A triste cena de ver sua amada Francielly morrendo em seus braços jamais saiu da cabeça de Leandro enquanto ele viveu. O ano era 1935 e ela sofreu uma queda de cavalo que lhe foi fatal. Nessa ocasião, eles moravam em um sítio juntos, nas proximidades de Maniçoba. Uma das vizinhas do casal, a camponesa Maria Clara, que se afeiçoara com Francielly, chorou copiosamente. A pedido de Maria Clara, a alemã Inalda providenciou os ritos fúnebres.
Leandro era motorista da família Villegagnon, e se envolveu com Francielly, uma das filhas do patrão, o francês Jorge. Acontece que em 1929, foi descoberto o caso amoroso e ela acabou expulsa de casa. Ninguém da família compareceu ao enterro. Os irmãos que queriam dar o último adeus foram proibidos por Jorge, manipulado por Dalva, uma de suas filhas e irmã de Francielly.
Nessa época, Augusto, o filho do casal, tinha apenas três anos. Leandro passou a criar o filho sozinho, e em Augusto, cresceu um sentimento de revanche contra a família Villegagnon, tradicional família de Vila Dourada.
Vinte anos depois, em 1955, o sítio Maniçoba já era uma grande vila. Leandro morreu nesse ano, não sem antes receber a promessa do filho de que Maniçoba seria emancipada de Vila Dourada. Augusto liderou a luta pela emancipação ao lado dos imigrantes italianos que ali viviam. Em 1963, a luta foi vitoriosa e assim nasceu oficialmente a cidade de Lagoa da Italianinha, no agreste de Pernambuco.
Ironicamente o prefeito de Vila Dourada era o irmão de Francielly, Carlos. Ele jamais perdoou seu sobrinho Augusto por isso. Dalva ainda tentou amaldiçoar a nova cidade, dizendo que a nova cidade "nunca seria nada" e "comeria nas mãos de Vila Dourada". Hoje, Vila Dourada tem 15 mil habitantes e Lagoa da Italianinha está perto dos 100 mil habitantes.
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