Em dado momento, Samuel perguntou:
- Por que sua mãe Wéllia não gosta de mim? Ela não deixa a gente ser amigo...
- Porque tu tem esse jeitinho, de ser bem despojado, sabe?
- Oxe, o que tem isso? Odeio roupas chiques, odeio ternos e gravatas, não suporto sapatos.
- Eu sei, mas minha mãe é muito orgulhosa, querido. Se tu usasse terno e gravata, ela talvez ia pensar diferente.
- Oxe, se depender disso pra ela gostar de mim, vou ter sempre o desprezo dela.
Alice disse:
- Mas eu gosto de você desse seu jeito. Inclusive, se parece muito com minha tia Malu, é a simplicidade em pessoa.
- Eu conheço Malu, ela é tão diferente... como é que ela pode ser tão diferente tendo o rosto igual da sua mãe?
- Pois é, querido... eu mesma me pergunto isso. Eu queria tanto que minha mãe fosse Malu... ela é carinhosa, humilde, ela me ama.
- Oxe, mas sua mãe não te ama?
- Não. Eu não sinto esse amor vindo dela. Parece que ela me cria mais como obrigação.
- Puxa, que tristeza...
- E sua mãe, o que diz desse seu jeito?
- Ela adora. Ela precisa muitas vezes se vestir melhor por causa do emprego dela de aeromoça. Mas todas minhas maluquices eu puxei a ela.
- Que bom. Dona Valéria é uma pessoa sensacional.
A cachoeira estava movimentada. Em dado momento, apareceram Malu, a tia de Alice, e Bruna, a tia de Samuel. Elas estavam passeando e conversando ali perto, e eles tinham ido pra cachoeira com elas. Nenhum deles tomou banho de cachoeira naquela manhã e voltaram pra Lagoa da Italianinha.
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