No ano de 1935, Antônio Neto vivia com sua mãe, Mônica, no sítio Maniçoba. Nessa época, ele tinha 10 anos de idade. Costumava arar terras e ajudar sua mãe em casa. Eles viviam na mesma casa que foi comprada pela mãe de Mônica, Alvanir, no início do século XX.
Antônio Neto costumava andar descalço para todos os lugares, inclusive pra escola, e sua mãe brigava com ele por causa disso. Mas ele não queria usar sapatos.
Mônica costumava viver com um terço na mão, e virou uma beata, praticamente. Passava horas sentada numa cadeira de balanço, escutando "Repórter Esso", a "Voz do Brasil" e músicas da época.
Antônio Neto, quando nasceu, em 1925, recebeu seu nome em homenagem ao seu avô Antônio, pai de Mònica, que já havia falecido há tempos. Alvanir, sua avó, que tinha 80 anos na época, ainda teve forças para pegá-lo no braço. Mônica considerou um milagre o nascimento de seu filho, pois ela já tinha 45 anos na época e não havia sido mãe ainda.
A relação entre Antônio Neto e sua mãe ficou ainda mais difícil quando chegaram os imigrantes italianos no sítio Maniçoba. Antônio Neto tornou-se amigo de Alycia, a pequena imigrante italiana, filha de Jadiael, o grande inimigo do coronel Jefferson, sobrinho de Mônica.
Anos mais tarde, já em 1944, com 19 anos, Antônio Neto foi chamado para combater na Itália pela Força Expedicionária Brasileira, o que deixou sua mãe Mônica angustiada. Ele voltou vivo e ainda se casou com uma italiana, a Roberta, que vivia na Toscana. Teve quatro filhos, idas e vindas, sendo que hoje, aos 100 anos de idade, Antônio Neto vive com sua neta Suziana, na mesma casa onde morou na infância.

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