terça-feira, 30 de abril de 2024

A mendiga Juliana


A mendiga Juliana costuma perambular pelas ruas centrais de Lagoa da Italianinha, pedindo esmolas, não só no centro como também na rodoviária.

Juliana, sem família e sozinha, vive nas ruas desde menina, e costuma tomar café na rodoviária, no mercado público ou na barraca de Josinete. 

Na rodoviária, Juliana passa por algumas pessoas dizendo:

- Me dê um real pra mim tomar café...

Alguns lhe dão, outros não. Mas Juliana coatuma conseguir alguns trocados para lanchar. 


O talento de Adelma


 Na década de 30, a bela cantora Adelma chamava atenção do sítio Maniçoba pelo seu talento artístico. Mesmo oriunda de Vila Dourada, Adelma optou por morar no sítio, que atualmente é a cidade de Lagoa da Italianinha.

Adelma fazia shows aos finais de semana na lanchonete de Ed. Ela encantava as pessoas naquele simples sítio do interior de Pernambuco.

Adelma ainda se destacou por lutar contra a ditadura de Vargas, e foi perseguida por isso. Também foi perseguida pela ditadura militar quando já tinha mais de cinquenta anos de idade. Chegou a ser amiga da feminista Lídia. Mas escapou ilesa do regime, chegando a ver a redemocratização do Brasil quando já tinha mais de setenta anos. 

sábado, 20 de abril de 2024

Temporal em Lagoa da Italianinha


Era um dia de sábado em Lagoa da Italianinha, e começou a cair uma chuva muito forte um verdadeiro temporal.

É evidente que Cássia aproveitou se dessa chuva forte para estar no meio da rua, chegando até mesmo a rolar em uma poça de água.

Alguns que viram de longe zombaram de Cássia por ela brincar na chuva. 

Os mendigos Andreza e Guilherme corriam e viram Cássia ali. Guilherme disse:

- Olha ela. Doidinha bichinha.

Andreza disse:

- Ela é assim mesmo viu? Eu gosto dela ela é bem doida, ela até larga o barro nas calças feito eu. 

Guilherme levou um susto. E a chuva caía muito forte. Algumas tuas já estavam alagadas. 

Só parou de chover depois de duas horas.

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Josiane e Aline Débora brigam na praça

 

Nas proximidades da Praça 27 de Dezembro, estavam juntos Valdenes e Aline Débora, conversando. Em determinado momento, Valdenes disse:

- Vamos ali comprar churros?

- Deixe que eu vou, me espere. 

Valdenes se sentou, e Aline Débora foi comprar churros. Acontece que nesse momento, apareceu Josiane, e disse:

- Valdenes!!! Que bom te ver. 

- Você por aqui, Josiane?

- Sim. Eu estou feliz em te ver. E você?

Valdenes disse:

- Olha, é melhor tu sair logo, que Aline Débora tá por aqui, ela foi comprar churros. 

- Eu não tenho medo dela. 

- Poxa, isso vai dar uma confusão aqui.

Aline Débora chegou com os churros, e ao ver Josiane, disse:

- Mas o que tu tá fazendo aqui?

- Falando com o homem que eu amo, e que eu nunca deixei de amar!

- Ah, sua atrevida, vou te partir em sete!!!!!! Segura os churros, Valdenes. 

- Aline, deixe isso pra lá, vamos embora. 

- Ela me provocou! 

Aline Débora colocou os churros em cima do banco, e partiu pra cima de Josiane, sendo que as duas puxavam os cabelos uma da outra. Aline Débora deu um tapa em Josiane, mas em dado momento, chegou Moab, o pai de Josiane, e disse:

- Mas o que está acontecendo aqui?????

Josiane e Aline Débora o olhavam, e Valdenes disse:

- Nada, eu e Aline estamos de saída. 

- Mas eu quero uma explicação! Josiane, vamos pra casa. Não posso acreditar que tu tá brigando com essa pé sujo por conta desse outro pé sujo! 

- Pai...

- Vamos embora, e vamos ter uma conversa séria. 

Moab colocou Josiane no carro, e Aline Débora disse:

- Tomara que ele dê uma 57 cintadas nela! 

Ela olhou o banco e disse:

- Cadê os churros? 

- Roubaram os churros! - disse Valdenes. 

Os pretendentes de Inalda


Morando em Pernambuco desde 1915, a jovem alemã Inalda, talentosa pintora e artista plástica, despertou interesse em alguns homens da alta sociedade de Vila Dourada. No entanto, Inalda sempre foi discreta, e não pretendia se casar com qualquer pessoa. 

Num certo dia, durante um baile, por volta de 1929, Inalda estava no local, e um jovem se interessou por ela. Ele se aproximou dela e disse:

- Moça, você é muito bela. 

- Muito obrigada. 

- Notei que a senhora tem um sotaque diferente. 

Inalda disse:

- Sim, eu vim de Wittemberg, na Alemanha. Eu sou de lá. 

- E por que a senhora veio pra cá?

Inalda retrucou:

- Eu saí de lá por conta da guerra. Achei aqui muito acolhedor. 

- Que bom. Poderia me dar a honra de dançar com a senhorita?

Inalda disse:

- Moço, não posso. Estou evitando relacionamentos. 

- Mas não faça isso, a senhora é tão linda. 

Inalda disse:

- Você se casaria com uma judia?

O rapaz mudou seu semblante. Ele disse:

- Perdoe-me, senhora. Sou católico. 

- Então, não podemos nem pensar em relacionamento. Eu sou judia. 

Inalda se afastou do rapaz e foi conversar com algumas amigas. Ela só se casaria, enfim, anos mais tarde, já depois da Segunda Guerra Mundial. 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Imigrantes em São Paulo

 

Maior cidade da América do Sul, bem como de todo o Hemisfério Sul, São Paulo é também cosmopolita, recebe pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo. Aqui, temos as histórias das nordestinas Jucilene e Celinha, bem como dos sulistas João Marcos e Íris. 

Mas nossos amiguinhos também têm amizades com pessoas de comunidades estrangeiras. Ao lado da lanchonete de Jucilene, especialista em comidas nordestinas, tem uma pizzaria, do italiano Francesco, casado com Carlotta e pai de Lorenzo e Martina. Jucilene se afeiçoou aos italianos, porque ela conta que sua terra natal em Pernambuco - Lagoa da Italianinha - foi fundada por italianos. Eles vivem no bairro do Bixiga, famoso por ter uma grande colônia de italianos. 

Não muito longe dali, tem um restaurante de comida oriental, de uma família japonesa. Kazuo e sua esposa Emi tocam o restaurante com muita maestria, e ensina aos seus filhos Yuki e Amaya. Celinha costuma frequentar esse restaurante dessa família que mora no Bairro da Liberdade, famoso pela sua colônia de orientais. 

Mas não muito longe, ainda, tem uma padaria, do português Afonso, casado com sua esposa Leonor e pai de Diogo e Dulce. Vivem na Freguesia do Ó e são torcedores da Portuguesa de Desportos. 

No bairro Bom Retiro, vive uma família grega. Aquiles, sua esposa Zoé e os filhos Irene e Adonis são católicos ortodoxos, religião que eles já praticavam na Grécia, de onde eles vieram. 

No bairro Higienópolis, vive uma família judia e israelita. Isaac, sua esposa Léa e os filhos Ezequiel e Judite seguem à risca a tradição judaica. Apesar das diferenças religiosas, Isaac nutre boa amizade com o grego Aquiles. 

Por fim, também amigos da nordestina Jucilene, vive um casal de estrangeiros, mas de países diferentes. O canadense Liam e a australiana Kylie se conheceram pela Internet, e eles fizeram um voto de caso se casassem, morariam em um país distinto dos deles. Acabaram escolhendo o Brasil e se estabeleceram em São Paulo. E assim, eles vivem na principal metrópole brasileira. 

O neto de Francielly


Em uma fazenda bonita, vive uma família importante em Lagoa da Italianinha. Jeremias, o dono da fazenda, é agropecuarista e empresário. Casado com Zezé, tem uma filha chamada Francielly. Ele é amigo de longas datas do deputado Moab, de quem sempre foi eleitor e a quem ajudou sempre em suas campanhas. Ele é tão fiel ao deputado, que mesmo não gostando de Mimi, a pré-candidata que Moab apoia, aceitou apoiá-la atendendo o pedido do amigo. 

Jeremias tem portanto, um DNA de uma história passada que causou um grande escândalo familiar, de modo que Lagoa da Italianinha se separou de Vila Dourada. Jeremias é filho único de Augusto, ex-prefeito de Lagoa da Italianinha, além de ser neto de Leandro e Francielly, o casal que protagonizou um dos maiores escândalos familiares da década de 20 em Vila Dourada. Francielly Villegagnon, como já contado em histórias anteriores, era da importante família local, mas se envolveu com o motorista da casa, Leandro, e acabou sendo expulsa de casa. Deste casal nasceu o filho Augusto, que liderou a luta pela emancipação de Lagoa da Italianinha. Francielly morreu numa queda de cavalo - causada por sua irmã Dalva - em 1935 - quando Augusto tinha apenas 3 anos -, e Leandro morreu 20 anos depois. 

Foi em homenagem à sua avó que Jeremias deu seu nome à filha. Mas ele renega o sobrenome "Villegagnon", além de não gostar de Vila Dourada, que "suja a memória de sua avó". Jeremias não chegou a conhecer os avós paternos, mas se comoveu quando seu pai contava a história. 

A amizade de Jeremias e Moab vem de tempos. Isso porque Augusto, depois da emancipação, tornou-se aliado do Coronel Pontes Florêncio, pai de Moab, tendo sido prefeito duas vezes com o apoio dele, além de ter apoiado o próprio Coronel como seu sucessor nas eleições de 1968 e 1982 - sendo derrotado em ambas. O coronel Pontes Florêncio conseguiu ser prefeito em 1972, mas aí ele era oposição contra o então prefeito Arthur, o italiano. Augusto foi eleito em 1963 e 1976 sempre apoiado pelo Coronel Pontes Florêncio. 

Em Lagoa da Italianinha, cogita-se que Jeremias poderá sair candidato a vereador. Apesar de ter respirado política desde sua meninice, ele jamais foi candidato a nenhum cargo eletivo. 

terça-feira, 16 de abril de 2024

Pri passa a trabalhar com Quitéria


Depois de ser chamada atenção de sua patroa Marlene por andar sempre de pés descalços, a jovem Pri não se sentia mais à vontade na pequena lanchonete da rodoviária. Pri, em dado momento, tentou até usar um par de sapatilhas, mas ela se sentia incomodada, e as sapatilhas ainda a machucavam. 

Enquanto isso, no Pátio Verona, um dos principais points de Lagoa da Italianinha, Quitéria andava feliz pelo movimento de sua lanchonete ter aumentado. Para não sobrecarregar sua funcionária Flaviana, decidiu chamar uma outra funcionária. 

Acontece que Pri conversou com Flaviana sobre o fato, e Flaviana disse para Quitéria:

- Dona Quitéria, tem uma amiga minha, que também viveu nas ruas, ela trabalha agora numa pequena lanchonete da Marlene lá na rodoviária, mas ela levou bronca porque ela vive sempre descalça, ela não usa calçados... Ela se chama Priscyla, mas todos a chamam de Pri. 

- Chame ela aqui. 

Pri, em seu horário de folga, aproveitou e foi lá na lanchonete de Quitéria, que se agradou da jovem. Quitéria disse:

- Gostei de você, moça. Quero que você venha trabalhar aqui. 

- Mas... eu só vivo assim de pés no chão, não sei se a senhora...

- Venha assim, mesmo, oxe. Que bestagem, aqui a própria prefeita é uma pés livres, também. Nem se preocupe. 

Pri, feliz, doou o par de sapatilhas para uma mendiga, e depois, pediu demissão da lanchonete de Marlene, indo trabalhar com Quitéria. Marlene, para preencher, fez suas funcionárias Deinha e Santa fazerem um rodízio entre a lanchonete maior e a lanchonete menor. 

O plano de Sandra Valeria


 Determinada a derrotar Myllena, a deputada federal Sandra Valeria anda muito preocupada com a fragmentação da oposição local. Oficialmente, Sandra Valeria, assim como os deputados estaduais Moab e Janayna, apoiam a pré-candidatura de Mimi para prefeita da cidade de Lagoa da Italianinha.

Mas a presença da vereadora Kátia e da empresária Marlene como pré-candidatas tem tirado o sono da deputada. Antes da entrada de Kátia, Mimi liderava as pesquisas. Mas Kátia, que antes era aliada de Myllena, rompeu com a prefeita descalça depois que ela tirou Kátia da chapa como vice pra colocar sua filha Giovanna Victorya. Kátia acabou se lançando pré candidata a prefeita, fazendo com que Myllena recuperasse a primeira posição,  Mimi ficasse em segundo.

Sandra Valeria anda querendo contactar Kátia e Marlene, oferecendo vantagens a ambas. Uma seria candidata a vice de Mimi e a outra seria vereadora para inclusive ser presidente da Câmara. Mas Kátia e Marlene estão irredutíveis. Enquanto isso, a prefeita Myllena anda disparando na popularidade, com Giovanna ao seu lado. 

Pressionadas pela liderança de Myllena e pela popularidade de Giovanna Victorya, Sandra Valeria conseguiu agendar uma reunião com os deputados estaduais Moab e Janayna e com Mimi, Kátia e Marlene. 

Giovanna alavanca a popularidade de Myllena


Ao que parece, em Lagoa da Italianinha, a escolha da Giovanna Victorya pra ser candidata a vice-prefeita na chapa de sua mãe, a prefeita Myllena, que vai disputar a reeleição, ajudou a alavancar a popularidade da prefeita descalça.

Myllena anda recebendo pesquisas internas que lhe deram um novo ânimo. Com a entrada de sua ex aliada Kátia no páreo, a oposição ficou dividida em três candidaturas, o que ajuda o grupo governista.

Giovanna Victorya tem sido chamada com frequência para entrevistas, mostrando muito preparo e um carisma fora do comum. Na cidade, alguns cientistas políticos já cravam que Giovanna poderá crescer mais ainda na política que sua mãe. Enquanto Myllena tem um gênio forte, Giovanna é tida como conciliadora e carismática. Descobriu-e que várias pessoas que não queriam votar na prefeita descalça mudaram de ideia quando Giovanna entrou na chapa. Giovanna Victorya também é presidente municipal de um partido, tendo o levado para a base governista. E a possibilidade de Giovanna ser prefeita já em 2026 caso Myllena renuncie pra ser candidata a deputada, parece que agradou a muita gente também. A oposição tentou usar isso contra Myllena, mas o tiro saiu pela culatra. E a jovem que passou oito anos passando pela Alemanha e Áustria vem forte na política local. 

Dani Cruel quer criar Clube das Malvadas


A perversa Dani Cruel, figura de alta periculosidade da comunidade do Alto do Cruzeiro, conhecida como a "bandida descalça", sonha em criar um Clube das Malvadas, onde se reunissem apenas mulheres más.

Dani Cruel disse para Yellow e Cristiane, suas comparsas:

- Vamos criar um Clube onde possamos exaltar a maldade, a crueldade. Não será permitido nenhum tipo de ato de bondade. Eu odeio isso. 

- Mas quem será que vai participar? - perguntou Yellow.

- Vou convidar Danuzia, por exemplo. Ela vai gostar ela é tão má quanto a gente. 

Cristiane disse:

- Eu tô dentro e quero ser presidente.

Dani Cruel disse:

- Paspalhona, a presidente serei eu. Eu deveria te matar agora mas não farei porque gostei de saber que tu é gananciosa. 

O café de Cássia


A maluquinha Cássia chegou logo cedo na rodoviária de Lagoa da Italianinha, e ela pegou um café para tomar, na lanchonete de Marlene. Cássia gosta muito de café, vale ressaltar.

Cássia disse:

- Eu quero me sentar ali...

- Se tu prometer que não vai fazer cocô nas calças, pode ir.

- Não farei.

Cássia se sentou, e tomava café. Em dado momento, Marlene disse:

- Cássia, tá um cheiro forte de chulé visse? Teus tênis que tu nunca tira pra tomar banho, tá com esse cheiro forte...

- Se eu tirar é pior...

Cássia passou algumas horas por ali tomando café. Quando o café esfriou, Cássia pegou o copo e jogou o café em cima de si mesma. Marlene disse:

- OXE, endoidou?

- Desculpe... Me deu essa vontade. 

Cássia pagou e saiu dali, pois começou a chover, e ela foi brincar na chuva. Marlene disse:

- Acho que a loucura dela tá piorando...

Jacilene no baile de máscaras


No ano de 1782, ainda antes de morar no Brasil, a francesa Jacilene esbanjava beleza e simpatia em um baile de máscaras na capital Paris.

Quem se aproximava dela tinha curiosidade de saber como ela era, pois Jacilene também esbanjava mistério. Alguns se atreveram a dançar com a jovem.

Apenas um mês depois, Jacilene deixou a França e foi morar em Minas Gerais, no Brasil.

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Francielly enfrenta Dalva


Ano de 1927. Francielly olhou-se no espelho, as palavras cruéis de sua irmã Dalva ainda ecoando em sua mente. “Você nunca será bonita,” Dalva zombou, com um sorriso maldoso que cortava mais fundo do que qualquer lâmina. Mas Francielly sabia que a beleza verdadeira vinha de dentro, e estava determinada a não deixar a irmã definir seu valor.

Com mãos firmes, ela pegou a tesoura e começou a cortar seus longos cabelos castanhos. Cada mecha que caía no chão era como um elo quebrado da corrente de humilhação que Dalva tentou colocar sobre ela. Quando terminou, Francielly sentiu uma leveza que não sentia há anos.

Ela se virou para encarar o mundo com um novo corte de cabelo, uma nova atitude e uma determinação renovada de viver sua vida não pela aprovação dos outros, mas pelo amor próprio que ela sabia que merecia.

Pri leva chamada de Marlene


 Como se sabe, Marlene tem duas lanchonetes na rodoviária de Lagoa da Italianinha. Na maior delas trabalham Deinha e Santa, e na menor, trabalha a jovem Pri, ex-mendiga.

Marlene não gosta que Pri ande sempre descalça, e ela disse para ela:

- Pri, eu não gostaria que você continuasse andando de pés no chão aqui.

- Mas, dona Marlene, me sinto tão bem...

- Sinto muito, se tu quiser andar descalça fora do trabalho, seja assim, mas aqui não pode. Eu fui mendiga feito você e nem por isso ando descalça feito maloqueira. 

- OXE, nada a ver, a prefeita Myllena também "veve" descalça oxe 

- Isso é problema dela, não é seu nem meu. Tá avisada amanhã quero você aqui de chinelo ou de sapato caso contrário rua!

Marlene saiu dali e Pri ficou chateada.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Encontro na chuva


 Sob o véu cinzento do céu tempestuoso numa tarde de 1946, Maria Clara, a camponesa descalça, encontrou-se com Fausto, o soldado italiano, em um campo florido que logo seria banhado pela chuva. O ar estava carregado com a promessa de um dilúvio, mas também com a doçura de um momento que se aproximava

Ela, com os pés na terra, sentia cada gota que começava a cair,

Ele, em sua farda, carregava o peso do mundo e o desejo de sorrir.

O olhar deles se encontrou, e tudo ao redor pareceu desvanecer,

Era apenas Maria Clara e Fausto, e o destino a acontecer.


A chuva então desceu, como cortinas a revelar o ato final,

E entre os pingos que dançavam, eles compartilharam algo sem igual.

Um beijo na chuva, terno e doce, selando um amor tão puro,

Que mesmo a tempestade ao redor, não pôde deixar escuro.


E assim, naquele instante, o tempo pareceu parar,

Para Maria Clara, a camponesa, e Fausto, que veio do mar.

Um beijo que prometia mais que paixão, mas um amanhã a construir,

Na chuva, eles se prometeram, juntos, sempre seguir.

domingo, 7 de abril de 2024

Priscila revê seus pais


Na rodoviária de Lagoa da Italianinha, Priscila, a mendiga perigosa, pedia esmolas por ali. Priscila esteva bastante suja, descalça, descabelada e exalando um forte cheiro.

De repente, parou um táxi por ali, e Priscila foi chamada. Marlene, a dona da lanchonete, viu a cena, e estava com sua funcionária Deinha. Santa havia ido almoçar.

Marlene disse:

- Sabia que eles são pais dela?

- Sério? - perguntou Deinha.

- Sim, Priscila era de família boa, mas sempre quis aprontar deu muito desgosto aos pais. Imagina agora a tristeza deles em ver a filha assim suja morando nas ruas..

- Pois é...

Priscila voltou, e Marlene disse:

- Priscila tu é tão jovem, aprende, você pode sair dessa vida que tu leva...

- O que tu tem com isso, não se meta no que não é da sua conta!

- Ela ta falando pro teu bem - disse Deinha.

- Cale-se você também. 

Priscila foi se deitar no chão ali perto. Marlene disse:

- Ela sempre foi assim nunca deu alegria aos pais não quer nada com a vida...

sábado, 6 de abril de 2024

Cássia brincando com jacaré

 

Numa certa manhã em Lagoa da Italianinha algumas pessoas estavam sobre a ponte curiosas. Viram uma mulher de blusa cinza, calça jeans e tênis branco no rio brincando com jacaré. Era Cássia que novamente estava no rio.

Lúcia, a irmã dela chegou ali e gritou:

- Cássia, você está louca? Você quer virar alimento de jacaré?

- Ele é meu amigo... - disse Cássia.

- Saia já daí!

Cássia não saía, e ainda dava alguns mergulhos. Ninguém tinha coragem de descer ao rio para tirar Cássia dali por conta do jacaré.

Mais tarde, Cássia apareceu em casa, bastante molhada, e Lúcia disse:

- Você agora passou dos limites. Você poderia estar no hospital por ter sido mordida pelo jacaré!

- Ele é meu amiguinho...

- Nunca mais faça isso, sua doida!

Leila é discriminada na escola


 Na escola onde está estudando, a Leila está aprendendo a ler e escrever, mas ao mesmo tempo, ela também está sofrendo muita discriminação por três motivos.

Um deles é pelo fato dela já ter quase quarenta anos, e estuda em uma classe formada por crianças. O segundo motivo é por ela andar descalça sempre, e o terceiro motivo é por ela ser uma simples vendedora de picolés.

Quando Leila deixou de ir na escola sem explicação, o diretor foi a procura dela. Achou a na rodoviária, e ele disse:

- Por que não fosse mais na escola?

- Eu estou sendo maltratada na classe me chamam de velha dos pés sujos, me discriminam por vender picolés....

- Bom, você não usa sapatos?

- Não costumo não. Gosto de andar assim de pés no chão. Aliás a prefeita daqui anda assim também.

- Bom, eu quero que você venha comigo.

Ele levou Leila até a escola e deu uma severa bronca nos outros alunos e até ameaçou até de expulsão quem implicasse com Leila. 

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Lorena briga na rodoviária


 Numa certa manhã, Eraldo e Valdenes tomavam café na rodoviária quando de repente viram uma briga. Eram as mendigas Priscila e Lorena. Na realidade, Lorena é prima de Valdenes, ele foi se envolver na briga e separar as duas. Ao contrário do primo, Lorena preferiu ficar solta pelas ruas.

Valdenes disse:

- Para com isso, Lorena!

- Deixe eu só matar ela!

- Tu me paga! - disse Priscila.

Valdenes levou Lorena pra mesa, e Eraldo disse:

- Que diabo de briga foi essa?

- Essa vagabunda ladrona querendo perturbar aqui. 

Valdenes disse:

- Lorena é uma ótima pessoa, mas ela é muito temperamental.

Lorena disse:

- Vou indo, tomar um banho no chafariz da praça. 

- Cuidado com a polícia viu? 

- Não tenho medo. - disse Lorena. 

A mendiga Juliana

A mendiga Juliana costuma perambular pelas ruas centrais de Lagoa da Italianinha, pedindo esmolas, não só no centro como também na rodoviári...