Muito antes de Vila Dourada se emancipar de Nova Humaitá em 1928, uma mulher de fibra já atuava ali como professora. Seu nome: Cicleide.
Nascida no ano de 1875, sendo descendente de índios, chegou em Vila Dourada, então distrito de Nova Humaitá, em 1905, quando tinha apenas 30 anos, e de lá não saiu mais. Para se ter uma ideia da importância de Cicleide na história local, todos os filhos do casal Jorge Villegagnon e Joana foram seus alunos: Arnaldo, Beatriz, Carlos, Dalva, Estêvão, Francielly, Gustavo e a adotada Helena. Além deles, as irmãs Gisella e Allana Hevellyn, filhas de Lady Andréia, também foram suas alunas.
Na década de 30, quando já tinha quase 60 anos, Cicleide seguia firme e forte na sua atividade como professora. Nessa época, Vila Dourada já era uma cidade - havia se emancipado em 1928 -, e ela desempenhava importante papel nos primeiros anos da história da cidade.
Cicleide foi uma das amigas da jovem professora Issa, que chegou no sítio Maniçoba, então pertencente a Vila Dourada, em 1935. Cicleide, algumas vezes, se dirigia ao sítio para ajudá-la a dar aulas aos alunos ali presentes.
Cicleide ainda tinha uma amiga especial: uma humilde camponesa que vivia sempre descalça, e morava no sítio Maniçoba (atual Lagoa da Italianinha): a jovem Maria Clara, que a tratava como se fosse uma avó. Como ambas tinham antepassados indígenas, havia uma desconfiança que ambas fossem parentes uma da outra.

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