Maria Clara, que nasceu em 1918, era filha de índios, mas anos mais tarde, separou-se deles, e foi morar sozinha numa cabana no sítio Maniçoba, onde futuramente seria fundada Lagoa da Italianinha. Usava um vestido longo e surrado e andava sempre descalça, sendo uma das primeiras ali da região a viver sem calçados. Conta-se que ela passou a vida inteira sem calçados.
Agricultora, também gostava de colher frutas. Começou a aprender pinturas e arte com a alemã Inalda, que morava ali no sítio há algum tempo. A relação entre as duas era tão próxima que ela tinha Inalda como uma "segunda mãe".
O sítio passou a crescer com a chegada dos italianos e de uma familia portuguesa ali em pleno agreste pernambucano. O local começou a crescer, mas Maria Clara continuava simples. Chegou a mais de uma vez tomar banho no chafariz da praça em Vila Dourada. Ela também era conhecida por ser bem desastrada, quebrando as coisas com facilidade.
Maria Clara não tinha cama em casa, ela gostava de dormir no chão. Anos mais tarde, conheceu aquele que seria seu futuro marido, o italiano Fausto, que havia lutado na guerra, e depois de desertar, ficou amigo do pracinha brasileiro Antônio Neto, o mesmo que o rendera. Fausto foi morar em Pernambuco e logo se apaixonou por Maria Clara. Casaram-se e tiveram uma filha, chamada Leda.
Maria Clara também chegou a ser presa no Regime Militar, acusada de esconder comunistas, e depois, sua saúde nunca mais foi a mesma. Ela, entretanto, viveu para ver a redemocratização do Brasil.

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