Quando Lagoa da Italianinha era apenas o pequeno sítio Maniçoba, pertencente a Vila Dourada, o local foi testemunha de uma briga ocasionada por uma cerca que dividia propriedades. Essa briga começou com a chegada de imigrantes italianos em 1935 no local.
Jadiael, o imigrante que veio com sua esposa Lanie e seus filhos Alycia e Arthur, diretamente de Verona, compraram uma fazenda, e tudo foi assinado em cartório em Vila Dourada. Mas o coronel Jefferson, vizinho, que viera do Ceará e era tido como um coronel temido pela população local, contestou, alegando que o proprietário anterior roubou algumas de suas terras antes de ir embora. Sobrou para o italiano.
Jefferson, que vivia em sua fazenda com sua esposa Girlene e suas filhas Jennifer e Gevoana, vivia às turras com o italiano Jadiael, chegando até mesmo ao ponto deles brigarem fisicamente várias vezes na venda de Ed, que ambos frequentavam.
Essa briga ainda interferiu em uma amizade: a pequena italiana Alycia tornou-se amiga do agricultor Antônio Neto, filho de Mônica, prima distante de Jefferson. Por essa razão, a própria Mônica proibiu a amizade de seu filho com a italianinha, mesma decisão tomada por Jadiael, que não permitia encontros de sua filha com o pequeno agricultor. Mas era meio impossível tal proibição, uma vez que ambos estudavam em uma mesma escolinha na localidade, com a professora Issa, muito respeitada por ambas as famílias.
A briga entre eles foi para o campo político: anos mais tarde, com Lagoa da Italianinha já emancipada, Arthur, o filho de Jadiael, em 1968, chegou a enfrentar o Coronel Pontes Florêncio, casado com Jennifer e genro de Jefferson, nas urnas, com o italiano lhe impondo uma derrota que não era esperada. O Coronel só conseguiria ser eleito nas eleições seguintes, em 1972. No mesmo local onde existia a cerca que dividia as propriedades, atualmente é uma das principais avenidas de Lagoa da Italianinha.
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