domingo, 23 de novembro de 2025

Dois amigos na lanchonete

 

Num certo domingo, Valdenes estava na lanchonete de Quitéria quando viu sua amiga, a veterinária Malu, e os dois se sentaram à mesma mesa para conversar. Valdenes disse:

- Sua irmã Wéllia ainda te aperreia?

- Muito, tu nem imagina como... 

- Verdade, pensar que eu já gostei dela... mas ainda bem que eu acordei. 

- Uma pena, eu me lembro disso. Eu até tentei te avistar na época que não seria uma ideia legal, eu conheço a peça ruim. 

Valdenes dizia:

- Mas tu, Malu, tu é tão diferente dela... impressionante. 

- Muito diferente dela. Não me considero melhor que ela, mas diferente, sim. 

- Talvez se naquela época eu tivesse gostado de tu, eu tinha mais chance...

Malu riu e disse:

- Olha, eu não tenho frescuras, por mim, a pessoa pode ser rica, ser pobre, eu não tenho isso, não. Wéllia é quem tem essas frescuras. Mas não sei se a gente daria muito certo... 

- Veja eu, eu descalço, tu de vez em quando, anda descalça também. 

- Sim, só de vez em quando. Você é radical demais, Valdenes, me disseram que tu toma banho de roupa, também. 

- Sim, claro. 

- Mas no chuveiro, também, em casa????

- Sim!!!

- Olha, eu também tomo banho de roupa, mas só em público. Em casa, não, eu tomo banho sem roupa como qualquer pessoa normal. 

- Estás insinuando que não sou normal. 

- Desculpe, Valdenes, amigo, não foi isso que eu quis dizer. Digo, assim, mais comum, é que...

- Não se preocupe, Malu, eu entendi. Você é uma grande mulher, muito diferente de sua irmã. 

De repente, nessa hora, apareceu Wéllia, dizendo:

- Oxe, minha irmã gêmea conversando com esse mendigo pé sujo?

- Valdenes não é mais mendigo. - disse Malu. 

- Pra mim, sempre será. Já sei, Valdenes, tu sabe que comigo tu não consegue nada e aí tu tá dando em cima da minha irmã só porque ela tem meu rosto, é linda como eu. 

Valdenes se levantou e disse:

- Wéllia, com licença, que meu ouvido não é penico! Não estou com saco para escutar seus delírios, não. 

- Não ligue pra ela, Valdenes - disse Malu. 

- Olha aí, a defensora dos fracos e oprimidos. 

Valdenes pegou um dinheiro e colocou em cima da mesa, dizendo:

- Malu, toma, pra pagar nosso lanche. 

- Que é isso, Valdenes? Não se incomode. 

- Faço questão. 

Valdenes se despediu de Malu e se retirou. Malu disse pra Wéllia:

- Tu é uma mal-amada, estraga até minhas conversas com meus amigos. 

- Que amigo, hein?????

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