Em 1757, ela, Fabiana, nasceu em um pequeno sítio do interior da Bahia, na época que o Brasil era ainda colônia de Portugal. Vários quilômetros ao norte, três anos antes, em 1754, nascera um jovem chamado Wrialle, em uma casa de classe média na Filadélfia, Pensilvânia, época que os Estados Unidos ainda eram parte da Inglaterra.
Fabiana, no Brasil, foi criada no catolicismo romano, sendo que sua família recebia visitas de um padre da região. Já Wrialle, ao norte, lá nos Estados Unidos, era de confissão calvinista, sendo ele descendente de puritanos ingleses que haviam emigrado para a América do Norte.
A distância entre eles ficaria ainda maior, pois Fabiana se mudou para Vila Rica, na vizinha Minas Gerais., com seus pais. Já Wrialle permanecia na Filadélfia, mas começou a se envolver nos movimentos de independência americana, o que se concretizaria em 1776, quando Wrialle tinha 22 anos.
Nesse tempo, ele participou da Revolução Americana. Em 1783, a Inglaterra reconheceu a independência americana, e Wrialle, aos 29 anos, encerrou sua participação na guerra. Nessa época, ele não nutria interesses em nenhuma mulher.
Mas em 1784, tomou uma decisão radical de visitar o Brasil. O que era pra ser uma visita rápida apenas para dar uma pausa para descanso, acabou se tornando uma permanência que durou 40 anos. Nesse tempo, seu destino cruzou com de Fabiana, uma jovem camponesa.
Parecia destinado a dar errado. Ela, brasileira, católica, pobre. Ele, americano, calvinista protestante, rico. Mas o amor superou tudo isso. Se casaram. Ele ainda participou com a esposa da Conjuração Baiana, e depois da derrota do movimento, passaram um tempo em Goiás antes de voltarem pra Vila Rica.
Muitos diriam que o casamento não daria certo. Mas em 1824, Wrialle, aos 70 anos, e Fabiana, aos 67 anos, foram para os Estados Unidos juntos, onde passaram o resto de suas vidas. Wrialle queria voltar para sua terra natal e Fabiana o acompanhou. Nunca mais se separaram. Mesmo com todas as diferenças entre eles.

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