Durante os anos que esteve internada em um hospício em Milão, na Itália, entre os anos de 1939 e 1946, Tia Sandra se sentiu muito só nesse período. Tida como "estorvo" em sua família de Verona, a única parente que a amava de verdade era sua sobrinha Lanie, que estava no Brasil. Lanie sonhava em levar Tia Sandra para morar com ela, no interior de Pernambuco.
Tia Sandra, mesmo já adulta, sempre agiu como criança, e não largava de sua boneca de pano. Várias vezes fugiu de casa, e principalmente depois de 1935 - quando Lanie partiu com sua família para o Brasil -, a situação se agravou, e chegou a morar nas ruas de Verona por dois anos, de 1935 a 1937. Sempre com vestido branco, descalça e sem largar de sua boneca de pano.
No manicômio, embora fosse calma e meiga, tinha momentos de nervosismo, principalmente por conta dos bombardeios - o mundo estava vivendo a Segunda Guerra Mundial -, o que fazia necessitar de usar uma camisa-de-força, pois embora ela não maltratasse ninguém, poderia quebrar objetos.
Em uma certa noite de 1940, com camisa-de-força, Tia Sandra ficava pensando:
- Meus parentes me detestam... nenhum vem me ver... só Lanie me ama... apenas ela. Mas ela está tão longe daqui, lá no Brasil...
Tia Sandra saiu do hospício em 1946 e foi para o Brasil, levada por Lanie.
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