Inalda convivia com sua prima Danielly e suas amigas judias Stella e Lucélia, além de Alessandra, uma jovem militante socialista. Acontece que na Primeira Guerra Mundial, em 1915, Inalda se muda para o Brasil, mais propriamente, para morar no interior de Pernambuco, no sítio Maniçoba - atual Lagoa da Italianinha - que pertencia na época a Vila Dourada, sendo a primeira estrangeira a morar no sítio, bem antes dos imigrantes italianos.
Inalda fez amizade com a população local, como por exemplo, Ed, o dono da venda, e Maria Clara, uma humilde camponesa. Mas mesmo longe, Inalda se preocupava com a situação do seu país. Quando a ditadura aflorou na Alemanha, Danielly chegou a ter sua loja atacada na Noite dos Cristais, vindo fugir para perto de Inalda apenas em 1939, quando a guerra começou. Stella, Alessandra e Lucélia foram presas em campos de concentração.
Dessas, só Stella não sobreviveu. As outras duas sobreviventes escaparam em dias diferentes: Lucélia conseguiu fugir em 1943 e foi pra Israel, enquanto Alessandra só conseguiu sair em 1945 e foi morar no Brasil, na cidade de Maceió.
Inalda constituiu família em Lagoa da Italianinha, sendo que na cidade, também tem alguns descendentes de alemães. Quando Inalda já era idosa, eis que ela viu perto da casa dela um senhor alemão de nome Paul, que só a admirava, mas não falava nada. Inalda estranhava a presença desse homem. Ele morreu em 1960, mas anos mais tarde, uma descoberta a abalou: ele era Frederick, que amava na juventude, mas que aderiu ao regime ditatorial e fugiu para o Brasil quando a guerra já estava no fim, usando o nome falso de Paul e se escondendo em Lagoa da Italianinha.
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