- Mimi, boa noite, vi você ali e fiz questão de te cumprimentar.
- Agradeço a atenção, prefeita.
Myllena disse:
- Eu acho que esse é nosso primeiro encontro depois das eleições. Quero até te pedir desculpas porque não te deixei ser prefeita...
- Oxe, relaxa. Democracia é assim mesmo, a vontade do povo foi respeitada, nem se preocupe. E saiba que eu sou oposição à sua gestão, mas tenho um respeito pessoal pela senhora. Não vejo em você nada que abone sua conduta ética, como infelizmente, a maioria dos políticos de nosso país são.
- Eu agradeço muito suas palavras, Mimi. Mas tu pretende voltar a disputar cargo majoritário?
- Não, só penso em ser candidata a vereadora, mesmo.
- Eu espero, Mimi, sinceramente, um dia ter você como minha aliada, no nosso grupo.
- Nada é impossível, quem sabe um dia. Era mais impossível eu ser apoiada por Moab e isso aconteceu.
- Por isso, querida. Seu lugar é do nosso lado. Moab é um coronel, eu me afastei de Sandra Valéria porque ela se uniu com ele. Mas respeito, claro, sua posição, mas espero que saiba que se você procura pessoas de bem que querem trabalhar pela cidade, aqui estamos nós. E não se preocupe, não vou implicar porque tu é careca, porque minha irmã Suely também é careca feito tu.
Mimi deu risadas e disse:
- Eu sei, prefeita, eu sei. Mas por enquanto, sigo na oposição. O futuro vai dizer o que vai ser melhor.
- Você precisa de alguma coisa, Mimi? Pode falar.
- Bom, algumas melhorias na feira e no sítio Mandacaru, onde moro...
- Vamos entrar na sala, vou pedir pra dona do restaurante, que é sua irmã, liberar a sala pra conversarmos sobre isso. Se puder, claro.
- Claro que posso.
Paula liberou a sala para sua irmã Mimi e para Myllena, e as duas conversaram bastante tempo. Depois, Mimi se despediu e foi dormir na hospedaria de sua outra irmã Luciana - no dia seguinte, teria que abrir sua barraca na feira - e Myllena foi jantar.
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