terça-feira, 30 de abril de 2024

A mendiga Juliana


A mendiga Juliana costuma perambular pelas ruas centrais de Lagoa da Italianinha, pedindo esmolas, não só no centro como também na rodoviária.

Juliana, sem família e sozinha, vive nas ruas desde menina, e costuma tomar café na rodoviária, no mercado público ou na barraca de Josinete. 

Na rodoviária, Juliana passa por algumas pessoas dizendo:

- Me dê um real pra mim tomar café...

Alguns lhe dão, outros não. Mas Juliana coatuma conseguir alguns trocados para lanchar. 


O talento de Adelma


 Na década de 30, a bela cantora Adelma chamava atenção do sítio Maniçoba pelo seu talento artístico. Mesmo oriunda de Vila Dourada, Adelma optou por morar no sítio, que atualmente é a cidade de Lagoa da Italianinha.

Adelma fazia shows aos finais de semana na lanchonete de Ed. Ela encantava as pessoas naquele simples sítio do interior de Pernambuco.

Adelma ainda se destacou por lutar contra a ditadura de Vargas, e foi perseguida por isso. Também foi perseguida pela ditadura militar quando já tinha mais de cinquenta anos de idade. Chegou a ser amiga da feminista Lídia. Mas escapou ilesa do regime, chegando a ver a redemocratização do Brasil quando já tinha mais de setenta anos. 

sábado, 20 de abril de 2024

Temporal em Lagoa da Italianinha


Era um dia de sábado em Lagoa da Italianinha, e começou a cair uma chuva muito forte um verdadeiro temporal.

É evidente que Cássia aproveitou se dessa chuva forte para estar no meio da rua, chegando até mesmo a rolar em uma poça de água.

Alguns que viram de longe zombaram de Cássia por ela brincar na chuva. 

Os mendigos Andreza e Guilherme corriam e viram Cássia ali. Guilherme disse:

- Olha ela. Doidinha bichinha.

Andreza disse:

- Ela é assim mesmo viu? Eu gosto dela ela é bem doida, ela até larga o barro nas calças feito eu. 

Guilherme levou um susto. E a chuva caía muito forte. Algumas tuas já estavam alagadas. 

Só parou de chover depois de duas horas.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Josiane e Aline Débora brigam na praça

 

Nas proximidades da Praça 27 de Dezembro, estavam juntos Valdenes e Aline Débora, conversando. Em determinado momento, Valdenes disse:

- Vamos ali comprar churros?

- Deixe que eu vou, me espere. 

Valdenes se sentou, e Aline Débora foi comprar churros. Acontece que nesse momento, apareceu Josiane, e disse:

- Valdenes!!! Que bom te ver. 

- Você por aqui, Josiane?

- Sim. Eu estou feliz em te ver. E você?

Valdenes disse:

- Olha, é melhor tu sair logo, que Aline Débora tá por aqui, ela foi comprar churros. 

- Eu não tenho medo dela. 

- Poxa, isso vai dar uma confusão aqui.

Aline Débora chegou com os churros, e ao ver Josiane, disse:

- Mas o que tu tá fazendo aqui?

- Falando com o homem que eu amo, e que eu nunca deixei de amar!

- Ah, sua atrevida, vou te partir em sete!!!!!! Segura os churros, Valdenes. 

- Aline, deixe isso pra lá, vamos embora. 

- Ela me provocou! 

Aline Débora colocou os churros em cima do banco, e partiu pra cima de Josiane, sendo que as duas puxavam os cabelos uma da outra. Aline Débora deu um tapa em Josiane, mas em dado momento, chegou Moab, o pai de Josiane, e disse:

- Mas o que está acontecendo aqui?????

Josiane e Aline Débora o olhavam, e Valdenes disse:

- Nada, eu e Aline estamos de saída. 

- Mas eu quero uma explicação! Josiane, vamos pra casa. Não posso acreditar que tu tá brigando com essa pé sujo por conta desse outro pé sujo! 

- Pai...

- Vamos embora, e vamos ter uma conversa séria. 

Moab colocou Josiane no carro, e Aline Débora disse:

- Tomara que ele dê uma 57 cintadas nela! 

Ela olhou o banco e disse:

- Cadê os churros? 

- Roubaram os churros! - disse Valdenes. 

Os pretendentes de Inalda


Morando em Pernambuco desde 1915, a jovem alemã Inalda, talentosa pintora e artista plástica, despertou interesse em alguns homens da alta sociedade de Vila Dourada. No entanto, Inalda sempre foi discreta, e não pretendia se casar com qualquer pessoa. 

Num certo dia, durante um baile, por volta de 1929, Inalda estava no local, e um jovem se interessou por ela. Ele se aproximou dela e disse:

- Moça, você é muito bela. 

- Muito obrigada. 

- Notei que a senhora tem um sotaque diferente. 

Inalda disse:

- Sim, eu vim de Wittemberg, na Alemanha. Eu sou de lá. 

- E por que a senhora veio pra cá?

Inalda retrucou:

- Eu saí de lá por conta da guerra. Achei aqui muito acolhedor. 

- Que bom. Poderia me dar a honra de dançar com a senhorita?

Inalda disse:

- Moço, não posso. Estou evitando relacionamentos. 

- Mas não faça isso, a senhora é tão linda. 

Inalda disse:

- Você se casaria com uma judia?

O rapaz mudou seu semblante. Ele disse:

- Perdoe-me, senhora. Sou católico. 

- Então, não podemos nem pensar em relacionamento. Eu sou judia. 

Inalda se afastou do rapaz e foi conversar com algumas amigas. Ela só se casaria, enfim, anos mais tarde, já depois da Segunda Guerra Mundial. 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Imigrantes em São Paulo

 

Maior cidade da América do Sul, bem como de todo o Hemisfério Sul, São Paulo é também cosmopolita, recebe pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo. Aqui, temos as histórias das nordestinas Jucilene e Celinha, bem como dos sulistas João Marcos e Íris. 

Mas nossos amiguinhos também têm amizades com pessoas de comunidades estrangeiras. Ao lado da lanchonete de Jucilene, especialista em comidas nordestinas, tem uma pizzaria, do italiano Francesco, casado com Carlotta e pai de Lorenzo e Martina. Jucilene se afeiçoou aos italianos, porque ela conta que sua terra natal em Pernambuco - Lagoa da Italianinha - foi fundada por italianos. Eles vivem no bairro do Bixiga, famoso por ter uma grande colônia de italianos. 

Não muito longe dali, tem um restaurante de comida oriental, de uma família japonesa. Kazuo e sua esposa Emi tocam o restaurante com muita maestria, e ensina aos seus filhos Yuki e Amaya. Celinha costuma frequentar esse restaurante dessa família que mora no Bairro da Liberdade, famoso pela sua colônia de orientais. 

Mas não muito longe, ainda, tem uma padaria, do português Afonso, casado com sua esposa Leonor e pai de Diogo e Dulce. Vivem na Freguesia do Ó e são torcedores da Portuguesa de Desportos. 

No bairro Bom Retiro, vive uma família grega. Aquiles, sua esposa Zoé e os filhos Irene e Adonis são católicos ortodoxos, religião que eles já praticavam na Grécia, de onde eles vieram. 

No bairro Higienópolis, vive uma família judia e israelita. Isaac, sua esposa Léa e os filhos Ezequiel e Judite seguem à risca a tradição judaica. Apesar das diferenças religiosas, Isaac nutre boa amizade com o grego Aquiles. 

Por fim, também amigos da nordestina Jucilene, vive um casal de estrangeiros, mas de países diferentes. O canadense Liam e a australiana Kylie se conheceram pela Internet, e eles fizeram um voto de caso se casassem, morariam em um país distinto dos deles. Acabaram escolhendo o Brasil e se estabeleceram em São Paulo. E assim, eles vivem na principal metrópole brasileira. 

O neto de Francielly


Em uma fazenda bonita, vive uma família importante em Lagoa da Italianinha. Jeremias, o dono da fazenda, é agropecuarista e empresário. Casado com Zezé, tem uma filha chamada Francielly. Ele é amigo de longas datas do deputado Moab, de quem sempre foi eleitor e a quem ajudou sempre em suas campanhas. Ele é tão fiel ao deputado, que mesmo não gostando de Mimi, a pré-candidata que Moab apoia, aceitou apoiá-la atendendo o pedido do amigo. 

Jeremias tem portanto, um DNA de uma história passada que causou um grande escândalo familiar, de modo que Lagoa da Italianinha se separou de Vila Dourada. Jeremias é filho único de Augusto, ex-prefeito de Lagoa da Italianinha, além de ser neto de Leandro e Francielly, o casal que protagonizou um dos maiores escândalos familiares da década de 20 em Vila Dourada. Francielly Villegagnon, como já contado em histórias anteriores, era da importante família local, mas se envolveu com o motorista da casa, Leandro, e acabou sendo expulsa de casa. Deste casal nasceu o filho Augusto, que liderou a luta pela emancipação de Lagoa da Italianinha. Francielly morreu numa queda de cavalo - causada por sua irmã Dalva - em 1935 - quando Augusto tinha apenas 3 anos -, e Leandro morreu 20 anos depois. 

Foi em homenagem à sua avó que Jeremias deu seu nome à filha. Mas ele renega o sobrenome "Villegagnon", além de não gostar de Vila Dourada, que "suja a memória de sua avó". Jeremias não chegou a conhecer os avós paternos, mas se comoveu quando seu pai contava a história. 

A amizade de Jeremias e Moab vem de tempos. Isso porque Augusto, depois da emancipação, tornou-se aliado do Coronel Pontes Florêncio, pai de Moab, tendo sido prefeito duas vezes com o apoio dele, além de ter apoiado o próprio Coronel como seu sucessor nas eleições de 1968 e 1982 - sendo derrotado em ambas. O coronel Pontes Florêncio conseguiu ser prefeito em 1972, mas aí ele era oposição contra o então prefeito Arthur, o italiano. Augusto foi eleito em 1963 e 1976 sempre apoiado pelo Coronel Pontes Florêncio. 

Em Lagoa da Italianinha, cogita-se que Jeremias poderá sair candidato a vereador. Apesar de ter respirado política desde sua meninice, ele jamais foi candidato a nenhum cargo eletivo. 

terça-feira, 16 de abril de 2024

Pri passa a trabalhar com Quitéria


Depois de ser chamada atenção de sua patroa Marlene por andar sempre de pés descalços, a jovem Pri não se sentia mais à vontade na pequena lanchonete da rodoviária. Pri, em dado momento, tentou até usar um par de sapatilhas, mas ela se sentia incomodada, e as sapatilhas ainda a machucavam. 

Enquanto isso, no Pátio Verona, um dos principais points de Lagoa da Italianinha, Quitéria andava feliz pelo movimento de sua lanchonete ter aumentado. Para não sobrecarregar sua funcionária Flaviana, decidiu chamar uma outra funcionária. 

Acontece que Pri conversou com Flaviana sobre o fato, e Flaviana disse para Quitéria:

- Dona Quitéria, tem uma amiga minha, que também viveu nas ruas, ela trabalha agora numa pequena lanchonete da Marlene lá na rodoviária, mas ela levou bronca porque ela vive sempre descalça, ela não usa calçados... Ela se chama Priscyla, mas todos a chamam de Pri. 

- Chame ela aqui. 

Pri, em seu horário de folga, aproveitou e foi lá na lanchonete de Quitéria, que se agradou da jovem. Quitéria disse:

- Gostei de você, moça. Quero que você venha trabalhar aqui. 

- Mas... eu só vivo assim de pés no chão, não sei se a senhora...

- Venha assim, mesmo, oxe. Que bestagem, aqui a própria prefeita é uma pés livres, também. Nem se preocupe. 

Pri, feliz, doou o par de sapatilhas para uma mendiga, e depois, pediu demissão da lanchonete de Marlene, indo trabalhar com Quitéria. Marlene, para preencher, fez suas funcionárias Deinha e Santa fazerem um rodízio entre a lanchonete maior e a lanchonete menor. 

O plano de Sandra Valeria


 Determinada a derrotar Myllena, a deputada federal Sandra Valeria anda muito preocupada com a fragmentação da oposição local. Oficialmente, Sandra Valeria, assim como os deputados estaduais Moab e Janayna, apoiam a pré-candidatura de Mimi para prefeita da cidade de Lagoa da Italianinha.

Mas a presença da vereadora Kátia e da empresária Marlene como pré-candidatas tem tirado o sono da deputada. Antes da entrada de Kátia, Mimi liderava as pesquisas. Mas Kátia, que antes era aliada de Myllena, rompeu com a prefeita descalça depois que ela tirou Kátia da chapa como vice pra colocar sua filha Giovanna Victorya. Kátia acabou se lançando pré candidata a prefeita, fazendo com que Myllena recuperasse a primeira posição,  Mimi ficasse em segundo.

Sandra Valeria anda querendo contactar Kátia e Marlene, oferecendo vantagens a ambas. Uma seria candidata a vice de Mimi e a outra seria vereadora para inclusive ser presidente da Câmara. Mas Kátia e Marlene estão irredutíveis. Enquanto isso, a prefeita Myllena anda disparando na popularidade, com Giovanna ao seu lado. 

Pressionadas pela liderança de Myllena e pela popularidade de Giovanna Victorya, Sandra Valeria conseguiu agendar uma reunião com os deputados estaduais Moab e Janayna e com Mimi, Kátia e Marlene. 

Giovanna alavanca a popularidade de Myllena


Ao que parece, em Lagoa da Italianinha, a escolha da Giovanna Victorya pra ser candidata a vice-prefeita na chapa de sua mãe, a prefeita Myllena, que vai disputar a reeleição, ajudou a alavancar a popularidade da prefeita descalça.

Myllena anda recebendo pesquisas internas que lhe deram um novo ânimo. Com a entrada de sua ex aliada Kátia no páreo, a oposição ficou dividida em três candidaturas, o que ajuda o grupo governista.

Giovanna Victorya tem sido chamada com frequência para entrevistas, mostrando muito preparo e um carisma fora do comum. Na cidade, alguns cientistas políticos já cravam que Giovanna poderá crescer mais ainda na política que sua mãe. Enquanto Myllena tem um gênio forte, Giovanna é tida como conciliadora e carismática. Descobriu-e que várias pessoas que não queriam votar na prefeita descalça mudaram de ideia quando Giovanna entrou na chapa. Giovanna Victorya também é presidente municipal de um partido, tendo o levado para a base governista. E a possibilidade de Giovanna ser prefeita já em 2026 caso Myllena renuncie pra ser candidata a deputada, parece que agradou a muita gente também. A oposição tentou usar isso contra Myllena, mas o tiro saiu pela culatra. E a jovem que passou oito anos passando pela Alemanha e Áustria vem forte na política local. 

Dani Cruel quer criar Clube das Malvadas


A perversa Dani Cruel, figura de alta periculosidade da comunidade do Alto do Cruzeiro, conhecida como a "bandida descalça", sonha em criar um Clube das Malvadas, onde se reunissem apenas mulheres más.

Dani Cruel disse para Yellow e Cristiane, suas comparsas:

- Vamos criar um Clube onde possamos exaltar a maldade, a crueldade. Não será permitido nenhum tipo de ato de bondade. Eu odeio isso. 

- Mas quem será que vai participar? - perguntou Yellow.

- Vou convidar Danuzia, por exemplo. Ela vai gostar ela é tão má quanto a gente. 

Cristiane disse:

- Eu tô dentro e quero ser presidente.

Dani Cruel disse:

- Paspalhona, a presidente serei eu. Eu deveria te matar agora mas não farei porque gostei de saber que tu é gananciosa. 

O café de Cássia


A maluquinha Cássia chegou logo cedo na rodoviária de Lagoa da Italianinha, e ela pegou um café para tomar, na lanchonete de Marlene. Cássia gosta muito de café, vale ressaltar.

Cássia disse:

- Eu quero me sentar ali...

- Se tu prometer que não vai fazer cocô nas calças, pode ir.

- Não farei.

Cássia se sentou, e tomava café. Em dado momento, Marlene disse:

- Cássia, tá um cheiro forte de chulé visse? Teus tênis que tu nunca tira pra tomar banho, tá com esse cheiro forte...

- Se eu tirar é pior...

Cássia passou algumas horas por ali tomando café. Quando o café esfriou, Cássia pegou o copo e jogou o café em cima de si mesma. Marlene disse:

- OXE, endoidou?

- Desculpe... Me deu essa vontade. 

Cássia pagou e saiu dali, pois começou a chover, e ela foi brincar na chuva. Marlene disse:

- Acho que a loucura dela tá piorando...

Jacilene no baile de máscaras


No ano de 1782, ainda antes de morar no Brasil, a francesa Jacilene esbanjava beleza e simpatia em um baile de máscaras na capital Paris.

Quem se aproximava dela tinha curiosidade de saber como ela era, pois Jacilene também esbanjava mistério. Alguns se atreveram a dançar com a jovem.

Apenas um mês depois, Jacilene deixou a França e foi morar em Minas Gerais, no Brasil.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Francielly enfrenta Dalva


Ano de 1927. Francielly olhou-se no espelho, as palavras cruéis de sua irmã Dalva ainda ecoando em sua mente. “Você nunca será bonita,” Dalva zombou, com um sorriso maldoso que cortava mais fundo do que qualquer lâmina. Mas Francielly sabia que a beleza verdadeira vinha de dentro, e estava determinada a não deixar a irmã definir seu valor.

Com mãos firmes, ela pegou a tesoura e começou a cortar seus longos cabelos castanhos. Cada mecha que caía no chão era como um elo quebrado da corrente de humilhação que Dalva tentou colocar sobre ela. Quando terminou, Francielly sentiu uma leveza que não sentia há anos.

Ela se virou para encarar o mundo com um novo corte de cabelo, uma nova atitude e uma determinação renovada de viver sua vida não pela aprovação dos outros, mas pelo amor próprio que ela sabia que merecia.

Pri leva chamada de Marlene


 Como se sabe, Marlene tem duas lanchonetes na rodoviária de Lagoa da Italianinha. Na maior delas trabalham Deinha e Santa, e na menor, trabalha a jovem Pri, ex-mendiga.

Marlene não gosta que Pri ande sempre descalça, e ela disse para ela:

- Pri, eu não gostaria que você continuasse andando de pés no chão aqui.

- Mas, dona Marlene, me sinto tão bem...

- Sinto muito, se tu quiser andar descalça fora do trabalho, seja assim, mas aqui não pode. Eu fui mendiga feito você e nem por isso ando descalça feito maloqueira. 

- OXE, nada a ver, a prefeita Myllena também "veve" descalça oxe 

- Isso é problema dela, não é seu nem meu. Tá avisada amanhã quero você aqui de chinelo ou de sapato caso contrário rua!

Marlene saiu dali e Pri ficou chateada.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Encontro na chuva


 Sob o véu cinzento do céu tempestuoso numa tarde de 1946, Maria Clara, a camponesa descalça, encontrou-se com Fausto, o soldado italiano, em um campo florido que logo seria banhado pela chuva. O ar estava carregado com a promessa de um dilúvio, mas também com a doçura de um momento que se aproximava

Ela, com os pés na terra, sentia cada gota que começava a cair,

Ele, em sua farda, carregava o peso do mundo e o desejo de sorrir.

O olhar deles se encontrou, e tudo ao redor pareceu desvanecer,

Era apenas Maria Clara e Fausto, e o destino a acontecer.


A chuva então desceu, como cortinas a revelar o ato final,

E entre os pingos que dançavam, eles compartilharam algo sem igual.

Um beijo na chuva, terno e doce, selando um amor tão puro,

Que mesmo a tempestade ao redor, não pôde deixar escuro.


E assim, naquele instante, o tempo pareceu parar,

Para Maria Clara, a camponesa, e Fausto, que veio do mar.

Um beijo que prometia mais que paixão, mas um amanhã a construir,

Na chuva, eles se prometeram, juntos, sempre seguir.

domingo, 7 de abril de 2024

Priscila revê seus pais


Na rodoviária de Lagoa da Italianinha, Priscila, a mendiga perigosa, pedia esmolas por ali. Priscila esteva bastante suja, descalça, descabelada e exalando um forte cheiro.

De repente, parou um táxi por ali, e Priscila foi chamada. Marlene, a dona da lanchonete, viu a cena, e estava com sua funcionária Deinha. Santa havia ido almoçar.

Marlene disse:

- Sabia que eles são pais dela?

- Sério? - perguntou Deinha.

- Sim, Priscila era de família boa, mas sempre quis aprontar deu muito desgosto aos pais. Imagina agora a tristeza deles em ver a filha assim suja morando nas ruas..

- Pois é...

Priscila voltou, e Marlene disse:

- Priscila tu é tão jovem, aprende, você pode sair dessa vida que tu leva...

- O que tu tem com isso, não se meta no que não é da sua conta!

- Ela ta falando pro teu bem - disse Deinha.

- Cale-se você também. 

Priscila foi se deitar no chão ali perto. Marlene disse:

- Ela sempre foi assim nunca deu alegria aos pais não quer nada com a vida...

sábado, 6 de abril de 2024

Cássia brincando com jacaré

 

Numa certa manhã em Lagoa da Italianinha algumas pessoas estavam sobre a ponte curiosas. Viram uma mulher de blusa cinza, calça jeans e tênis branco no rio brincando com jacaré. Era Cássia que novamente estava no rio.

Lúcia, a irmã dela chegou ali e gritou:

- Cássia, você está louca? Você quer virar alimento de jacaré?

- Ele é meu amigo... - disse Cássia.

- Saia já daí!

Cássia não saía, e ainda dava alguns mergulhos. Ninguém tinha coragem de descer ao rio para tirar Cássia dali por conta do jacaré.

Mais tarde, Cássia apareceu em casa, bastante molhada, e Lúcia disse:

- Você agora passou dos limites. Você poderia estar no hospital por ter sido mordida pelo jacaré!

- Ele é meu amiguinho...

- Nunca mais faça isso, sua doida!

Leila é discriminada na escola


 Na escola onde está estudando, a Leila está aprendendo a ler e escrever, mas ao mesmo tempo, ela também está sofrendo muita discriminação por três motivos.

Um deles é pelo fato dela já ter quase quarenta anos, e estuda em uma classe formada por crianças. O segundo motivo é por ela andar descalça sempre, e o terceiro motivo é por ela ser uma simples vendedora de picolés.

Quando Leila deixou de ir na escola sem explicação, o diretor foi a procura dela. Achou a na rodoviária, e ele disse:

- Por que não fosse mais na escola?

- Eu estou sendo maltratada na classe me chamam de velha dos pés sujos, me discriminam por vender picolés....

- Bom, você não usa sapatos?

- Não costumo não. Gosto de andar assim de pés no chão. Aliás a prefeita daqui anda assim também.

- Bom, eu quero que você venha comigo.

Ele levou Leila até a escola e deu uma severa bronca nos outros alunos e até ameaçou até de expulsão quem implicasse com Leila. 

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Lorena briga na rodoviária


 Numa certa manhã, Eraldo e Valdenes tomavam café na rodoviária quando de repente viram uma briga. Eram as mendigas Priscila e Lorena. Na realidade, Lorena é prima de Valdenes, ele foi se envolver na briga e separar as duas. Ao contrário do primo, Lorena preferiu ficar solta pelas ruas.

Valdenes disse:

- Para com isso, Lorena!

- Deixe eu só matar ela!

- Tu me paga! - disse Priscila.

Valdenes levou Lorena pra mesa, e Eraldo disse:

- Que diabo de briga foi essa?

- Essa vagabunda ladrona querendo perturbar aqui. 

Valdenes disse:

- Lorena é uma ótima pessoa, mas ela é muito temperamental.

Lorena disse:

- Vou indo, tomar um banho no chafariz da praça. 

- Cuidado com a polícia viu? 

- Não tenho medo. - disse Lorena. 

domingo, 31 de março de 2024

Manuel vence Timóteo no dominó

 

Filho da cantora portuguesa Mary Dee, o idoso Manuel, que já tem uma idade bem avançada - 96 anos - mostra uma vitalidade de fazer inveja aos jovens. Ele até costuma jogar partidas de dominó na sua casa, com o jovem Timóteo, seu bisneto. 

Quando Manuel consegue vencer a partida, Timóteo fica surpreso e irritado ao mesmo tempo, pois não consegue entender como ele perde quase sempre. 

Fátima, a avó de Timóteo, diz para ele:

- Ele joga isso há muito tempo, tu quer se comparar com ele?

- Mas, vó...Não sei como pode isso. 

Manuel disse:

- Eu já jogo isso há muito tempo, como sua avó disse.  

Alycia chama mendiga para almoçar com ela


Numa certa tarde, em seu apartamento, a idosa Alycia se preparava para almoçar. Ela, além de estar com a bisneta Nicolly Hanna, ela recebeu a visita dos vizinhos Luciano e Bella, além dos amigos Angélica e Mário. De repente, Bella notou que Alycia estava na janela, e não tirava o olhar de algo. Bella se aproximou e disse:

- O que foi, dona Alycia?

- Quem é quela ragazza ali, meio suja, sentada naquela calçada? 

Bella disse:

- É uma tal de Sofia, ela vivie aí pelas ruas de Verona. Me disseram que ela não tem casa. 

- Chiama ela pra almoçar aqui. 

- Mas...

- Faz o que to dizendo, Bella. 

Bella foi chamar a mendiga Sofia para almoçar. Ela chegou no apartamento e todos ficaram surpresos. Nicolly Hanna disse:

- O que quer?

- Fui eu quem mandei chamar. Senta, filha. 

Sofia disse:

- Mas... eu estou suja, sou pobre e...

- Senta. Aqui somos todos iguais, cappice? 

Sofia se sentou e almoçava, feliz. Os que estavam à mesa ficaram surpresos e incomodados ao mesmo tempo. 

Más lembranças

 

Em Lagoa da Italianinha, alguns dos moradores se lembram do golpe militar que aconteceu no Brasil em 1964, e as lembranças são geralmente tristes. O deputado estadual Moab, filho de um prefeito que apoiou o regime, chegou a dizer em uma entrevista que "aquele era outro contexto histórico, que se fosse hoje, jamais apoiaria". 

A vereadora Maria Isabel é outra que não nutre boas lembranças da época, pois sua mãe, Lídia, foi morta misteriosamente em 1974, em um crime até hoje não esclarecido. Na época, se falou que o crime foi passional, mas Maria Isabel lembra que sua mãe era feminista, e tinha feito muitos inimigos com suas atitudes, uma delas, "cagar" em cima de uma foto do coronel Pontes Florêncio, pai de Moab e aliado do regime, durante a campanha de 1968, na qual ele perdeu para o italiano Arthur. 

Até a beata conservadora Leda não nutre boas lembranças da época. Apesar dela dizer que o Brasil tinha ordem e progredia, ela se lembra que sua mãe, a camponesa Maria Clara, chegou a ser presa pelo regime, e passou alguns dias no cárcere, até ser libertada pelo marido, o italiano Fausto. A saúde de Maria Clara depois do episódio ocorrido em 1973 nunca mais foi a mesma. Maria Clara tinha na época 55 anos e foi acusada de esconder comunistas em sua casa. 

Mas em Lagoa da Italianinha, há quem fale que o tempo do regime era bom, e que havia ordem e progresso, e criticam o regime democrático atual. Pode ser ficção nesta história, mas é realidade mesmo no Brasil...


Cássia e Sílvia na rodoviária

 

Numa manhã de domingo, as malucas Cássia e Sílvia conversavam na rodoviária. Elas bem loucas, e alguns até zombavam delas. Em dado momento, as duas se aproximaram de Marlene, e Sílvia lhe disse: 

- Eu e Cássia estamos discutindo sobre quem é mais doida. 

- Vixe, Sílvia, a parada é difícil. 

Cássia disse:

- Sei não, a Sílvia dorme dentro de um barril, anda descalça pra todo lugar, é doida por cavalos...

Sílvia disse:

- Oxe, e Cássia, que gosta de tomar banho de chuva, se molhar, se lambuzar, cair no rio? Cássia faz até xixi e cocô nas calças, oxe. 

Marlene disse:

- Sinto muito, mas é difícil demais determinar qual de vocês duas é mais doida. Vocês já tomaram banho no chafariz?

- Já! - responderam as duas. 

- Querem casar?

- Não! - responderam as duas. 

- Olha, a parada é difícil. Não dá pra responder essa pergunta. 

Sílvia mostrou a língua e o pé sujo, e Cássia começou a chorar. 

- Por que está chorando, Cássia? - disse Marlene. 

- Por nada... me deu vontade. 

As duas foram se sentar ali perto, e Marlene disse:

- Juntando as duas, não dá um juízo...

Antonielle rompe com Myllena e passa a apoiar Kátia

 

A secretária de Saúde de Lagoa da Italianinha, a jovem Antonielle, decidiu pedir exoneração da secretaria, o que foi aceito pela prefeita Myllena. Antonielle resolveu apoiar a vereadora Kátia, que é pré-candidata a prefeita, e que também rompeu com a prefeita após ter sido rifada na vice em favor da Giovanna Victórya, a filha da prefeita descalça. 

Kátia e Antonielle anunciaram juntas a aliança enquanto andavam pela Avenida do Cáucaso, em Lagoa da Italianinha. 

Myllena, por sua vez, recebeu uma pesquisa onde viu que cresceu após colocar Giovanna como sua pré-candidata a vice. Giovanna comemorou, também, e disse à mãe:

- Que bom, eu fiquei feliz, o povo tá aceitando a chapa mãe-filha. 

- Pois é. 

- Mas pena que a vereadora Kátia não entendeu isso...

- Filha, ela era apenas pré-candidata, deixei bem claro que algo poderia mudar. Você também é pré-candidata, posso mudar algo, mas não creio que será necessário. Mas quer saber? Foi até bom, que Kátia sendo mais uma candidata, a oposição ficou mais dividida. Isso é bom pra gente. 

Valdenes falando dos puxa-saco

 



Um certo domingo, Eraldo e Judilane estavam almoçando em sua casa, e haviam convidado Valdenes e Aline Débora. Em determinado momento, Eraldo disse:

- Sabe, Valdenes, quase que eu ia convidando aquele rapaz que trabalha na Prefeitura, que esteve outro dia na escola. 

Valdenes disse:

- Quem? Aquele lá? 

- Sim, mas ele disse que não pode ir hoje. 

Valdenes disse:

- Já sei, ele não pode ir porque vai ficar no pé da prefeita. Eraldo, aquele ali beija até os pés descalços da prefeita, aquilo é um puxa-saco, e lembre, como eu sempre digo, que puxa-saco não é gente!

- Também não exagera...

Valdenes se levantou e disse:

- Oxe, como não? Imagina, o tal do puxa-saco é uma derrota, mesmo. Quando cai uma chuva forte e torrencial em Lagoa da Italianinha, ele sai pra chuva dizendo, "obrigado, minha prefeita, pela chuva que cai!", puxa-saco não vive, vegeta! 

- Será? - disse Aline Débora. 

- Oxe, imagina tu se essa prefeita perder, ele vai se trancar no banheiro e ficar horas e horas chorando, de luto. Isso se ele não inventar de ser mais covarde e lamber as botas de quem ganhar! 

Judilane disse:

- Pior que isso é a pura verdade, viu Valdenes? Concordo com você. 

- Pois é, amiga Judilane, puxa-saco é uma praga neste país!!!!! E tô falando só de puxa-saco de político, não, é de qualquer pessoa! 

Preconceitos contra os descalços

 

Apesar de em Lagoa da Italianinha alguns andarem descalços, inclusive em tempo integral, e até mesmo da prefeita Myllena ser uma descalça, existe ainda na cidade um certo preconceito contra as pessoas que optaram por não usar calçados. 

Esse hábito vem de longe, quando a atual cidade ainda era o sítio Maniçoba, como por exemplo, a camponesa Maria Clara, a agricultora Edvânia e sua filha Adélia, ou a italiana Giuliana, que por vezes foram barradas em alguns lugares por estarem sem sapatos. 

Atualmente, além da prefeita Myllena, o ex-mendigo Valdenes, a florista Aline Débora, a vereadora Vanessa, o jovem Branco, a Sílvia, a Izabel, entre outras pessoas, costumam circular nas ruas com os pés no chão, sendo que alguns deles sequer possuem calçados. 

Mas eles enfrentam algumas discriminações, como por exemplo, não poderem entrar em certos estabelecimentos. Izabel, por exemplo, quando precisa resolver algo em um banco, costuma mandar outra pessoa em seu lugar. Os que ela mesma pode resolver, ela tenta resolver via Internet. 

Apesar de alguns descalços terem alcançado o poder, a exemplo de Myllena e Vanessa, ainda existe muita discriminação. Nem mesmo a prefeita Myllena escapa de ser barrada em alguns lugares. Ela costuma mandar sua vice-prefeita Marcella - que usa sapatos - para lhe representar nesses lugares. Myllena brada que apesar de ser barrada, não pretende usar calçados. Quando era vereadora, Myllena chegou a aprovar uma lei onde as pessoas pudessem entrar descalças na Câmara. A irmã de Myllena, a juíza Suely, também uma descalça, usa sapatos apenas quando está em seu trabalho no fórum. Inclusive, todos os proprietários de lojas de calçados na cidade nutrem raiva da prefeita, tanto que eles andam apoiando candidaturas de oposição. Eles acreditam que "Myllena é uma má influência para que as pessoas joguem calçados fora". 

Essa cidade de porte médio do Nordeste tem algumas pessoas com esse hábito peculiar, além de outros hábitos diferentes, e que vieram de alguns antepassados. 

Jucilene e os italianos


 Vinda de Lagoa da Italianinha, no interior de Pernambuco, na década de 90, Jucilene hoje tem uma lanchonete. O interessante é que ela está em São Paulo próximo ao Bixiga, famoso bairro de imigrantes italianos.

Um deles, cliente da sua lanchonete conversava com ela, e ela disse:

- Minha cidade lá no agreste de Pernambuco, foi fundada por pessoas da Itália. Era só um sítio mas começou a crescer quando chegaram duas famílias da Itália.

- Mamma mia, interessante. Quero conhecer ainda questa cita 

- Um dia podemos ir lá o senhor vai gostar. 

Em sua lanchonete, Jucilene, além de comida nordestina, passou a servir também culinária italiana. 

A bela adormecida de Verona


Em Verona, a jovem Giuliana, de família abastada, sofre de um problema seríssimo. Ela dorme cerca de 22 horas por dia. Mas ela não é preguiçosa. O que acontece é que ela r a síndrome da bela adormecida.

Apesar dela ser belíssima, a princípio, parecia que nenhum homem se interessaria por ela. Ela sempre foi rejeitada por esse problema.

Mas apareceu

O jovem Sandro se casou com Giuliana, que não escondeu seu problema. Ela disse antes do casamento:

- Tem certeza que vai se casar comigo mesmo? Eu não consigo ficar mais de duas horas por dia em pé e...

- Me apaixonei por você, não por sua saúde. 

Os dois se casaram. Sandro, apesar de sofrer por ver sua amada dormindo excessivamente, costuma lhe fazer carinhos enquanto ela está dormindo. 

sexta-feira, 29 de março de 2024

Cássia antes da loucura


Antes de 2002, quando Cássia perdeu a lucidez ao ser traída por uma falsa amiga, ela vivia sempre estudando e sonhava em ser médica. 

Quando foi levada esses dias a um salão de beleza, a cabeleireira que ajeitou os cabelos dela disse para Lúcia, a irmã de Cássia:

- Lembro dela há mais de vinte anos era cheia de vida agora tá assim maluca...só quer viver na água, na lama...

- Lamentável. Uma pessoa tão boa. 

- Bom vou ajeitar os cabelos dela agora antes que ela invente de cagar nas calças e suje minha cadeira.

Enquanto a cabeleireira mexia em seus cabelos, Cássia sorria, e falava coisas sem entendimento, mudava de assunto constantemente e a cabeleireira não entendia nada. 

Cássia, que atualmente ama levar chuva e vive brincando na água e se lambuzando e até mesmo faz "necessidades" nas suas calças e até chega a passar algumas noites nas ruas, abominava tudo isso até 2002. Ela tinha na época uma certa repulsa contra mendigos, além de desprezar os amigos por estudar em excesso. Foi a única amiga com quem ela quis manter amizade que a traiu e a roubou, de modo que Cássia nunca mais foi a mesma. Apesar da loucura, é tida como dona de um coração puro.

sexta-feira, 22 de março de 2024

Kátia rompe com Myllena e se lança pré candidata a prefeita


 Inconformada com a sua retirada da chapa com a prefeita Myllena, a vereadora Kátia anunciou rompimento com a prefeita Myllena, e mais: será candidata a prefeita de Lagoa da Italianinha.

Kátia diz gostar muito de Giovanna Victorya (filha de Myllena e nova vice dela), mas não gostou de ter sido rifada da chapa.

Kátia manteve contatos com um deputado estadual que lhe ofereceu um partido, ao qual ela já se filiou e se tornou a presidente municipal. Kátia chegou a receber propostas das pré candidatas Mimi e Marlene, mas ela optou por tentar seu vôo solo. 

Kátia convocou uma coletiva de imprensa para anunciar sua decisão e seu lançamento como pré candidata a prefeita de Lagoa da Italianinha. O deputado estadual se fez presente no anúncio, inclusive oferecendo toda estrutura para sua campanha. Ainda durante a coletiva, Kátia anunciou que novos aliados se juntariam ao seu grupo em poucos dias.

Giovanna Victorya será vice de Myllena


 Em Lagoa da Italianinha, a reviravolta política foi confirmada, e mãe e filha formarão uma chapa. A prefeita Myllena será candidata a reeleição tendo sua filha Giovanna Victorya como sua vice. Além de ter se tornado um desejo pessoal da prefeita descalça, os partidos aliados também liderados pela vereadora Karoline, pressionaram para essa escolha. Pesou também o fato de Myllena pretender disputar um mandato de deputada e deixar a Prefeitura nas mãos de alguém que confia, ou seja, sua filha.

Myllena anunciou a chapa, com a presença dos vereadores Karoline, Josimar, Vanessa, Maria Isabel, Alba Valeria e Flávia Andréia. Chamou atenção a ausência de Kátia, que havia sido escolhida um tempo atrás como pré candidata a vice, mas que acabou sendo escanteada.

Myllena justificou a troca por uma articulação política e ela disse "esperar que Kátia entenda o processo e continue do lado certo". Myllena alegou que Kátia não passava confiança ao grupo.

Giovanna Victorya, feliz, disse em seu discurso:

- Me sinto feliz por ter sido escolhida para essa missão ao lado da minha mãe querida a quem terei o maior prazer em ajudar. 

As habilidades de Maria Clara


 Mesmo sem saber ler e escrever, a camponesa descalça Maria Clara, filha de índios, tinha habilidade com assuntos que estavam nas rodas de conversa na década de 30 e 40.

Maria Clara ainda tornou-se artista plastica com a ajuda da alemã Inalda, chegando a pintar quadros. Ela pintava quase sempre paisagens, mas chegou a pintar quadros sobre a guerra.

Solitária, vivia em uma cabana, onde nem tinha cama. Ela dormia no chão, algo que por sinal, ela gostava e se sentia bem, e continuou a praticar mesmo depois de se casar com o ex-soldado italiano Fausto, e ter sua filha Leda.

Aline Débora planeja o casamento


A jovem simples Aline Débora, que trabalha numa floricultura e mora no distante sítio Mandacaru já anda planejando casamento com o Valdenes. Isso porque sua outra irmã Crislayne chegou na cidade com seu marido Iziderio e já andaram fazendo planos. Inclusive, Iziderio e Valdenes já estiveram conversando sobre o assunto.

Aline Débora disse até que "quer se casar descalça, como ela sempre anda". Lia, mãe dela, estranha muito o jeito despojado de sua filha, mas respeita. Valdenes, que também anda descalço feito ela, gostou da idéia.

Aline Débora chegou até mesmo a ir no apartamento onde Valdenes mora, no Bella Ciao. Ela quis saber como era o local, onde pretende morar depois do casamento.

quinta-feira, 21 de março de 2024

Kátia prestes a ser escanteada


 A vereadora Kátia havia sido escolhida como pré candidata a vice prefeita na chapa da prefeita Myllena, que tentará a reeleição em Lagoa da Italianinha. Mas as mudanças estão surgindo, não são favoráveis a jovem vereadora.

Kátia já soube que qualquer momento ela será substituída pela Giovanna Victorya, a filha da prefeita. Os partidos andam pressionando a prefeita descalça para ela colocar na vice a sua filha Giovanna, o que faria abrir mais possibilidade de vereadores chegarem mais tranquilos. Karoline, a presidente da Câmara e irmã da Myllena, é quem esta liderando esse movimento. Karoline quer ter sua reeleição mais tranquila sem sua sobrinha no páreo.

A própria Myllena já demonstra gostar da ideia de ter sua filha Giovanna como sua vice. Um motivo bem especial por trás disso é que a descalça anda recebendo convites para ser candidata a deputada estadual, e ela confia mais em deixar a Prefeitura nas mãos de sua filha do que de Kátia, que já foi aliada de Sandra Valeria, inimiga da prefeita.

Kátia já anda incomodada com essa possibilidade e luta para se manter como vice de Myllena.


Cássia na lagoa


Em Lagoa da Italianinha, todos ficaram preocupados quando não viram Cássia pelas ruas da cidade, principalmente depois que sua irmã Lúcia disse que ela não havia dormido em casa.

Enquanto todos estavam preocupados, Cássia estava se divertindo numa lagoa já fora da cidade. Fazia horas que ela estava nadando ali. 

Um homem que por ali passou e a viu conhecia Lúcia, e disse:

- Eu vi uma moça de camisa, calça jeans e tênis nadando no lago, acho que é sua irmã.

- É ela mesma.

Foram buscar Cássia. Ela saiu da água, dizendo:

- Tá tão bom aqui e querem me levar embora?

- Sua maluca, a gente fica preocupada com você.

Lúcia colocou Cássia, toda encharcada, no carro e a levou para casa. 

terça-feira, 19 de março de 2024

O aniversário de Giovanna Victorya

 

Em Lagoa da Italianinha, chegou o dia do aniversário da Giovanna Victorya, a filha da prefeita Myllena. 

Sua mãe preparou uma festa para sua filha, onde convidou suas irmãs Suely e Karoline, sua sobrinha Sara, os vereadores Josimar, Kátia, Maria Isabel, Alba Valeria, Vanessa e Flávia Andréia, além de pré candidatos a vereador, como Flávia, Valdenes e Mauricélia, a vice prefeita Marcella e alguns secretários municipais.

Alguns cumprimentavam Giovanna, chamando a de "futura vereadora". O presidente do partido esteve na casa de Myllena, e disse a ela:

- Sua filha deve lhe dar muito orgulho.

- Claro, ela é muito inteligente. O único defeito dela é não andar descalça feito eu, mas fora isso, ela é sensacional...

- A senhora já pensou em colocá-la como sua vice?

Myllena disse:

- Isso não daria certo, iam me acusar de nepotismo. Além do mais já escolhi minha vice.

Giovanna, enquanto isso, conversava com as pessoas que estavam na festa. Ela disse:

- Eu passei oito anos na Europa, entre Alemanha e Áustria, eu vi o quanto a Educação é levada a sério por lá. Deveria ser assim aqui também. Entrei na política para me dedicar a isso. 

Ela era muito aplaudida. Sara disse para Myllena:

- Não se espante se um dia ela for prefeita de Lagoa da Italianinha...

Depois da festa, Giovanna foi levar o que restou de comida para moradores de rua.

terça-feira, 12 de março de 2024

Myllena e Giovanna no Recife


 Já há alguns dias, a prefeita Myllena e a sua filha Giovanna Victorya andam no Recife. A prefeita descalça de Lagoa da Italianinha alugou um apartamento na capital pernambucana, com o intuito de estarem conversando com deputados na tentativa de arrumar apoio e verbas para obras na cidade. Enquanto isso, Marcella é a prefeita interina. 

Nos lugares que Myllena não pode entrar por estar descalça - hábito que ela não abre mão -, sua filha Giovanna, que também tem tino político e capacidade de articulação, consegue fazer a diferença. Inclusive, é Giovanna quem está encarregada de conversar com partidos para apoiarem a reeleição de sua mãe.

Em Lagoa da Italianinha, a prefeita está sendo criticada pela oposição pela sua ausência da cidade. Mas Marcella, que é vice prefeita, defende Myllena, dizendo que ela não está no Recife a passeio, mas sim, lutando para trazer verbas para a cidade.

quinta-feira, 7 de março de 2024

Vilma destrata Ana Karina

Recentemente, a professora Ana Karina abriu uma escola em Lagoa da Italianinha. O empreendimento dela se tornou um grande sucesso. Mas por ser de etnia afrodescendente, ela enfrenta ainda alguns preconceitos.

Certa tarde, Vilma, a irmã do médico Vinícius, chegou com currículo para entregar na escola. Ali estava Ana Karina com Valdenes. Vilma destratou Valdenes, dizendo:

- Oxe o maloqueiro pé sujo aqui numa escola dessas...

Valdenes respirou fundo e ficou calado. Ana Karina disse:

- O que a senhora deseja?

- Olha, eu quero entregar esse currículo aí para a diretora, mas pelo visto ela não está. Por favor, tu me sirva um café.

Ana Karina ficou chocada. Ela disse:

- Desculpa, senhora, mas tem ideia de quem eu sou?

- Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Por favor, não posso esperar muito.

Valdenes disse:

- Ei, ela é...

- Não se meta, maloqueiro, ninguém te perguntou nada. Vamos, escrava, pega café pra mim.

Pouco depois, chegou Úrsula, uma das professoras. Vilma confundiu com a diretora e disse:

- Sim, a senhora deve ser a diretora desse colégio, vim lhe entregar um currículo...

Úrsula disse:

- Ei, eu não sou diretora, sou professora. A diretora é ela - disse, apontando para Ana Karina.

Vilma ficou em estado de choque, e Valdenes disse:

- Foi isso que eu tentei te avisar.

Vilma disse:

- Me perdoa, não podia imaginar...olha meu currículo a senhora vai se encantar...

Ana Karina disse:

- Não quero seu currículo eu não quero uma professora racista. Por favor suma daqui antes que eu chame a polícia.

Vilma saiu dali, e Valdenes disse:

- Essa daí não vale o que o gato despeja e depois enterra. Essa é amiguinha da Wellia e irmã do Vinícius mas ele não se dá bem com ela.

- Infelizmente sou acostumada com esse tipo de situação. Em pleno século XXI ainda tem gente que julga as pessoas pela cor da pele.

Úrsula disse:

- Desculpa, diretora, mas ela tem que ser denunciada. Racismo é crime inafiançável.

Valdenes disse:

- Concordo com Úrsula. Ela não pode ficar impune.

Ana Karina disse:

- Aqui tem câmeras que comprovam o que ela fez. Úrsula, contate imediatamente a dra. Flávia, nós vamos denunciar essa criatura.


 

quarta-feira, 6 de março de 2024

A estranha Antonieta


Na zona rural de Serra das Ameixas, em Alagoas, já perto da divisa com Pernambuco, vive em uma cabana a jovem Antonieta.

Ela é muito misteriosa e pouco se sabe de sua vida. Costuma usar um vestido branco longo e andar descalça, e as vezes fala palavras que não se entende.

Em Serra das Ameixas, há quem diga que ela não é de família alguma da cidade. Por várias vezes reclamar contra o prefeito, ela quase sofreu atentado.

Mas Antonieta se agradou de Jonas, o pernambucano de Lagoa da Italianinha. Ela, ao ver ele, disse:

- Serra das Ameixas precisa de um prefeito feito você.

- Quem sou eu. Sou apenas um locutor.

Jonas ainda não havia sido eleito vereador na ocasião dessa conversa.

terça-feira, 5 de março de 2024

A irmã de Vinícius


Em Lagoa da Italianinha, o casal Vinícius e Malu ganharam mais uma dor de cabeça: é que Vilma, a irmã mais nova de Vinícius, chegou na cidade. Filha mais querida do ex-vereador Zé Bento, ela logo conseguiu ficar na casa com o pai e o irmão.

Acontece que Vilma não gosta nem um pouco da sua cunhada, a hippie Malu. Vilma, além do mais, é uma grande aliada da publicitária Wellia, a irmã gêmea de Malu. Vilma, ao ver seu irmão, disse:

- Não sei que deu na sua cabeça de trocar uma moça tão elegante e fina como Wellia por uma desengonçada suja feito a Malu. As duas são iguais só no rosto, mas tão diferentes no resto...

- É amor, apenas isso. Eu amo a Malu.

- Tu é filho de um ex-vereador, de família rica e dá prefeita a uma hippie suja do que a uma linda publicitária. Teu juízo acho que foi para os pés hein?

- Desculpa, Vilma, mas não te devo satisfações da minha vida. Você não tem nada a ver com isso.

Vinícius saiu de perto da irmã, e ela ficou aborrecida.


segunda-feira, 4 de março de 2024

Os segredos de Suely


A juíza Suely, conhecida em Lagoa da Italianinha por ser uma mulher corajosa e guerreira, que tem enfrentado corruptos, a ponto de mandar prender vereadores de mandato, anda um tanto sumida principalmente depois que conseguiu construir uma piscina na sua casa.

Sara, sua filha, alega que Suely pretende abandonar a carreira de juíza para se dedicar a outra profissão. Suely se destaca cantando louvores e ela quer ir para esse ramo. 

Certa manhã, Suely foi na rodoviária com sua filha Sara, onde as duas tomaram café. Sara disse:

- Oxe, mãe, vai pro fórum descalça?

- O que é que tem? Sua tia Myllena, a prefeita também vive assim descalça.

Sara deu um sorriso. Ela disse:

- Mãe, aceitei ficar careca feito a senhora, mas descalça nem pensar tá?

- Oxe, você é livre, minha filha. Só exijo que você seja uma pessoa boa. 

Outro detalhe é que Suely esconde algo em seu quarto. Nem sua filha Sara sabe como é o quarto da mãe. Como ninguém na cidade sabe dessa história, ainda não se deu vazão para possíveis boatos.


domingo, 3 de março de 2024

Dois amigos passeando em Verona

 

Numa noite em Verona, os jornalistas Mário e Angélica passeavam pelas pontes, e admiravam as belezas do Rio Ádige. Mário, de repente, viu um casal se beijando ali nas proximidades. Mário disse para Angélica:

- Olha, quero te dizer que desde o primeiro dia que te vi, senti algo diferente por você. 

- Mas como?

- Não sei te explicar... mas tá vendo aquele casal ali? Penso que eu e você formaríamos um par mais bonito que eles. 

Angélica riu e disse:

- Meu caro, somos apenas amigos e colegas de trabalho. Nem penso em namoro agora...

- Eu espero, caspita. 

- Não, não posso lhe dar essa garantia. Tu é rapaz legal e inteligente. Mas não posso te dar nenhuma esperança, não me leve a mal, me desculpa de verdade. 

- Tudo bem... não quero estragar nosso passeio. 

- Bom, eu tenho uma ideia, que tal contarmos da entrevista que fiz com dona Alycia, aquela senhora de quase 94 anos? Ela me contou tanta história bonita de quando morava no Brasil...

- Pode contar, eu quero saber. 

Mário e Angélica caminhavam e ela contava sobre a entrevista. 

Na igreja

 

Na igreja evangélica que fica no centro de Lagoa da Italianinha, Aline Débora foi para lá com seus pais Severino e Lia, além de sua irmã Cyntia Fernanda. Mas quem acabou indo também foi o Valdenes, convidado por Aline e os pais dela. 

Quem pastoreava a igreja era o André, o neto da italiana Alycia. Chamou atenção a ida de Valdenes para a referida igreja. Quem também estava ali era a professora Ana Karina, que os recebeu. A prefeita Myllena, que também frequenta a igreja, bem como a secretária de Ação Social Flávia também se encontravam ali. 

Severino foi convidado por André para pregar naquela noite. A igreja estava lotada, e do lado de fora, os carros parados estavam de um lado para outro na Avenida Getúlio Vargas. 

Valdenes disse:

- Ainda bem que deixaram nós entrar descalços...

- Claro, aqui não tem isso, não. 

- Escuta, seus pais querem que eu fique frequentando aqui a igreja contigo?

- Claro que sim!

Lia os repreendeu e disse:

- Prestem atenção, não fiquem conversando. 

- Desculpa, senhora. - disse Valdenes. 

O culto durou cerca de duas horas, e Severino pregou ali, prendendo a atenção de todos. Ao fim do culto, Lia disse para Valdenes:

- Espero que volte aqui, mocinho. Quarta tem culto, Sábado tem culto...

- Sim, senhora - disse Valdenes. 

André observava de longe o Valdenes, que é seu amigo, do lado da Aline Débora. 

sábado, 2 de março de 2024

Aníbal e Júlia


Em Fortaleza, no Século XIX, por volta de 1867, dois amiguinhos superaram suas diferenças financeiras e viveram uma bela amizade. Aníbal, de família rica, se tornou amigo de Júlia, menina de família humilde.

Claro que houveram contratempos. Além de enfrentar a furia de Matinho Pescador, ainda tiveram que suportar as maldades de Armanda, que era amiga da mãe de Aníbal.

Alguns anos mais tarde, eles se casaram tendo inclusive Alvanir como a madrinha do casamento.

Myllena preocupada com Mimi


Em Lagoa da Italianinha, a prefeita Myllena anda muito preocupada com o crescimento de Mimi, sua principal adversária. Nem mesmo a presença da Marlene como pré candidata ajuda a prefeita descalça, pois em pesquisas que Myllena tem em mãos, Mimi já estaria com 11 pontos na frente.

Após indicar Kátia para sua vice e chamar sua filha Giovanna, Flávia, Valdenes e Mauricélia para serem candidatos a vereador, Myllena anda pensando em mais estratégias para tentar reverter o quadro.

Myllena anda também usando a Imprensa para acusar a deputada federal Sandra Valeria e o deputado estadual Moab de "cooptarem" seus aliados para apoiar a pré candidatura de Mimi. E na cidade, determinado radialista também insinuou que Myllena mandaria a vereadora Maria Isabel, que é sua aliada, sair candidata a prefeita com intenção de tirar votos de Mimi, uma vez que Maria Isabel e Mimi já atuaram juntas no campo da esquerda. Mas Myllena negou essa possibilidade, e Maria Isabel confirmou que será candidata a reeleição para vereadora apoiando Myllena.

Cogitaram na cidade que Myllena desistiria da disputa pela reeleição, mas a prefeita descalça negou essa possibilidade. E assim a política de Lagoa da Italianinha vai pegando fogo...

Aurélio e Áurea

 

Na Vila Rica do século XVIII, por volta de 1789, viviam ali em famílias diferentes duas crianças que apesar de serem de famílias diferentes cultivaram uma linda amizade. 

Aurélio é um menino de família humilde, cujo pai vendia comidas nas ruas de Vila Rica assim como Brenda. Já Áurea era de família nobre.

Quando a amizade foi descoberta, suas famílias fizeram de tudo para tentar acabar com essa amizade. Sinhá Adriana, amiga da mãe de Áurea, desaconselhava Áurea a ter amizade com "um menino pobre".

Mas eles não abriam mão da amizade. A francesa Jacilene ajudava os dois a se encontrarem, sem Sinhá Adriana saber. E Thomas se tornou amigo de Aurélio, e também apoiava a amizade deles.

Ao contrário de outros personagens, eles permaneceram em Minas Gerais. Aurélio e Áurea, quando cresceram, se casaram e formaram uma bela família.

Duas malucas na praça


Numa certa tarde, Sílvia e Cássia, as duas amigas malucas, caminhavam pela praça 27 de Dezembro. Em dado momento, Cássia disse:

- Tô doida pra entrar no chafariz.

- Eita mas nem pode tem polícia aqui. 

Cássia fez cara de tristeza. Em dado momento, as duas foram para um banco da praça. Silvia disse:

- Acredito que hoje mandei mais um idiota plantar banana, ele queria casar comigo imagina.

- Tu tem muito pretendente Sílvia...

- Ah, querida essa maluca descalça tá com coração fechado faz tempo eu nem quero saber disso.

As duas ficaram em silêncio. Sílvia depois disse:

- Que cheiro esquisito é esse que estou sentindo?

Cássia ficou com o rosto vermelho e com sorriso maroto. Cássia disse:

- Senti agora dor de barriga e...já sabe

- Oxe, depois a maluca sou eu. Cássia tu não larga dessa mania de cagar nas calças não?

- Tu devia fazer isso também....

- Oxe, Cássia, eu sou doida, mas não a nível de Taça Libertadores da América! Vamos embora senão vão ver tu com a calça suja aí...

- Por mim nem ligo que vejam...

Sílvia e Cássia foram andar mais pelas ruas da cidade. 

A maldade de Dani Cruel


De trajes um tanto provocantes e pés descalços, a perversa Dani Cruel chama atenção por sua maldade e crueldade. Ela ama ser chamada pelo seu apelido, tento atirado ao esquecimento seu nome de batismo - Daniele - e comete os crimes mais absurdos.

Dani Cruel chegou a morar nas ruas por muitos anos depois de fugir de casa. Ela é um pouco manca da perna por causa das agressões que sofreu. Dani Cruel ainda foi presa algumas vezes, e chegou até mesmo a sofrer um atentado, tendo passado muitos meses no hospital.

Mora no Alto do Cruzeiro há uns cinco anos, desde que saiu das ruas, e comanda uma verdadeira quadrilha. Yellow, sua "discípula", quer assumir o lugar dela, e tenta de alguma forma agradar Dani, o que é uma tarefa difícil. Para se ter uma ideia, Dani Cruel chegou até mesmo a atirar em um capanga que não havia obedecido uma simples ordem sua.

sexta-feira, 1 de março de 2024

Angélica entrevista Alycia



Angélica, a jovem jornalista recém-chegada em Verona, já tratou logo de procurar Alycia, a nonagenária que mora com sua bisneta Nicolly Hanna em um apartamento. Angélica disse:

- Me falaram muito da senhora, que a senhora é cantora, pianista e tem uma história de vida, parece que até viveu no Brasil muitos anos, e apesar de sua idade, a senhora goza de ótima saúde. 

Alycia disse:

- Sim, minha filha, tenho 93 anos, e eu nasci aqui em Verona, mas eu tinha apenas cinco anos quando meus pais fugiram daqui por conta do Mussolini, e eu fui com eles e meu irmãozinho... vivemos lá no estado de Pernambuco, inclusive a cidade que nasceu no sítio lá onde moramos se chama Lagoa da Italianinha em minha homenagem. 

- Sério????

- Sim, "Italianinha" era meu apelido. Mas sabe, moça... qual seu nome?

- Angélica. 

- Sabe, Angélica, eu jamais me esqueci do meu querido amigo Antônio Neto, meu amiguinho de lá... fomos muito amigos, e ele veio para a guerra, passou um tempo na Toscana...

- Hum, eu sou da Toscana. 

- Que interessante, moça... ele veio para cá para Itália e conheceu uma italiana e se casou com ela...

- Nossa. E a senhora?

- Tive que formar outra família... ecco. Uma linda família, tenho netos morando lá, eu até visitei eles há pouco tempo. Antônio Neto é vivo, e tem 99 anos, e vive com os netos lá. Vou fazer esse ano 94 anos, tenho boa saúde, na pandemia nem peguei Covid, fiquei no apartamento aqui sem sair de 2020 a 2022...

- Nossa, eu tive, a família toda teve. 

- Mas que bom que tu tá aí viva, firme e forte, moça. 

- E como é lá o lugar onde a senhora viveu?

- Diferente daqui... lá é quente, chove pouco, mas onde moramos, o povo é acolhedor demais. A gente chegou lá e o carro da gente pifou na entrada de Lajedo e a gente precisou ir a pé até o sítio Maniçoba... além dos meus pais e meu irmão, tinha meu tio e uma outra família daqui, além de uma cantora portuguesa. 

- Deve ter sido uma aventura e tanto...

- E como foi. 

Nicolly Hanna ofereceu capucino para a jornalista, que se encantava mais ainda com a história que Alycia contava. A jornalista ficou impressionada com a sabedoria dela. 

A mendiga Juliana

A mendiga Juliana costuma perambular pelas ruas centrais de Lagoa da Italianinha, pedindo esmolas, não só no centro como também na rodoviári...