoba (que já era uma vila), em Pernambuco, não se falava de outra coisa. Estavam ali o coronel Jefferson, o italiano Jadiael, o italiano Hélio e até o fazendeiro Daniel, que já tinha 94 anos nessa época. 

Ed disse:

- Ouviram que o presidente se matou? Deu um tiro no peito e morreu? Deixou até uma carta-testamento, onde dizia: "Saio da vida para entrar na História"...

Jefferson disse:

- Eu ouvi, sim, essa história tá muito mal-contada...

- Pois pra mim, ele foi covarde, que nem o da Alemanha, nove anos atrás - disse Jadiael. 

Daniel disse:

- A pressão tava grande em cima dele, tinha até denúncias de corrupção, e um dia desses tentaram matar um jornalista que vive denunciando ele, um tal de Carlos Lacerda... 

- Sim, seu Daniel. E chegaram num tal de Gregório Fortunato, o chefe da guarda presidencial - disse Ed. 

Hélio disse:

- Mamma mia, agora quem assume? 

- O novo presidente será o Café Filho. Ele é o atual vice. Ele já foi jogador lá no estado dele, Rio Grande do Norte - disse Ed. 

Enquanto isso, Mônica estava inconsolável. Ela era admiradora incondicional de Getúlio Vargas. Seu filho Antônio Neto trouxera a notícia. Ela disse:

- Ele não se suicidou, Antônio! Mataram ele!

- A senhora acha?

- Mas é claro. Não tem quem me faça mudar de ideia. Ele tinha muitos inimigos! 

Ana Patrícia tenta humilhar Valdenes

 

Numa certa noite, nas proximidades do Pátio Verona, a maléfica Ana Patrícia encontrou o Valdenes, e disse à ele:

- Olha aí o Zé Ruela que quer ser vice-prefeito...

- Falou comigo?

- Falei, sim. 

Ana Patrícia olhava-o de cima abaixo, e dizia:

- Roupa social, descalço... foi por esse mequetrefe que minha sobrinha se apaixonou?

- Olha, dona, se veio encher minha paciência, pode dar meia volta. 

- Nada, só vim pra ver o tipinho por quem minha sobrinha Josiane ficou louca. Uma vergonha pra família. 

Valdenes disse:

- Olha, não banque a santa, que eu já sei sua história. Sua mãe Jennifer tinha desgosto com você. 

- Não coloque minha mãe no meio. 

- Então, dê o fora, madame, que eu não pedi nenhuma opinião sua. 

Ana Patrícia se retirou, e Valdenes disse:

- Agora já sei a quem a sobrinha dela, a bruxa da Danúzia, puxou...

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O casal russo


Morando há pouco tempo em São Paulo, oriundos de Moscou, o padre Bóris e sua esposa Olga foram para a lanchonete nordestina de Jucilene. Ela foi atender os dois e disse:

- Seja bem vindo, padre. E ela, é sua irmã, prima????

- Não, é minha esposa. 

Jucilene ficou pasma. Ela disse:

- Mas espera, o senhor é padre?

- Sou, sim. 

- E como pode ser casado?

Ele riu e disse:

- Ah, entendi sua dúvida. É que sou padre, mas não da Igreja Católica Romana, mas sim da Igreja Católica Ortodoxa. 

- E qual é a diferença?

- Nós, ortodoxos, não somos seguidores do Papa de Roma, temos uma autoridade simbólica da Igreja de Constantinopla. E ao contrário do que acontece na Igreja de Roma, o celibato não é obrigatório. A questão só é que tem que estar casado antes da ordenação. Eu já era casado quando fui ordenado. 

- Ah, entendi, é que sou lá do Nordeste, eu vim de Pernambuco, de uma cidade chamada Lagoa da Italianinha. Lá só se fala em Igreja Católica Romana, Padre Cícero, Frei Damião...

- Entendemos, e que a Igreja Ortodoxa ainda é pouco presente aqui no Brasil. Ela é mais presente lá na Rússia, de onde nós viemos, e nos países próximos, como Ucrânia, Grécia, Turquia...

- Ah, entendi...

Jucilene serviu ao padre e sua esposa. Jucilene continuou fazendo perguntas:

- Essa tua igreja, tem missas, tem santos?

- Tem, sim, normalmente. Não sei se tu sabe, mas qual é a Igreja mais antiga do mundo?

- Oxente, a nossa, a católica. 

- Sim, mas a Igreja de Jerusalém, onde tudo começou, está fazendo parte da confissão ortodoxa. Roma só conheceu o Cristianismo alguns anos depois. Nós tínhamos comunhão unidas, mas Roma queria comandar todas as igrejas do mundo, e isso não aceitamos. Constantinopla, Jerusalém, Antioquia e Alexandria rejeitaram isso, e aí houve a separação. Nosso líder espiritual é o Patriarca de Constantinopla, mas a autoridade dele é simbólica, pois cada igreja local pode tomar suas próprias decisões. 

- Entendi...

O padre e sua esposa lancharam, e depois, pagaram a conta, e o padre Bóris disse:

- Muito obrigado, gostei do seu atendimento. A Igreja Ortodoxa fica logo aqui perto, espero vê-la na missa. Não se preocupe, é sem compromisso. 

- Muito obrigada. 

O padre e sua esposa saíram, e Jucilene se perguntou:

- Pra que tanta religião? Deus não é um só? 


Mendigos que têm família e poderiam estar debaixo de um teto

Em Lagoa da Italianinha, algumas pessoas que vivem nas ruas da cidade têm na verdade, família, e poderiam estar debaixo de um teto; mas por diversas razões, se entregaram a problemas como vício, depressões, revolta contra a família, rejeições e vida no submundo do crime. 

Algumas mulheres que dormem nas ruas da cidade vêm de famílias até mesmo abastadas. A mais famosa talvez seja a Gigi. Parte de uma família de classe média na cidade, ela é irmã da aeromoça Valéria, da Bruna, da doente mental Rafinha, da cantora Milady, que mora na Alemanha e até mesmo da vereadora Vanessa. Gigi, porém, se viciou em drogas, e o convívio dela com a família se tornou insuportável, de modo que ela passou a viver nas ruas, desde o distante ano de 2006. Gigi não quer saber de sua família e não fala com nenhum deles. 

Priscila é outra mendiga que também vem de boa família. O pai é taxista e a mãe é cozinheira no restaurante de Paula. Mas Priscila nunca quis saber de trabalhar, e começou a praticar roubos. Foi expulsa de casa e desde então, mora nas ruas e anda com os mendigos de alta periculosidade, também envolvidos com o crime. 


Dardina, outra moradora de rua, é descendente, sendo bisneta da cantora alemã Danielly. Mas diferente de outros parentes, Dardina se envolveu com golpes e começou a roubar. Ela acabou indo parar nas ruas, quando fugia da polícia. Atualmente vivendo nas ruas, continua a dar golpes. O botânico Esdras e a cantora Thayze são seus primos distantes. 

Outra moradora de rua, Silvana, se recusa a falar dos seus parentes. Na cidade, alguns contam que eles são pessoas ricas, mas rejeitaram Silvana por seu envolvimento com negócios ilícitos. Silvana passou a viver nas ruas e não tem medo de dormir em qualquer calçada, mesmo que envergonhe o nome de sua parentela. Alguns dizem que ela seria inclusive, parente da deputada federal Sandra Valéria, mas tanto a família da deputada como ela mesma se renegam mutuamente. 


A mendiga Esvalda também teria parentes morando debaixo de teto. Mas ao contrário dos outros exemplos acima, Esvalda teria fugido de casa por não suportar a ideia de tomar banho. Hoje, caminha muito suja pelas ruas, de modo que as pessoas não aguentam ficar perto dela. 


A mendiga Deza, outra muito suja, também é alvo de um boato - nunca confirmado - de que teria família rica. Alguns alegam que ela, a mendiga mais antiga da cidade, seria neta da cantora portuguesa Mary Dee, e seria tia de Paula (a dona do restaurante), Luciana (a dona da pensão) e Mimi, que atualmente é candidata a prefeita de Lagoa da Italianinha. Mas Deza não aceita falar sobre o assunto, por alguma razão muito terrível. 

Agora falando em relação aos homens que vivem nas ruas, Guilherme talvez seja o caso mais recente de uma pessoa que vive nas ruas e não precisaria disso. Irmão de Valdenes, Juju Doida, Jad e Vitória, Guilherme também foi convidado a morar nos conjuntos residenciais onde eles agora vivem depois de terem vivido nas ruas. Mas Guilherme não aceitou, preferindo ficar nas ruas, para ficar ao lado da mendiga Andreza. 


Gílson, que por sinal, anda bem sujo, também teria uma família, e não precisaria estar vivendo nas ruas. Conta-se que ele saiu de casa por ser bem violento, e desde então, tem vivido ao relento. Mas a história dele é a mais misteriosa de todas. 



A volta de Priscila

 

Na rodoviária de Lagoa da Italianinha, a mendiga Priscila estava por ali, na lanchonete de Marlene, lanchando. Priscila, mesmo fazendo parte de uma família que não era muito pobre, morava nas ruas e vivia no crime. Priscila havia inclusive saído da cadeia, onde estivera presa por roubo. 

Em dado momento, Marlene provocava Priscila, e ela dizia:

- Oxe, tu por aqui de novo? Vai aprontar mais?

Priscila disse, nervosa:

- Não me estresse, não, quer me ver na cadeia de novo, é? 

- Isso é vida? Tu uma jovem bonita, seus pais ficam tristes com sua situação - disse Deinha. 

- Não meta meus pais nessa história, isso não te interessa. Eu moro nas ruas por que fui expulsa de casa, e isso não te interessa! 

Priscila ficou por um tempo ali lanchando e depois foi embora. 

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Wéllia e Malu ficam desconfiadas da mãe

 

Numa certa noite, durante o jantar, as gêmeas Wéllia e Malu estavam à mesa com a mãe Selma, e Alice, a filha de Wéllia. Em dado momento, Wéllia, tentando provocar sua irmã, disse:

- Fala a verdade, mãe, a senhora sempre me amou mais, né? Veja, eu sou linda, elegante, diferente da outra aqui uma hippie de chinelas. 

- Filha, isso não existe pra mim. 

- Isso nem me interessa muito, Wéllia - disse Malu - tu é quem gosta de ficar querendo ser a preferida. 

Selma disse:

- Quando vocês três saíram do meu ventre, eu as amei igual. 

Wéllia disse:

- Três?????

- Digo, duas. Foi sem querer. 

Malu disse:

- Ué, mãe, até onde sei, só eu e Wéllia somos suas filhas. 

- Filhas, foi engano meu. Estou um pouco cansada. Vamos comer em paz. 

Alice, que escutava a conversa, ficou mais uma vez desconfiada, pois já tinha ouvido a sua tia-avó Valquíria falar de uma suposta trigêmea. Selma a olhou, e Alice não falou nada. 

Mais tarde, Malu estava no quarto, e Wéllia bateu na porta. Malu temerosa, não queria abrir, mas Wéllia disse:

- Abra, não vim brigar com você. 

Malu abriu e Wéllia disse:

- Estou desconfiada dessa conversa estranha de mamãe. Ela falou em três, mas ela só teve eu e você como filhas. 

- Fiquei também sem entender. Mas acho que se ela tivesse mais uma filha, já saberíamos, não acha? Nós temos quase 42 anos, Wéllia. 

- É, pode ser. Mas fiquei sem entender, fiquei desconfiada. Eu não quero nem imaginar que tenha outra igual a mim. Já basta você. 

- Você disse que não veio pra brigar. 

- Não vim mesmo. Já estou de saída. 

Wéllia se retirou, e Malu foi dormir. 

Suely faz aniversário e recebe sua filha Sara

 

A juíza Suely completou mais um aniversário, e recebeu parabéns de suas irmãs, a prefeita Myllena, a vereadora Karoline e a empresária Ilene. Sua sobrinha Giovanna Victórya também lhe parabenizou. Mas o maior parabéns veio de sua filha, a modelo Sara, que é candidata a vereadora e suspendeu a atividade de campanha para homenagear sua mãe. 

Suely realizou um encontro simples, com a presença de suas candidatas a prefeita Ana Karina e a vice-prefeita Jessy. 



Sara estava no momento e deu um beijo em sua mãe, dizendo:

- Estamos em palanques diferentes, pois estou apoiando a tia Myllena, mas jamais vou deixar de estar do seu lado. 

- Muito obrigada, Sara! Fico tão feliz pela filha que tu é, e que me dá orgulho...

Quando Ana Karina e Jessy se retiraram, Suely e Sara se sentaram pra conversar. As duas trocaram muitas ideias. Ao final, Suely disse:

- Meus cabelos estão começando a crescer, vou raspar agora. 

- Os meus também, vamos raspar juntas. 

Suely e Sara rasparam juntas suas cabeças e uma ria da outra diante do espelho. Elas até brincavam fazendo uma competição de "quem tinha a cabeça mais lisa". 

Giovanna na preparação para ser prefeita

 

Animada com pesquisas internas que lhe garantem uma vitória, a prefeita Myllena já começa a preparar sua filha, Giovanna Victórya, que também é sua candidata a vice-prefeita, para assumir seu posto logo em 2026. A prefeita descalça disse para sua filha:

- Tudo indica que as urnas me consagrarão este ano a um novo mandato, eu recebi hoje do Recife resultado de pesquisas internas, e em comparação com a semana passada, já cresci dois pontos e Mimi já caiu dois pontos. Claro que temos que trabalhar com humildade, mas saiba, filha, se isso acontecer, você já se prepare para comandar os destinos dessa cidade, pois eu já ganhei mais apoios no Sertão do Pajeú pra ser candidata a deputada estadual. 

- Sério, mãe?

- Sim, aqui em Lagoa da Italianinha e na vizinha Vila Dourada, já sou majoritária, e já consegui apoios de peso em Nova Humaitá, lá na Mata Norte, e em Santana do Pajeú, no sertão do Pajeú. 

- Puxa, mãe, e eu serei prefeita. 

- Sim, mas não se preocupe. Caso eu ganhe, durante os primeiros um ano e três meses do mandato, eu estarei lhe preparando devidamente, além de tu ser vice, vou lhe dar uma secretaria pra tu ficar mais no dia a dia da Prefeitura. Tem coisas que eu já vou repassar pra você resolver. Você é uma moça inteligente e sei que tu vai dar conta do recado. 

- Obrigada, mãe. 

- E lembre-se, filha. A política é ingrata, é um ninho de serpentes venenosa. Tem gente que hoje desce a lenha na gente, que se a gente ganhar, vão vir pro nosso lado. E tem outros que estão com a gente hoje, mas se perdermos, vão pro lado de lá. Saiba lidar com essas cobras, eu te ensinarei a isso. 

- Pode deixar, mãe. 

- Mas morre aqui nossa conversa, tá? Se isso vazar, o povo vai querer votar na oposição. 

- Pode deixar, mãe. Eu não falarei nada. 

Dani Cruel impõe toque de recolher e Leila é obrigada a dormir na rua

 

No Alto do Cruzeiro, a perversa criminosa Dani Cruel mandou reunir todos seus comparsas, incluindo as cúmplices Yellow, Lucineide e Cristiane, além dos capangas Galego, Remela, Pitoco e Orelha. Ela, mesmo usando uma tornozeleira, não se contém para cometer maldades. Ela disse:

- Estou sabendo que existe um plano para me matar, e esse plano vem daqui dessa comunidade. Eu vou descobrir quem é e essa pessoa vai pagar com o próprio sangue. Quero que imponham aqui toque de recolher, a partir das 9 da noite, quem não entrar em casa, não entra mais. 

Galego disse:

- Tem gente que chega aqui depois desse horário...

- Pois que se danem, que vá dormir nas ruas. Eu mesma já dormi nas ruas mais de trinta anos, ok? E só podem sair daqui depois das 6 da manhã, nada de sair antes disso, que vai pra bala! 



Leila, a vendedora de picolés, chegou em sua casa era 9 e 10, e Galego, Remela, Pitoco e Orelha a abordaram, dizendo:

- Não pode mais entrar na sua casa. 

- Mas o que significa isso? Eu trabalhei o dia todo e estava estudando, eu quero aprender a ler e escrever. 

Remela disse:

- São ordens de Dani Cruel, nossa patroa!

- Oxe, e agora ela é a autoridade aqui, é? Vou pra minha casa. 

Pitoco apontou uma arma e disse:

- Galeguinha, não queremos te matar, por favor, não nos obrigue a isso. 

- É melhor obedecer. Só pode voltar aqui depois das 6! - disse Orelha. 

Leila disse:

- Quero ver se vão ficar aqui a noite inteira, eu aproveito e entro. 

- É melhor não tentar, por que vamos vasculhar, e se te acharmos aí dentro, não vai ser bom pra senhora. - disse Galego. 

- Está bem, vou dormir na rua. Não é a primeira vez que durmo na rua, mesmo. Mas isso não vai ficar assim!

Leila saiu dali, revoltada, e foi dormir na rodoviária. 

Comerciante mal-intencionado se aproveita de ingenuidade de Patrícia

 

Embora não gostasse muito de dinheiro, a mendiga Patrícia catava latinhas para sobreviver. Mesmo com sua situação física - corcunda, e precisa de bengalas improvisadas -, Patrícia cata latinhas para ganhar um trocado para comer. 

Mas numa certa vez, ela levou as latinhas para um homem que lucrou 70 reais com ela, mas deu a ela apenas 50 centavos. Patrícia aceitou, pois não gostava de brigar, especialmente por dinheiro. 

Quando ela contou isso na rodoviária, estavam ali a Deinha, que trabalha na lanchonete de Marlene, e a Sílvia, a maluca. Sílvia disse:

- Dona Patrícia, a senhora catou latinhas para um cabra safado que ganhou 70 reais e ele só te deu 50 centavos??????

- Foi, eu nem quis brigar com ele...

Deinha disse:

- Mas ele te explorou, dona Patrícia. Se aproveitou da sua bondade. 

Sílvia disse:

- Um cabra safado desse, se ele fizesse isso comigo eu jogava a moeda de 50 na cara dele, ou mandava ele enfiar no...

- Calma, Sílvia, calma! Postura! - disse Deinha. 

- Mas como ter postura com uma coisa dessas? 

Patrícia disse:

- Ele disse que só tinha aquele dinheiro...

- Isso é um cabra safado, eu conheço ele! - disse Sílvia. - nunca mais venda latinhas pra ele! Se a senhora voltar a vender latinhas pra ele de novo, eu não olho mais pra sua cara! 

Deinha disse:

- Esse conselho é pro seu bem, dona Patrícia! 

- Eu entendo, não se preocupe... vou dormir um pouco, tô muito cansada. 

Patrícia se deitou no chão da rodoviária e pegou no sono. Sílvia disse:

- Dona Patrícia é muito boa demais, e aparece esses cabras safados pra se aproveitarem da bondade dela! 

- Infelizmente... a gente não pode ser bom demais nesse mundo, não...

Alessandra fala do Caso Geli

 

No ano de 1931, bem antes de viver horrores no campo de concentração, a alemã Alessandra militava pela esquerda na política da Alemanha. Nessa época, surgiu uma notícia de que Geli, a sobrinha de Hitler, havia cometido suicídio após ter sido controlada pelo tio, que supostamente tinha interesse amoroso nela. 

Nessa época, ele ainda não havia chegado ao poder. Numa certa noite, Alessandra estava em uma cervejaria, e ela disse a alguns homens e mulheres, alguns comunistas, naquela noite:

- Será que agora com essa morte da sobrinha dele, o povo alemão vai acordar a não vai dar chance a esse psicopata? 

- Falam muitas coisas sobre esse caso... 

Alessandra disse:

- Ele tinha obsessão pela sobrinha, ele queria controlar ela. Ele queria repetir a mesma coisa do pai dele, que foi casado com a sobrinha dele, também. A mãe dele era também sobrinha do pai dele. Imagina, Hitler era também primo da própria mãe. E sobrinho-neto do próprio pai! 

- É um horror!

- Mas eu acho que agora, acabou a carreira política dele. O povo alemão não irá dar chance pra ele. Ele vai voltar pro ostracismo de onde ele nunca deveria ter saído! - disse Alessandra. 

Mas o tempo mostrou que Alessandra estava errada, pois ele foi nomeado chanceler dois anos depois em 1933, e instalando a terrível ditadura da qual ela viria a ser vítima. 

O projeto polêmico de Joni von


 Um dos candidatos a prefeito de Lagoa da Italianinha, Joni von provocou polêmica ao declarar em uma sabatina que pretende, caso eleito, proibir as pessoas de andar descalças pelas ruas. Ele disse:

- Nossa cidade parece mais uma colônia de mendigos, é gente que não quer ter calçados e querem sair pelas ruas com os pés no chão, temos que colocar uma lei para proibir isso, não pode continuar dessa forma. Aqui estamos no Nordeste do Brasil, e não na Austrália! 

A fala dele repercutiu mal, pois ao contrário das cidades próximas, algumas pessoas adotam o hábito, incluindo a própria prefeita Myllena, candidata à reeleição, que inclusive, não tem calçados. Valdenes, o candidato a vice de Eraldo, que também anda descalço, protestou contra a fala de Joni von. Mas o pior é que Joni esqueceu que sua própria vice, Izabel, também é uma descalça. Izabel protestou contra Joni e ameaçou romper com ele se ele não retirasse o projeto. 

Os descalços protestaram contra Joni von, que foi obrigado a recuar, e disse que retiraria a ideia. Ele disse:

- Peço desculpas e retiro o projeto, e pensem bem, pilantra por pilantra, votem num pilantra honesto! 

Em Caruaru, ex-modelo relata situação de Andreza

 

Depois que voltou de Lagoa da Italianinha, a ex-modelo que encontrou por lá a mendiga Andreza ainda estava chocada com a situação que ela vive atualmente. Enquanto anoitecia, ela foi se encontrar com seu chefe, que também trabalha com modelos. Ele disse:

- O que você tem? Por que estás assim?

- Olha, eu fui lá em Lagoa da Italianinha, lá perto de Lajedo, onde o senhor me mandou, para divulgar uma loja de roupas de lá.

- Sim, e você fez tudo certo, eu já sei. 

- Mas eu encontrei lá sabe quem?

- Quem?

- Andreza, lembra dela? 

- Andreza?

- Sim, uma bem linda que parecia uma índia, ela foi modelo aqui na década de 90 pro começo dos anos 2000. 

- Sim, eu me lembro. Nem tive mais notícias dela. 

- Ela está na sarjeta, meu patrão. Ela disse que foi roubada pelo ex-noivo, um tal de Hamilton. 

- Hamilton, eu sei quem é. Mas e a Andreza?

- Andreza tá morando lá nas ruas, toda suja, ela fede demais, a boca dela tem mau hálito, catinga de cigarro, ela fede a sovaco e a urina, o cheiro de urina dela é tão forte que a pessoa sente de longe. Isso por que ela só mija nas calças. Tá com roupa encardida, descalça... e acho que ela não toma banho há um bom tempo...

- Minha nossa, o que uma traição não é capaz de fazer...

- Mas o pior não é isso. Eu ofereci ajuda mas ela não quis. Ela quer continuar nas ruas. Imagina, ela já tá perto dos cinquenta anos, não tem família, nem marido, nem filhos... Ela quer ficar assim. 

- Infelizmente, se ela não quer ajuda, não adianta forçar. Mas é muito triste que ela tenha ficado desse jeito. Mas por que ela acreditou na pessoa errada. Eu sempre avisei a ela que Hamilton não valia nada! Ela quem não escutou. 

-  Eu sei...

- Vamos esquecer isso um pouco, e vamos jantar...

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Greta e Esdras nutrem uma aproximação forte

 

Morando há alguns meses em Lagoa da Italianinha, no agreste de Pernambuco, a sueca Greta anda muito próxima do botânico Esdras, com quem tem encontro diariamente. Não bastasse isso, Greta ainda é muito apegada à pequena Hadassa, filha de Esdras. Hadassa gosta tanto da sueca que já andou dizendo que a quer "como sua nova mãe". 

Greta mudou um pouco o visual, deixando seu cabelo mais curto, para ficar mais parecida com a mãe. Mas continua se vestindo com roupas da década de 60, além de adotar dois hábitos comuns entre alguns poucos moradores na cidade: andar descalça pra todo canto e tomar banho vestida. 

Em Lagoa, comenta-se que Esdras e Greta estão tendo um namoro. Apesar de gostar do botânico, Greta diz que não quer "substituir Emma". Outro impedimento é que Esdras anda triste, por medo de estar cometendo uma "traição" contra Emma, se ele resolver se casar com a sueca. 

Esdras chegou até mesmo a perguntar tal coisa para a Irmã Alcineia, a freira que foi pegar algumas rosas com ele. Ele disse:

- Eu estou apaixonado pela Greta, aquela moça que veio da Suécia... mas tenho medo de trair Emma...

Irmã Alcineia disse:

- Oxe, homem, para com isso! Emma já morreu e você é viúvo. Portanto, segundo a Bíblia, você pode, sim, se casar novamente. 

- Bem, isso me dá um alívio. 

Greta, por sua vez, recusou duas propostas de emprego para ajudar Esdras no jardim. Ela disse:

- Não me importo com salário, eu quero te ajudar aqui. 

- Bom... vou pensar como te pagar. Mas pode vir. 

- Seu carinho e seu afeto já é meu salário - disse Greta. 

Um italiano valente

 

O italiano Fausto tinha apenas nove anos quando aconteceu a Marcha sobre Roma, em 1922, que colocou Benito Mussolini no poder na Itália. Fausto morava em Roma, e mesmo ainda criança, estava fascinado pelo novo governante. 

Fausto dizia a seus pais que não via a hora de crescer, para virar um futuro guerreiro pela Itália. No ano de 1933, Fausto, com 20 anos de idade, se alistou e começou a combater em prol do fascismo, chegando até a batalhar contra comunistas e socialistas. 

Quando a Segunda Guerra Mundial começou em 1939, Fausto imediatamente estava ali, pronto para o combate. Não foi convocado, o que aconteceu foi que ele se voluntariou. 

Mas, curiosamente, em 1939, Fausto já não simpatizava muito com o Mussolini. Isso porque ele reprovara a aliança da Itália com a Alemanha. Fausto não gostava de Hitler e defendia que a Itália entrasse na guerra do lado dos Aliados, que eram na ocasião França e Inglaterra. Embora fosse um simpatizante do fascismo, achava o nazismo alemão condenável, principalmente por causa da questão racial e antissemita. 

Mesmo assim, Fausto foi à guerra "por amor à Itália". O seu gênio era um tanto violento e ele desprezava as camponesas pobres, achando que elas "não serviam pra nada". Ainda por cima, nutria desprezo contra africanos, sul-americanos e asiáticos. 

Ele lutou na guerra, até 1943, quando a Itália se rendeu. Tentou até sair da guerra, mas nessa altura, ele estava no norte da Itália, que havia sido invadida pela Alemanha. Fausto continuou lutando, pois fora ameaçado de morte. Mas a simpatia passada pelo fascismo acabou se transformando em ódio contra o seu governante. Fausto condenava Mussolini pela aliança com Hitler e por levado a Itália para uma guerra para o qual ela não estava preparada, sem contar a ruína de seu país. 

Quando foi rendido pelo brasileiro Antônio Neto, já em 1945, não ofereceu resistência e se rendeu, passando alguns dias preso pelos pracinhas brasileiros. Nasceu aí a amizade entre Fausto e Antônio Neto, a ponto de Fausto resolver ir morar na América do Sul - que antes ele desprezava. 

Mussolini foi executado em 28 de abril de 1945, e Fausto chegou a cantar o "Bella Ciao". Após a guerra, ele conseguiu permissão pra deixar o país e foi morar em Pernambuco, perto do seu amigo Antônio Neto. Curiosamente, ele que detestava antes camponesas pobres, acabou se apaixonando por Maria Clara, uma camponesa descalça filha de índios, conhecida por sua valentia. Até passou a andar descalço feito ela e largou os sapatos pra sempre. Casou-se com ela e gerou sua filha Leda. 

Valdenes é interrogado por Lia

 

Numa certa noite, Valdenes havia marcado um encontro com Aline Débora para irem juntos na lanchonete de Quitéria, no Pátio Verona. Mas o que não imaginava é que Lia, a mãe dela, iria para o encontro. 

Aline Débora chegou junto com sua mãe, e ela disse:

- Valdenes, ela quis vir comigo. 

- Tudo bem, vamos sentar. 

Lia disse:

- Muito bem, estou sabendo que você está noivo com ela. 

- Sim, estou. 

- E quais suas intenções?

- Ué, as melhores. Pode acreditar. 

Aline Débora disse:

- Mãe, ele também tá sendo candidato a vice-prefeito na chapa de Eraldo, sabia?

- É mesmo??? 

- Sim, mas acho que não ganharemos... aqui tá entre a atual prefeita Myllena e uma tal de Mimi. 

Lia disse:

- Moço, posso te perguntar uma coisa?

- Claro. 

- Tu ainda toma banho com roupa?

- Mas é claro, e ando descalço, também, como está vendo agora. 

- Ótimo, assim ela não se sente sozinha, pois ela também toma banho vestida... e andar descalça, anda em todo lugar, menos em casa. Lá ela usa sapatos. 

- E Valdenes só usa sapatos no banho - disse Aline Débora. 

Lia disse:

- Bem, a conversa está boa, mas eu vou pra igreja. Espero que o senhor apareça lá na igreja com ela, estamos entendidos?

- Sim, é claro. Irei, sim. 

Lia saiu e foi para a igreja. Aline Débora disse:

- Ela quer que você fique indo pra igreja comigo. 

- Eu irei, eu irei!

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Mendiga perturba em sessão da Câmara


Numa certa tarde, durante a sessão da Câmara de Lagoa da Italianinha, entrou uma mulher pobre, e que se sentou em uma das cadeiras. Um pouco suja, trajando blusa preta, calça jeans rasgada suja e tênis velhos, ela começava a olhar os vereadores. 

Em dado momento, durante o discurso do vereador Marco Aurélio, a mulher, chamada Eduarda, disse:

- Tudo ladrão! Tudo ladrão!

Inicialmente, eles não deram ouvidos. Até que Eduarda gritou mais alto:

- Tudo ladrão. Não presta um!

A presidente Karoline mandou a mendiga se calar, mas ela gritava mais forte:

- Tudo ladrão!

Karoline chamou a polícia, e Eduarda continuava falando. Pouco depois, chegaram os policiais Júnior e Ana Clécia, que levaram a mendiga presa. Eduarda não reagiu. Os quinze vereadores e os outros presentes no plenário viram a confusão, abismados.

Karoline, depois de encerrar a reunião, foi procurar saber quem era. Ana Clécia, a policial, disse pra presidente da Câmara:

- Revistamos ela não encontramos nenhuma arma, ela parece não ser muito certa do juízo. Disse que se chama Eduarda, não tem casa, nem família e dorme nas ruas. 

- É, mas ela veio aqui esculhambando com a gente. 

- Não vimos nela uma pessoa de alta periculosidade. Ela é apenas uma mulher que tem transtornos mentais. Sugiro apenas proibir a entrada dela aqui para não perturbar a sessão. Nós investigamos a vida dela e não achamos nenhum crime, inclusive essa foi a primeira vez que ela pisou em uma delegacia. 

- Está certo. Como quiser, Ana Clécia. 

Eduarda ficou algumas horas na cela e depois foi solta, indo dormir na rodoviária. 

Presença de Gilvania assusta pessoas na rodoviária


 Numa certa tarde na rodoviária de Lagoa da Italianinha, apareceu Gilvania com seu estranho e característico visual. Toda de preto, descalça e com um gorro na cabeça, sua maquiagem é totalmente gótica. 

Alguns que ali iam viajar diziam:

- Misericórdia essa mulher parece bruxa ou vampira.

Gilvania encarava as pessoas com um olhar tenebroso, passando medo as pessoas.

Na lanchonete de Marlene, Santa disse:

- Misericórdia aquela mulher tá metendo medo nas pessoas.

- Aquela é uma tal de Gilvania ela é ruim dizem até que ela dorme num caixão. 

- Credo!!!

Gilvania colocou uma capa sobre si e dirigiu a lanchonete de Marlene, dizendo:

- Um cigarro!

Santa vendeu o cigarro, e Gilvania disse:

- Pena que aqui não serve insetos eu adoraria comer. 

- Eca!!!!!!

Gilvania se sentou ali e ficou muito tempo, fazendo as pessoas ficarem com medo. 

Wrialle e Fabiana se encontram no campo

 

Nas imediações de Vila Rica, em 1787, o americano Wrialle estava lado a lado com a Fabiana, a camponesa mineira que vivia em um sítio perto da então capital de Minas Gerais. 

Fabiana não conseguia crer que despertara interesse de um estrangeiro. Mas ele demonstrou todo seu amor e carinho, dizendo:

- Eu que derrotei ingleses, fui valente na guerra de independência dos Estados Unidos, me sinto vencido pela primeira vez. Vencido pela sua beleza, pela sua simpatia, pela sua simplicidade...

- Para, moço, o que você pode ver em mim, uma pobretona analfabeta daqui do Brasil?

- Tudo que não encontrei em nenhuma mulher até hoje. 

Wrialle estava de cavalo, e ele disse:

- Suba no cavalo. Te levarei em casa. 

- Mas meus pais... 

- Por favor, senhorita. 

Fabiana, que também estava apaixonada por ele, subiu no cavalo e os dois foram juntos para a casa dela. Os pais dela viram tudo, e estavam um tanto desconfiados. O pai disse:

- Esse estrangeiro parece que é meio atrevido. 

- Pai, ele é um cavalheiro, apenas me trouxe aqui. 

Wrialle disse:

- Sim, os homens devem ser cavalheiros com as damas. Bom, vou indo, voltar pra Vila Rica!

Wrialle se retirou, e Fabiana contou tudo para a mãe, que ao contrário do marido, começou a simpatizar com o americano. 

Josenilda passa a mandar na rodoviária de Lagoa da Italianinha

  Em Lagoa da Italianinha, a prefeita reeleita Myllena provocou polêmica ao nomear Josenilda para ser diretora na rodoviária. A polêmica res...