Morando em Pernambuco desde 1915, a jovem alemã Inalda, talentosa pintora e artista plástica, despertou interesse em alguns homens da alta sociedade de Vila Dourada. No entanto, Inalda sempre foi discreta, e não pretendia se casar com qualquer pessoa.
Num certo dia, durante um baile, por volta de 1929, Inalda estava no local, e um jovem se interessou por ela. Ele se aproximou dela e disse:
- Moça, você é muito bela.
- Muito obrigada.
- Notei que a senhora tem um sotaque diferente.
Inalda disse:
- Sim, eu vim de Wittemberg, na Alemanha. Eu sou de lá.
- E por que a senhora veio pra cá?
Inalda retrucou:
- Eu saí de lá por conta da guerra. Achei aqui muito acolhedor.
- Que bom. Poderia me dar a honra de dançar com a senhorita?
Inalda disse:
- Moço, não posso. Estou evitando relacionamentos.
- Mas não faça isso, a senhora é tão linda.
Inalda disse:
- Você se casaria com uma judia?
O rapaz mudou seu semblante. Ele disse:
- Perdoe-me, senhora. Sou católico.
- Então, não podemos nem pensar em relacionamento. Eu sou judia.
Inalda se afastou do rapaz e foi conversar com algumas amigas. Ela só se casaria, enfim, anos mais tarde, já depois da Segunda Guerra Mundial.
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