A portuguesa Mary Dee, uma cantora carismática nascida lá em 1899, começou a enfrentar perseguições durante a Era Salazar. A situação se tornou tão insustentável que ela decidiu ir embora para o Brasil. Levou consigo seu filho pequeno Manuel. Seu marido não foi naquele momento por estar preso, mas ele mesmo incentivou a esposa a ir embora.
Mary Anna pegou um navio que vinha da Itália, e subindo nele, fez amizade com duas famílias italianas que estavam indo para o Brasil. Jadiael, Lanie e seus filhos pequenos Alycia e Arthur, Moysés, o primo de Lanie, e Hélio e Suzana e seus filhos Bianca e Kayque, todos vindos de Verona.
Durante a viagem, Alycia, que tinha apenas cinco anos incompletos, ficou doente, mas Mary Dee cuidou dela, e a fez rir muito. Jadiael e Lanie se agradaram da portuguesa.
Chegaram ao Recife, e Mary Dee ficou tão feliz, que não se conteve e pulou no mar de roupa e tudo. Ela foi alvo de risadas dos seus companheiros de viagem.
Passaram alguns dias em Recife, até que Jadiael conseguiu comprar três casas no sítio Maniçoba, que pertencia a Vila Dourada na época. Mary Dee ficou com uma delas e foi morar com seu filho Manuel. Nesse período, voltou a cantar, e com a ajuda da cantora Adelma, passou a se apresentar com frequência na venda de Ed.
Mary Dee, entretanto, teve muitos atritos com a beata Mônica. Anos mais tarde, depois da guerra, Mary Dee recebeu seu marido e agora a família estava completa.
Hoje, Manuel vive em Portugal, já tendo 96 anos de idade, e mora com sua filha Fátima em Porto. Ele ainda se recorda do jeito maluquinho e excêntrico de sua mãe, que andava descalça o tempo todo, cantava sozinha e era muito extrovertida.
Em Lagoa da Italianinha, alguns descendem dela: entre eles, as bisnetas Mimi, que foi candidata a prefeita, Luciana, Paula e Débora, que são respeitadas na cidade.

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