Em 1946, assim que chegou em Pernambuco, Fausto, com olhos atentos e um coração inquieto, descreveu Maria Clara, a camponesa descalça, com palavras que dançavam entre a realidade e a poesia.
"Ela é como o próprio solo que pisa: firme e humilde. Seus pés descalços, marcados pelas trilhas da vida, são como raízes que se entrelaçam com a terra. Maria Clara carrega o peso do mundo em suas mãos calejadas, mas seus olhos… ah, seus olhos são como janelas para um universo de sonhos.
Seu vestido simples, desgastado pelo tempo e pelo trabalho árduo, envolve-a como um abraço acolhedor. Os cabelos negros, emaranhados pelo vento
, são como fios de esperança que se entrelaçam em sua alma.
Quando ela sorri, é como se o próprio sol nascesse dentro de mim. Seus lábios, ressecados pelo Calor escaldante, guardam segredos que só a natureza conhece. E sua voz… ah, sua voz é como o canto suave dos pássaros ao amanhecer
Maria Clara é a essência da simplicidade e da força. Ela não precisa de adornos ou riquezas para brilhar. Seu coração é um campo fértil, onde flores de esperança desabrocham mesmo nos dias mais sombrios.
Eu, Fausto, o italiano que cruzou oceanos e guerras, encontro nela algo que transcende fronteiras e idiomas. Maria Clara é a beleza da vida que floresce mesmo nos campos mais áridos. E, ao vê-la pela primeira vez, percebo que talvez tenha encontrado minha própria salvação."
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