Ano de 1942 e o Brasil havia entrado na Segunda Guerra Mundial. A vida no pequeno sítio Maniçoba, interior de Pernambuco, havia mudado da água para o vinho, já que ali moravam famílias de imigrantes italianos e alemã, nações que faziam parte do grupo que o Brasil combatia.
Numa aldeia ali perto, a índia Tainá recebeu ordens para fazer algumas compras para Deisilene, sua mãe adotiva. A índia Serena estava caçando naquela hora. Tainá escutou conversas na venda de Ed sobre a guerra.
Na volta, veio falando sozinha, pensando:
- Guerra, guerra... será que vai chegar até aqui? Tenho medo de meu povo ser dizimado.
Eis que nesse momento, apareceu Edja, que disse:
- O que você tem?
- Nada.
- Pode falar, Tainá.
- Como tu sabe meu nome?
- Eu vi que você tem dúvidas sobre essa guerra.
- Sim.
Edja disse:
- Olha, não vai chegar aqui, fica tranquila... o mais próximo que vai chegar é que tem um rapaz aqui que vai ser chamado para combater na guerra. E sem contar que aqui temos duas famílias italianas e uma família alemã. Mas eles não sofrerão muito.
- Tu parece saber de tudo. Por que essa guerra?
- Por que homens malignos que pensam que são poderosos resolveram desafiar a tudo e a todos. Mas de uma coisa tu tenha certeza. A vez deles vai chegar. E não vai demorar muito.
- Já fico tranquila...
Tainá virou o rosto, e ao olhar, viu que Edja tinha desaparecido. Ela disse:
- Moça, moça!
Tainá voltou para a aldeia e não contou nada para Deisilene. Ela começou a questionar se Edja era uma anja.
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