quinta-feira, 20 de novembro de 2025

A história de Olívia

 

Nascida em 1882 e sendo a filha mais nova de Alvanir e Antônio, Olívia foi a única das três filhas a herdar a etnia afrodescendente de seu pai. Alvanir, sua mãe, era branca, assim como Lucinha e Mônica, suas duas irmãs mais velhas. Antônio, seu pai, era jornalista e um ex-escravo alforriado há muito tempo, tendo chegado a lutar na Guerra do Paraguai. 

Em Fortaleza, onde eles viviam, Olívia sofria discriminação, preconceitos e questionamentos. Vale ressaltar que ela nasceu antes da Abolição da Escravatura, sendo que seu pai já era liberto há anos. 

Alvanir procurava ensinar suas duas filhas mais velhas a tratar Olívia com amor e protegê-la dos preconceitos racistas dos quais inevitavelmente ela seria alvo. 

Anos mais tarde, quando Alvanir, já idosa, foi morar em Pernambuco, Olívia acompanhou sua mãe. Lá em Vila Dourada, onde passou a viver, conheceu aquele que viria a ser seu marido. Peixoto, que era militar, se agradou de Olívia e se casou com ela em pouco tempo. Do mesmo modo que acontecera com seus pais, Olívia também teve seu casamento com Peixoto questionado, já que ele também era branco. Do casal, nasceu Túlio, o único filho, que herdou a etnia da mãe. Peixoto e Olívia viveram um casamento feliz e realizado até 1958, quando Peixoto morreu. Olívia faleceria oito anos depois, em 1966. 

Túlio, que viveu até 1994, foi pai de Barnabé, que hoje mora numa casa bonita no sítio Cafundó do Judas, com seu filho Francisco, conhecido como Chico Tripa, na zona rural de Lagoa da Italianinha. Barnabé é conhecido por sua sabedoria, e como uma espécie de liderança no sítio. 

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