segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Deza e sua solidão

 

Por volta de 1 hora da manhã e fumando cigarro em uma das ruas centrais de Lagoa da Italianinha, a mendiga Deza Suja conversava... com ninguém. Ela falava em voz alta, mas não estava falando com ninguém, e sim, falando sozinha. Se alguém passasse perto dela, era possível ouví-la muito bem. 

Deza dizia:

- Ficam esse pessoal perguntando sobre quem é minha família, e pra que eles querem saber? Nem eu quero saber deles. Minha família sou eu mesma e pronto! 

Depois de soltar mais fumaça no cigarro, disse:

- Estou aqui, sozinha, com frio, com fome. Mas pelo menos nunca roubei ninguém. 

De repente, em dado momento, chegaram perto dela os policiais Júnior e Ana Clécia. Júnior perguntou:

- Algum problema, senhora?

Deza se levantou, desconfiada, e disse:

- Nada, nada. 

Deza saiu dali, e Ana Clécia disse:

- Júnior, essa mulher não bate bem das cacholas, não, né?

- Eu quando era criança, ela já vivia nas ruas. Ela nem me reconheceu, mas ela já correu atrás de mim pra me bater por que chamei ela de suja. 

- Eita! 

Deza se escondeu em um beco e ali adormeceu. 

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