Numa certa manhã, na escola de música de Eraldo, Izabel se sentia sozinha. Naquela hora, Eraldo havia saído para resolver um assunto no banco, e Valdenes estava ali, na sala, fazendo desenhos. Em dado momento, Izabel disse:
- Valdenes, tô triste...
- Mas por que?
- Porque estou sozinha, não tenho com quem dividir meus momentos, minhas alegrias, minhas tristezas... Chego em casa não tem ninguém me esperando...
Valdenes disse:
- Mas e aquele cara do bairro Bom Sucesso que era doido por tu? Tais sozinha porque quer...
- Nada disso... imagina que ele queria que eu usasse calçados, se eu quisesse namorar com ele. Não aceitei. Sou uma descalça, pé no chão, pé sujo convicta!
- Tá bom... nesse ponto, eu e você somos parecidos...
Izabel disse:
- Imagina se a gente se unisse, um casal descalço...
- Vamos com calma...
Eraldo chegou do banco, e ao ver Izabel na sala de Valdenes, disse:
- Izabel, não mandei você ficar lá fora na recepção?
- Eita, desculpe... eu precisei só vir aqui...
- Izabel, a Josy não pôde vir hoje, porque o filho dela, Joaquim, tá doente. Cabe a você hoje ficar na recepção, imagina se entrasse alguém e cometesse assalto.
- Desculpa, seu Eraldo. Licença!
Izabel foi para a recepção, e Valdenes continuou fazendo desenhos. Eraldo foi para sua sala.
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