Rompendo Distâncias
Aventuras de uma turma de diferentes culturas. Obs: as histórias são de ficção.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
A escrava e a francesa
Leila e suas amigas
No feriado, Leila, a "Barbie descalça", não foi vender picolés. Mas não deixou de se encontrar no centro de Lagoa da Italianinha com suas colegas Faby Pés Sujos e Janielle, a surda-muda. As três conversavam bastante, e Faby disse:
- Tu não quis mesmo aqueles tênis que Santa te deu?
- Não. Não me adaptei. Mas estou com eles, não vou jogar fora. Vou usar apenas quando necessário.
- Pois eu jogaria fora. Esse lance de usar calçado não combina contigo. Eu mesma não uso nem chinelos, tu sabe.
Janielle, que também vive descalça, dava sinal de positivo para as falas de Faby. Leila disse:
- Eu fui do sertão, da roça, lá eu vivia na pobreza, meus pais são humildes, até peguei na enxada, e eu só vivia descalça; E eu vim pra cá, mas não mudei, eu mesma me acho estranha usar calçado. Eu gosto e me sinto bem andando de pés no chão.
Faby disse:
- Tomara que continue assim mesmo, eu fico muito feliz. A gente amanhã volta pro batente pra vender picolés, não é?
- Com certeza!
Érica se diverte no mar Tirreno
Mesmo fora de seu trabalho em Roma, Érica - já conhecida entre as modelos por "Érica Wet" - se divertia no mar. Numa certa tarde, ela foi para o Mar Tirreno, nas proximidades de Roma, onde entrou com paletó e gravata, tirando apenas os sapatos. Alguns olhavam-a surpresos.
A bela Érica fez isso antes de ir para Verona visitar sua avó Alycia, a quem não via há algum tempo desde que começou a trabalhar como modelo wetlook.
Quando ela saiu do mar - depois de mais duas horas nadando -, uma pessoa se aproximou dela e perguntou:
- Por que entra assim toda vestida?
- Porque eu amo... e até trabalho com isso, também...
- Todos ali te olharam e te acharam doida...
- Eu nem ligo para o que pensam de mim.
O racismo contra Alessandra
terça-feira, 19 de novembro de 2024
A Villeganon solteira
Além de Gustavo, a filha de Jorge Villegagnon e Joana Villegagnon que encerrou seus dias solteira foi Beatriz. Segunda filha do casal - só era mais nova que Arnaldo -, nascida em 1892, Beatriz cresceu muito cuidada pela mãe, de modo que passou a amar muito a sua genitora. O motivo era que Joana queria muito uma filha, mas havia nascido um filho. Beatriz se tornou especial para ela por ela ter sido a primeira filha mulher. Depois, nasceriam Carlos, Dalva, Estêvão, Francielly e Gustavo, além de adotarem Helena.
Mesmo sendo muito bela e desejada por homens importantes em Vila Dourada, Beatriz nunca quis sair do lado da mãe. Muitas vezes, ela não deixava a empregada Edvânia cuidar de sua mãe, sendo ela mesma quem fazia isso. Joana, muitas vezes, achava sua filha muito exagerada. Joana disse:
- Eu fico feliz por me amar, mas você exagera, filha... precisa cuidar de você, também...
- Mãe, a senhora é tudo pra mim, jamais vou te abandonar.
Quando estourou o escândalo contra Francielly, Beatriz foi uma das que foi contra a irmã - que se envolvera com o motorista -, porque viu que sua mãe ficou muito triste com o episódio. Apesar disso, Beatriz não odiava sua irmã mais nova.
Quando Joana já era viúva, foi morar no Piauí, e Beatriz a acompanhou, sendo a única a ficar do lado da mãe até morrer. Nessa ocasião, Joana já era viúva e havia perdido dois filhos - Arnaldo e Francielly, ambos mortos de forma trágica, sendo Arnaldo morto na guerra e Francielly em uma queda de cavalo dez anos antes -.
Em 1950, Joana já tinha 80 anos e estava muito doente. Sua filha, Beatriz, embora tivesse apenas 58, já aparentava ter passado dos 70. Joana queria que a filha tivesse arrumado uma marido, pois temia que sua filha ficasse só. Mas Beatriz não quis.
Joana morreu nesse mesmo ano, e Beatriz não viveu muito depois disso, falecendo em 1952, com 60 anos, também no Piauí, onde continuou morando depois da morte da mãe.
domingo, 17 de novembro de 2024
Paulo enfrenta Wéllia na igreja
Num certo domingo de manhã, Paulo foi com sua avó Leda para a igreja matriz da cidade, onde assistiu à missa. Lucas, o tio dele e filho de Leda, não foi por estar trabalhando. Ali, estavam Selma, a outra beata, com sua filha Wéllia e sua neta Alice, a filha de Wéllia.
Em dado momento, Leda e Selma foram conversar, e Leda disse:
- Selma, esse aqui é meu neto Paulo, ele veio lá do Sítio Cafundó do Judas, e veio morar comigo.
- Que rapaz bonito, muito prazer - disse Selma.
Paulo não parava de olhar para Alice. Em dado momento, Wéllia disse:
- Não vai falar comigo?
- Desculpe. Não falo com pessoas más.
Wéllia ficou assustada, e disse:
- Mas que insolente, como tu pode dizer isso de mim?
- Desculpe, senhora, mas eu vejo que a senhora tem muita maldade, e muita perversidade no coração, não consigo enxergar um coração na senhora, eu enxergo uma pedra.
Leda censurou Paulo:
- Mas que conversa é essa, menino? Para com isso.
- Desculpa, vovó.
Paulo se afastou, e Leda disse:
- Não liguem pra ele, ele é abilolado, tem uns parafusos soltos.
- Isso é um insolente, isso sim. - disse Wéllia.
Alice ficou pensativa, pois sabia que era verdade que sua mãe tinha um péssimo caráter. Sem Leda, Selma e Wéllia notarem, Alice foi ao encontro dele, e disse:
- Moço, tu falasse tudo aquilo da minha mãe e...
- Desculpe, é que quando encontro uma pessoa má, eu começo a passar mal. Não queria te ofender, sei que você não é feito ela.
- Por favor, não peça desculpas. Infelizmente, ela é assim, mesmo. Olha, vou sair, porque ela pode não gostar de me ver conversando com você.
- Tudo bem.
Alice deu um sorriso, e entrou novamente na igreja. Quando a missa terminou, cada um foi para sua casa. E Leda disse para Paulo:
- Quando chegarmos em casa, temos muito pra conversar, mocinho!
Rita de Cássia e Warlla brigam na nova rodoviária
Mal foi inaugurada a nova rodoviária em Lagoa da Italianinha e já foi registrada lá a primeira briga entre mendigas. Rita de Cássia, que tem mente de criança e não larga de sua boneca Dalila, já passou a noite ali. Em dado momento, a mendiga "chique" Warlla - que se veste como madame -, passou ali, correndo, e Rita disse:
- Não conseguiu aguentar, foi?
- Isso é da sua conta??????
- Calma, Warlla, tô vendo que tu cagou nas calças. Isso é bom, eu faço isso sempre!
- Não sou nojenta feito tu! Eu fiz cocô nas calças porque não cheguei a tempo no banheiro!
Rita de Cássia disse:
- Você tá perfeita assim, suja de bosta. Só falta agora ter a roupa mais suja, ser mais mendiga feito tu é... eu mesma sou mendiga, moro nas ruas, e estou muito bem assim.
- Não aceito suas ideias, maloqueira. Tu vive na rua porque quer, porque tu tem casa e família!
- Não tenho mais! E nem quero!
Warlla disse:
- Olha, não me amola, senão pego essa sua boneca encardida e jogo lá perto dos ônibus!
- Na minha filha você não toca!
Warlla ia pegando a boneca, e Rita e Warlla se atracaram. Mas ali haviam policiais que separaram as mendigas. Um deles disse:
- Que catinga de merda é essa? Cagasse nas calças de novo, Rita de Cássia?
- Não, dessa vez foi Warlla! - disse outro policial.
- Mas não foi porque sou nojenta, só não deu tempo!
O policial disse pra Warlla:
- Vai circulando, moça. O delegado tá de olho em tu, viu? Andasse aprontando lá pelo centro.
Warlla saiu dali, nervosa. Rita de Cássia segurou sua boneca Dalila e foi se deitar ali.
A escrava e a francesa
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