domingo, 19 de janeiro de 2025

Um Reencontro Tenso

Depois de haver passado a noite dormindo no ponto de ônibus urbanos de Lagoa da Italianinha, onde funcionava antigamente o Terminal Rodoviário, a mendiga Esvalda foi à lanchonete para tomar um café. Descalça, suja, descabelada, encardida e bastante cheia de "grude", ela causava repulsa em alguns que por ali estavam. Esvalda ainda exalava um forte odor de fezes, sugerindo que ela havia feito cocô nas calças muito recentemente. 

Naquela hora, na lanchonete de Marlene, apareceu o pai dela, conhecido como Bacurau, personalidade polêmica que vive no Alto do Cruzeiro. Ele, ao ver a filha, fingiu que não a viu, e ela disse:

- Não me conhece, não? Dormiu comigo, foi?

- Nunca vou reconhecer você como filha, olha isso, você suja, fedendo a merda, não te criei pra ser assim, tu é a vergonha da família!

Marlene e sua funcionária Deinha tentavam acalmar os dois. Bacurau disse:

- Essa filha sempre nos envergonhou, sempre foi preguiçosa, nunca gostou de tomar banho, certo dia eu disse à ela, ou ela tomava banho, ou saía de casa, olha o que ela escolheu! Além de tudo, viciada, drogada, é uma vergonha pra família!

- Escolhi, sim, e vai fazer o que? Vai bater em mim como o senhor sempre fez? 

Marlene disse:

- Vamos com calma, vocês estão muito alterados. 

Deinha foi logo afastar Esvalda do seu pai. Bacurau disse à Marlene:

- Eu não tenho mais filha, eu não tenho uma filha porca e encardida, aquela doidas que vivem no esgoto são mais limpas que ela! 

Enquanto isso, Esvalda disse pra Deinha:

- Esse homem é violento, vivia me agredindo, me batia, eu prefiro viver nas ruas do que passar por isso! 

- Tenha calma, Esvalda. 

Bacurau saiu dali, e se retirou, e os ânimos se acalmaram. Esvalda comprou um cigarro pra fumar, e evitou ficar perto das pessoas por conta do seu mau cheiro. 

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