A partir da chegada dos imigrantes no sítio Maniçoba, que fazia parte da zona rural de Vila Dourada, no agreste de Pernambuco, o local passou a ser cena de alguns conflitos. Além do conflito por terras envolvendo o coronel Jefferson e o imigrante italiano Jadiael, um outro confronto agitou a pequena comunidade que hoje é a cidade de Lagoa da Italianinha: a beata Mônica e a portuguesa Mary Dee, que chegou ali com os imigrantes italianos.
Mary Dee havia ido morar com seu filho pequeno Manuel em uma casa ao lado da de Mônica, e Mônica, que além de odiar estrangeiros, era uma beata incorrigível, acusava Mary Dee de ser uma "perdida" e proibiu Antônio Neto de manter qualquer amizade com Manuel, o filho da portuguesa. Mary Dee também bebia muito, e isso fazia com que Mônica desprezasse a portuguesa.
Nesse tempo, por volta de 1938, aconteceu até mesmo agressão física, quando Mônica meteu golpes de chicote na portuguesa descalça, perto das casas de ambas. A confusão foi parar na delegacia de Vila Dourada.
Mary Dee também provocava Mônica, acusando-a de "falsa moralista", "beata de igreja", entre outros fatores.
Mesmo quando o coronel Jefferson e o imigrante italiano Jadiael fizeram as pazes em 1942, Mônica e Mary Dee continuaram inimigas.
Mas na década de 60, as duas fizeram as pazes e passaram a ser amigas. Viveram ainda mais uma década. Hoje, Antônio Neto e Manuel, os filhos delas, são vivos e mantém uma amizade, mesmo à distância: Antônio Neto, filho de Mônica, tem 100 anos, mora em Lagoa da Italianinha e vez por outra, fala com Manuel, o filho de Mary Dee, que tem 96 anos e mora em Porto.

Nenhum comentário:
Postar um comentário