Por volta de 1 hora da manhã e fumando cigarro em uma das ruas centrais de Lagoa da Italianinha, a mendiga Deza Suja conversava... com ninguém. Ela falava em voz alta, mas não estava falando com ninguém, e sim, falando sozinha. Se alguém passasse perto dela, era possível ouví-la muito bem.
Deza dizia:
- Ficam esse pessoal perguntando sobre quem é minha família, e pra que eles querem saber? Nem eu quero saber deles. Minha família sou eu mesma e pronto!
Depois de soltar mais fumaça no cigarro, disse:
- Estou aqui, sozinha, com frio, com fome. Mas pelo menos nunca roubei ninguém.
De repente, em dado momento, chegaram perto dela os policiais Júnior e Ana Clécia. Júnior perguntou:
- Algum problema, senhora?
Deza se levantou, desconfiada, e disse:
- Nada, nada.
Deza saiu dali, e Ana Clécia disse:
- Júnior, essa mulher não bate bem das cacholas, não, né?
- Eu quando era criança, ela já vivia nas ruas. Ela nem me reconheceu, mas ela já correu atrás de mim pra me bater por que chamei ela de suja.
- Eita!
Deza se escondeu em um beco e ali adormeceu.

Nenhum comentário:
Postar um comentário