Muito mais do que sua prima, a pintora alemã Inalda, a Danielly sofreu muito na ditadura que se instalou no seu país em 1933. Inalda já morava no Brasil nessa ocasião, mais propriamente no interior de Pernambuco, no humilde sítio Maniçoba, então pertencente a Vila Dourada, que viria a se tornar a cidade de Lagoa da Italianinha, fundada pelos imigrantes italianos.
Danielly, que nasceu em 1887, se mostrou desde cedo talentosa para música, além de um grande carisma. Mas sabia que ser cantora somente não iria ser suficiente. Logo, ela abriu uma loja, já no ano de 1927, aos 40 anos.
Mas Danielly começou a se preocupar com a situação política no seu país, que ameaçava em breve ser governado por radicais. Ela acompanhava a ascensão de Hitler e ela mesma ficava com medo, pois era judia, e o via discursando destinando ódio contra judeus.
Sua prima Inalda lhe escrevia cartas frequentemente. Inalda amava sua prima mais velha como se fossem irmãs. Ela pedia encarecidamente à Danielly que deixasse a Alemanha antes que algo muito ruim acontecesse.
Em 1933, Adolf Hitler foi nomeado chanceler, dando início à sua ditadura. Danielly teimou em permanecer morando em Berlim, apesar das ameaças. A cantora manteve adiante sua loja. Mas em 1938, aconteceu a "Noite dos Cristais", sendo que sua loja foi atingida. Desesperada e com muito prejuízo, Danielly saiu de Berlim e foi morar em Wittemberg, sua terra natal. Ela só deixaria a Alemanha em 1939, quando teve início a Segunda Guerra Mundial, e foi para o Brasil, onde foi morar com sua prima Inalda. No sítio Maniçoba, conquistou a amizade dos moradores locais, dos imigrantes italianos e da cantora portuguesa Mary Dee. Outro grande amigo seu foi Ed, o dono da venda.
Danielly só voltaria a visitar a Alemanha (então Alemanha Ocidental) em 1977, quando já tinha 90 anos. Mas foi uma visita rápida.
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