Solange, a mendiga, completou 45 anos e decidiu celebrar seu aniversário na lanchonete de Marlene, um lugar simples e acolhedor. Enquanto Solange estava sentada à mesa, comendo um sanduíche e bebendo um café, Wêdja, a vilã, entrou na lanchonete e começou a provocá-la.
- Olha quem está aqui! - , disse Wêdja, com um sorriso sarcástico. - A mendiga Solange, celebrando seu aniversário em um lugar tão... elegante.
Solange olhou para Wêdja com um olhar calmo e sereno.
- Wêdja, eu não preciso de nada material para ser feliz -, disse ela. - Eu estou aqui, agora, e isso é o que importa. Eu não tenho ambição, não tenho desejo de possuir coisas. Eu estou livre.
Wêdja riu.
- Você está livre? Você está vivendo nas ruas, sem um teto para chamar de seu, está por aí, suja, maltrapilha, descalça com os pés bem sujos, até. Isso não é liberdade, é miséria.
Solange sorriu.
- Você não entende, Wêdja. Eu estou livre porque não estou presa às coisas materiais. Eu não estou presa à ambição, ao ego, ao desejo de possuir. Eu estou livre para ser quem eu sou, sem julgamentos, sem expectativas.
Wêdja balançou a cabeça.
- Você é uma pessoa estranha, Solange. Eu não entendo como você pode viver assim.
Solange se levantou e olhou para Wedja com um olhar de compaixão.
- Wêdja, eu sinto pena de você. Você está presa às coisas materiais, às ambições, aos julgamentos. Você não é livre para ser quem você é. Eu, por outro lado, estou livre para ser quem eu sou, e isso é a maior riqueza que eu posso ter.
Wêdja ficou sem palavras, e Solange saiu da lanchonete, deixando-a para refletir sobre suas palavras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário