quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Marcella e Sílvia na rodoviária


Numa certa manhã, Marcella, que vende comida, passava pela rodoviária de Lagoa da Italianinha, quando viu Sílvia sentada ali. Marcella disse:

- Quer alguma comida, senhora?

- Obrigada. Quero não, tenho até pena de tu andar assim pelas ruas levando sol pra arrumar trocado. 

Marcella disse:

- Olha, como todo o respeito, Sílvia, não sei como tu aguenta ficar o dia todo assim, sem fazer nada...

- Eu já estou acostumada. Mas você é injusta quando diz que não faço nada. 

- Ah, é, e tu faz o que?

Sílvia disse:

- Eu grito no meio da rua, corro de cavalo, tomo banho no chafariz, de vez em quando saio correndo na rua...

- Ah, sei. Muito maluca tu. 

- Isso é verdade, sou maluca mesmo. 

Marcella disse:

- Olha, eu não tenho a riqueza que tu tem, tu é sobrinha de deputada federal, eu sou uma pobre mulher e tenho que lutar pra sobreviver. Já tu, toda bonita, já dá pra arrumar casamento...

- Oxe, e quem disse que eu quero casamento? 

- Não????

- Não. Não quero saber de marido mandando em mim, eu quero ser livre, leve e solta. Eu já dispensei uns 400 pretendentes só em outubro!

- Credo! Vou embora, que essa loucura pode ser contagiosa...

Marcella se retirou, e ali perto, Deinha, que trabalha na lanchonete de Marlene, disse:

- Discutisse com aquela doida, foi? 

- Ela insinuou uma coisa que eu não gostei. 

- Ela é azuada do juízo mesmo, Marcella. Tu acredita que ela mora na fazenda mas dorme dentro de um barril perto dos cavalos? 

- Verdade????

- Sim, a pobre mãe dela, dona Maria Bonyta, fica desesperada pra arrumar casamento pra ela, mas ela não quer. 

- Oxe, cheia de problemas. 

Marcella se despediu de Deinha e foi vender comidas. E Sílvia ficou ali. 

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