terça-feira, 4 de novembro de 2025

Um escândalo que provocou uma emancipação

 

O sítio Maniçoba, na década de 30, era parte de Vila Dourada, que havia se emancipado de Nova Humaitá em 1928. Nova Humaitá, por sua vez, se emancipou em 1890 e é filha de Serra Grande do Agreste, que surgiu como cidade em 1811, no coração do agreste de Pernambuco. 

Mas a princípio, Vila Dourada pareceria que manteria seu território completo, até acontecer um escândalo envolvendo a principal família da cidade. 

O francês Jorge Villegagnon, descendente de Jacilene, era o patriarca da família mais importante da cidade. Casado com a pernambucana Joana, ele teve sete filhos biológicos, Arnaldo, Beatriz, Carlos, Dalva, Estêvão, Francielly e Gustavo, e uma adotada, a Helena. 

Francielly, a sexta filha, se apaixonou pelo motorista da mansão, Leandro, e apenas Edvânia, a governanta da casa, sabia dos encontros. O caso estourou em 1932, descoberto por Dalva, que nutria muita inveja de Francielly. 

O resultado é que Francielly acabou expulsa de casa, e Leandro foi destituído de seu emprego, assim como Edvânia, que voltou a viver no sítio com sua filha Adélia. 

Leandro e Francielly foram morar no sítio Maniçoba, onde foram acolhidos. Nasceu deles o menino Augusto. Mas ele não conviveria com a mãe por muito tempo. Em 1935, Francielly morreu após uma queda de cavalo, e ela foi enterrada no sítio. O pai dela havia proibido sua esposa e filhos de irem ao velório dela, mas apenas Estêvão, Gustavo e Helena desafiaram a proibição. 

Anos mais tarde, Augusto, para querer se vingar da família, resolveu lutar pela separação do sítio Maniçoba de Vila Dourada. O sítio estava crescendo muito depois da chegada dos imigrantes italianos. Leandro, inclusive, morreu em 1955 fazendo o filho prometer que separaria o distrito da sede Vila Dourada. 

Em 1963, o sítio Maniçoba foi desmembrado de Vila Dourada, e adotou o nome de Lagoa da Italianinha. Nessa época, o prefeito em Vila Dourada era Carlos, o filho de Jorge e irmão de Francielly, que tentou impedir a emancipação a todo custo. Mas foi em vão. Carlos morreu como prefeito de Vila Dourada no ano seguinte e Lagoa da Italianinha pôde crescer em paz. 


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