As peraltices de Frannie

 

A filha de Francesco, Frannie, desafiou muito a sociedade da época por suas atitudes. Como já foi dito em outra história, ela se vestia com camisas e calças, e tomava banho vestida. Mas isso era só uma parte da personalidade dela. 

Nascida em 1907, Frannie tinha apenas 15 anos quando iniciou a ditadura fascista na Itália. Ela enfrentou seu pai, que inicialmente apoiava Mussolini. Nessa época, Frannie já era órfã de mãe. Ela perdeu a mãe em 1917 quando tinha 10 anos de idade. 

Frannie se declarava "comunista radical", até com inclinação pro "anarquismo". Fumava excesivamente várias carteiras de cigarros e não pretendia casar. E num país católico como a Itália, que inclusive, abriga a sede da Igreja Romana, declarava-se ateia. 

Durante o regime de Mussolini, Frannie chegou a ser presa. Iria ser morta, mas conseguiu escapar com vida. 

Em 1943, estava em Nápoles quando o regime fascista caiu. Ficou a salvo quando os alemães invadiram o norte da Itália. Seu pai Francesco já tinha abandonado o fascismo. 

Três anos depois, deixou a Itália e foi morar em Pernambuco, no Brasil. Frannie já tinha mudado um pouco seu comportamento e passou a agir mais moderadamente, embora mantivesse sua forma estranha de se vestir e seu hábito de se banhar vestida. Parou de fumar quando se casou com o agricultor pernambucano Jadiel, mantendo até o fim da sua vida aos 85 anos em 1992 apenas o hábito de se banhar vestida e de se vestir com camisas e calças, dispensando vestidos ou saias. Ela passou o resto de sua vida ao lado de seu marido em Lagoa da Italianinha. Nesse período, também deixou de ser ateia e se converteu ao catolicismo.