Na década de 30, o sítio Maniçoba, no agreste de Pernambuco, viu a chegada de duas famílias italianas, uma família portuguesa, para ir ao mesmo local onde já habitava uma família alemã.
Uma das italianas, Lanie, costumava colher frutas perto da fazenda onde morava. Ela chamava atenção porque colhia as frutas cantando. Lá na Itália, Lanie sonhava com a carreira de cantora, chegando a sair de Verona para se aventurar em Roma, ficando até mesmo morando nas ruas da capital italiana por alguns meses, entre 1925 e 1926.
Mas depois que se casou com Jadiael, não seguiu carreira musical. Gerou logo dois filhos: Alycia e Arthur. Eles mal chegaram ao mundo, Lanie, forçada pela política italiana, que vivia uma ditadura fascista, teve que acompanhar seu marido e seus filhos atravessando o Atlântico para se estabelecer no Brasil.
Lanie se adaptou bem à Pernambuco. Apesar de italiana e de honrar a cultura do seu povo, se adaptou bem à cultura nordestina, a ponto de chegar a cantar músicas nordestinas.
Mesmo sem seguir carreira de cantora, Lanie tinha um violão. Jadiael fez amizade com Ed e permitiu que sua esposa Lanie, algumas noites, pudesse cantar na venda dele, assim como a moradora local Adelma, a portuguesa Mary Dee e a alemã Danielly.
Mas Lanie seguiu sendo uma mãe dedicada aos filhos. Viveu o suficiente para ver seus filhos adultos e com famílias felizes. Apesar de não ter seguido carreira musical, seguiu sendo uma cantora nata. Sua filha Alycia, que também cantava, ao contrário da mãe, seguiu carreira musical, chegando a fazer turnês.

Nenhum comentário:
Postar um comentário