sábado, 8 de novembro de 2025

Anos de terror

 

Na Alemanha, uma jovem chamada Alessandra, filha de um imigrante indiano com uma alemã, cresceu em Berlim cercada de muito amor pelos pais. Ela nasceu em 1897, em uma família que era bem de vida. 

Mas sua inquietação constante com o caos político que a Alemanha viveu depois do fim da Primeira Guerra Mundial a fez virar miliante política. Admiradora de Rosa Luxemburgo, chorou copiosamente ao saber da morte dela. 

Nessa ocasião, os movimentos de extrema-direita começaram a crescer. O nacional-socialismo pregava o ódio, e um país inteiro estava à beira do abismo. Alessandra tentou ser uma voz contra tudo isso, mas foi em vão. Em 1933, o líder desse movimento foi nomeado chanceler. Começou o inferno em sua vida. 

Passou anos e anos fugindo, até 1939. Ela havia fugido para a Polônia, mas para sua infelicidade, a Polônia foi invadida pelos alemães, e ela foi presa em um campo de concentração. Ali viveu, sem dúvida, os seis piores anos de sua vida. Passou perto de ser assassinada diversas vezes, chegou a ficar doente, magra, careca, suja, descalça e raquítica. 

Apenas em 1945, os soviéticos chegaram e derrubaram aquele campo. Foi um livramento, pois ela estava sendo levada para ser executada. Alessandra foi internada, e quando se recuperou, foi a Berlim para tentar violar o corpo do ditador alemão, como aconteceu na Itália. Mas soube que ele havia cometido suicídio. 

Após todo esse inferno, Alessandra contactou sua colega de infância, a judia Inalda, que estava morando no Brasil, interior de Pernambuco. Alessandra decidiu ir morar no Brasil. Mas não ficou perto de Inalda, preferiu escolher Maceió, a capital de Alagoas, onde passaria o resto de sua vida. 

Alessandra carregava consigo o diário de sua amiga Stella, judia que foi morta em uma câmara de gás. Era as lembranças de um terror. Para ela, lembranças necessárias para que tal história nunca mais volte a se repetir. 

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