terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Renata na barraca de Josinete

 

Numa noite em Lagoa da Italianinha, a mendiga Renata apareceu na barraca de Josinete, pedindo café. Josinete, que costumava dar café gratuitamente aos mendigos, deu-o à Renata. Josinete disse:

- Moça, tu é muito bonita, jovem, tu não tem vontade de sair dessa vida, não?

Renata riu e disse:

- Tenho nada, eu sou livre, amo a liberdade. 

- Mesmo sofrendo tanto assim?

- Sim, mas quem não sofre? Conheço gente que tem mansão, carro e dinheiro que até tá se matando!

Josinete disse:

- Renata, veja, você tá bem suja, tá com um cheiro forte... 

- Sim, eu caguei nas calças hoje várias vezes, eu tava com dor de barriga. 

- Mas isso é bem nojento...

- Nojento pra vocês, pra mim é maravilhoso, Rita de Cássia e até Wéllia rica faz isso. Aliás, esse foi um dos motivos que eu quis continuar morando nas ruas, justamente pra continuar fazendo isso e muito mais coisas. 

Josinete disse:

- Renata, por aí te chamam de galega suja, tu sabe, né?

- Claro, eu gosto. Eu sou galega e sou suja mesmo. Veja, eu ando descalça, e faço de tudo pra não lavar os pés quando eu tomo um banho uma vez por mês. Adoro que meus pés fiquem pretos de sujeira, mesmo. Sou maloqueira, piso no chão, e durmo no chão, mesmo. Nasci pra isso, sou livre. 

- Bom, tu é quem sabe... 

Renata se sentou ao lado da barraca. Ela ficava observando alguns passarem por ali. Quando ela sentiu sono, ela se deitou no chão e adormeceu.  

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