sábado, 30 de setembro de 2023

As Exigências de Armanda


Quando Armanda chegou em Fortaleza em 1865, foi recebida por seu tio, o barão, o pai das irmãs Aline, Alvanir e Aurineide. Armanda disse:

- Eu espero ser tratada aqui como rainha!

- Claro que vai, minha sobrinha querida! - respondeu o barão.

Armanda jogou as malas do lado, e disse para as escravas Socorro e Adriállina:

- Bora, negrinhas, levem as malas pro meu quarto!

Alvanir disse:

- Não é assim que se fala com elas, Armanda.

- Oxe, e como eu falo com objetos, hã? Elas são escravas, não tem vida, são objetos a nosso serviço!

Denise, a irmã mais velha de Armanda, também não gostou da forma que ela tratou as escravas, que ficaram revoltadas. Adriállina disse:

- Não levaremos, senhora!

- Oxe, olha pra isso. Quer me desafiar, é?

Alvanir disse:

- É melhor levar...

- É melhor mesmo, porque se não levar, eu mando as duas para o tronco! Eu tenho moral aqui!

Socorro disse:

- Só vou levar porque Sinhá Alvanir pediu...

Denise disse:

- Armanda, porque tu trata elas assim?

- Ai, não enche, também. Eu tô cansada! Esperar essas duas negras pé sujo colocar minhas malas no meu quarto e eu vou tomar um banho e dormir... estou exausta.

Armanda subiu para o seu quarto, sob os olhares da irmã Denise e das primas Aline, Alvanir e Aurineide.

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