sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Alessandra, uma "alemã muito alagoana"

 

Morando em Maceió, no ano de 1991, a alemã Alessandra, aos 94 anos, se encontrava bastante doente, e era cuidada por sua neta Helânia, que nessa época, já era casada com o então vice-prefeito de Lagoa da Italianinha, Moab. 

O tio de Helânia, o Humberto, filho de Alessandra, também dedicava atenção para sua mãe. Alessandra era a única remanescente viva das amigas alemãs - Ela, Stella, Lucélia e as primas Inalda e Danielly -, ela conseguiu ver em vida a reunificação da Alemanha, depois de ter passado mais de 40 anos dividida em dois países (Alemanha Ocidental e Alemanha Oriental). Ainda viu a seleção de seu país vencer a Copa do Mundo em 1990, no ano anterior, torneio realizado na Itália. 

Alessandra ainda amava seu país, mas também nutria gratidão pelo país que a acolheu, principalmente o estado onde morava. Guardava em sua casa uma bandeira do Bayern de Munique lado a lado com uma bandeira do CRB. Ela se considerava uma "alemã muito alagoana". 

Alessandra costumava sair de casa só para caminhar nas praias de Maceió. Essa bela cidade, capital de Alagoas, foi o destino escolhido por ela depois de ter passado seis anos presa em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, por ter sido uma militante socialista na Alemanha. 

Em casa, Alessandra lia o Diário de Stella, dado por ela antes dela morrer em uma câmara de gás. Nessa época, a Alessandra também andava desencantada com o socialismo, e estava vendo a União Soviética perder força perante o mundo. Nessa época, ela tinha abraçado a social-democracia. Ela tinha prometido o Diário de Stella para sua neta Helânia. Anos se passaram, e Helânia é quem guarda esse diário hoje. 

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