O ano era 1915, em Berlim, na Alemanha, cinco jovens de famílias diversas tiveram aquele que seria o último encontro delas juntas. Elas cresceram juntas em Berlim, e conviviam desde os tempos de colégio. Inalda, sua prima Danielly, Lucélia, Alessandra e Stella passariam por muitos desafios dali em diante.
Inalda, nesse mesmo ano deixou a Alemanha e partiu para o Brasil, onde passaria o resto de sua vida. Inalda era artista plástica e tinha apenas 20 anos nessa época. Judia, Inalda frequentava a mesma sinagoga que Danielly, Lucélia e Stella. Alessandra era a única que não era judia.
Inalda, com suas economias, foi comprar uma casa no pequeno sítio Maniçoba, interior de Pernambuco, onde futuramente a cidade de Lagoa da Italianinha seria fundada. Foi a única que não viveu de perto os dramas pelos quais a Alemanha passaria nos anos seguintes, com as agitações políticas que culminaram na mais cruel ditadura da História.
Danielly seguiu sua vida como cantora, Stella se casou e abriu uma loja ao lado do seu marido, também judeu. Lucélia vivia uma vida mais discreta e Alessandra se tornou uma militante socialista. Anos mais tarde, Danielly também abriu uma loja.
Os anos se passaram e a ditadura ficou ainda mais insana contra elas. O marido de Stella, já em 1935, morreu em um campo, e ela ficou sozinha. Danielly também abriu uma loja, sendo que ambas as lojas seriam atingidas pela Noite dos Cristais em 1938. Inalda, do Brasil, mandava uma carta tentando convencer as quatro a deixarem a Alemanha, mas elas resistiam.
Apenas em 1939, Danielly decidiu atender sua prima e ir para o Brasil. Alessandra, Stella e Lucélia foram para campos de concentração, onde viveram seus piores dias. Lucélia conseguiu fugir em 1943 e foi morar em Israel. Alessandra e Stella, por obra do destino, ficaram em um mesmo campo. Stella escreveu um diário, que entregou à Alessandra pouco antes de ser assassinada em um câmara de gás, no início de 1945.
Alessandra conseguiu escapar de forma milagrosa: quando já ia ser fuzilada, os soviéticos invadiram o campo e libertaram os presos. Alessandra, depois de se recuperar, também foi morar no Brasil, mas em Maceió, e levou consigo o diário de Stella, a amiga que havia sido morta.
Depois da guerra, Inalda e Danielly seguiram morando em Lagoa da Italianinha, plantando uma semente alemã na cidade nordestina. Já Alessandra seguiu morando em Maceió, vivendo até o início dos anos 90. E Lucélia refez sua vida no Estado de Israel. Mas nunca mais elas se encontraram simultaneamente. E mesmo que ocorresse tal encontro, o time estaria desfalcado, devido à morte de Stella no período mais brutal da história da Alemanha.

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