Karine, que era de família rica de Caruaru, nasceu em berço de ouro, morava no Maurício de Nassau e frequentava os meios sociais da cidade. Mas Karine se incomodava muito em ver tantas pessoas morando nas ruas. Ela era inquieta, bastante controlada e vigiada.
Até que numa tarde de 2008, Karine tomou uma decisão radical. Sentindo-se sufocada, decidiu sair de casa, e ir morar nas ruas como mendiga. A reação de sua família foi a pior possível. Karine foi deserdada pelos pais, mas se manteve irredutível. Como ficou impossível viver em Caruaru, decidiu ir pra Lagoa da Italianinha, onde está até os dias de hoje. Caminha pelas ruas, costuma dormir ao relento e até tenta convencer as pessoas que "riqueza é pecado", e tem que "largar tudo". Karine não pede esmolas, e costuma fazer alguns bicos para comer. E conseguiu angariar para si alguns seguidores que também largaram tudo.
Já Rafaela foi ainda mais radical: enquanto Karine ainda dorme pela zona urbana, ela vive no meio da mata, no Vale dos Gatos. Rafaela também era de família rica, mas de Limoeiro, tendo crescido no Cidade Alta. Sentia as mesmas coisas que Karine em Caruaru. Entretanto, Rafaela se apaixonou pela floresta, e em 2008, no mesmo ano de Karine, também tomou essa decisão radical. Evidente que seus pais não gostaram e tentaram fazê-la desistir, mas ela foi em frente. Eles a deixaram ir porque achavam que ela ia para algum abrigo na mata, mas não imaginavam que ela ficaria no meio da mata. Do mesmo modo que a de Caruaru, ela também foi chamada de louca.
Ao contrário de Karine, Rafaela não foi deserdada, mas costuma pedir para que isso aconteça. E curiosamente, Rafaela tenta convencer as pessoas a trocar a vida urbana pela natureza. E conseguiu convencer algumas pessoas a isso.
Karine, nas ruas, e Rafaela, na mata, que vieram de cidades diferentes e hoje habitam o mesmo municípios, alegam que se sentem felizes atualmente.
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