Quando já estava idosa e residindo no sítio Maniçoba - futura Lagoa da Italianinha, em Pernambuco -, a cearense Alvanir, que morava com sua filha Mônica, passou a ter amizade com uma nova vizinha: a alemã Inalda, que se mudara para o local em 1915.
No ano de 1917, Alvanir, com 72 anos de idade, tocava piano para a jovem Inalda, que tinha 22 anos. Alvanir dizia:
- Eu já estou velha, mas você está começando a viver agora. Por isso, é importante que eu possa passar minha experiência.
- Dona Alvanir, a senhora tem uma história incrível - disse Inalda. - me contaram que a senhora lutou pela abolição dos escravos aqui no Brasil.
- Sim, e lutei foi muito. Foi uma grande vitória.
- A senhora só tem essa filha, a Mônica?
- Não, tenho uma outra filha mais velha, chamada Lucinha, que mora no Recife, e uma mais nova, chamada Olívia, que mora em Vila Dourada.
- Muito bom, nomes bonitos.
Alvanir disse:
- Que mal lhe pergunte, porque escolheste vir para o Brasil?
Inalda retrucou:
- Na Alemanha, a agitação política tá enorme, e achei por bem começar minha vida aqui na América do Sul. Me falaram dos encantos do Brasil, e eu acabei escolhendo aqui. Estou ainda me adaptando, o clima aqui é quente, mas estou amando aqui.
- Que bom, querida. Vou tocar piano agora. Quer ouvir?
- Sim!!!!
Alvanir dedilhava o piano, enquanto Inalda via, atenta.

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