Em 1782, quando a francesa Jacilene chegou em Vila Rica, ela se hospedou na casa da Sinhá Adriana e sua filha Mariana. Jacilene, de cara, fez amizade com uma mulher muito elegante chamada Regina, que conhecia bastante a cidade. Regina se encarregou de mostrar a cidade para Jacilene, e a conversa ia bem, até que Regina perguntou:
- Onde você vai ficar?
- Estou na casa da Sinhá Adriana.
- Sério????
- Sim, algum problema?
Regina disse:
- Eu conheço a Sinhá Adriana, ela é uma pessoa que não é boa. Eu já a vi várias vezes maltratando a pobre da Gilmara, a escrava dela. E a filha dela, Mariana, não é diferente dela.
- Bom, eu já percebi isso quando cheguei na casa, dona Regina. Mas não se preocupe, lá na França eu já fui avisada.
- Jacilene, e porque tu veio da França pra cá?
- É que lá, tá uma agitação grande, o povo está descontente contra o absolutismo, o Rei Luís XVI não é muito popular. Eu acho que não vai demorar muito para começar uma revolução por lá. Daí, eu quis vir aqui para essa grande colônia de Portugal.
- Aqui a gente luta para que o Brasil seja independente de Portugal. Mas não tá fácil. A gente tem uma ótima inspiração, que são aquelas 13 colônias lá da América do Norte, que se separaram da Inglaterra, há uns seis anos atrás.
- Sim, eu soube disso. Lá na Europa não se falou em outra coisa.
Pouco depois, chegou a Sinhá Adriana, de charrete. Ela chamou Jacilene, que se despediu de Regina e foi embora. Sinhá Adriana disse:
- Tu ficasse amiga dela?
- Sim, ela me parece uma pessoa boa. A senhora não gosta dela?
- Não. Ela tem ideias iluministas, libertárias, quer que o Brasil se separe de Portugal. Vê que absurdo!

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