Num certo sábado de manhã, na sede do Colégio de Freiras Irmã Renata Augusta, em Lagoa da Italianinha, a madre superiora Irmã Alcinéia, recebeu uma nova freira, vinda de uma cidade vizinha. Irmã Alcinéia viu-a com a sua irmã, que também viera da mesma cidade. Irmã Alcinéia disse:
- Qual seu nome?
- Eu sou a Irmã Elvira, eu vim de Ibirajuba, aqui pertinho.
Irmã Alcinéia olhou a irmã da Irmã Elvira, que estava bastante estranha: cabelos despenteados, roupa preta quase cobrindo todo o corpo e uma medalha com um crucifixo gigante. Irmã Alcinéia lhe perguntou:
- Qual seu nome?
- Eu sou Cidinha, a irmã dela, mas saiba que sou uma santa, odeio pecados e pecadores.
Irmã Elvira se levantou e disse para Irmã Alcinéia:
- Desculpe, é o jeito dela, ela é meio... fanática.
- Entendo, e ela vai morar aqui também? Lá no convento só pode ficar você, e não ela.
- Não, ela vai morar em um daqueles prédios onde moram uns ex-mendigos, que a prefeitura fez um tempo desses.
- Está certo. Venha comigo conhecer o colégio.
Enquanto andavam pelas dependências do colégio, Irmã Alcinéia dizia:
- Aqui o colégio é batizado em homenagem à Irmã Renata Augusta, uma alemã que veio morar no Brasil ainda pequena, mas que quando estava para casar, decidiu abandonar tudo e seguir a vida religiosa. Nessa época, ela morava no Recife, e quando entrou para um convento, veio para cá, na época ainda um sítio, com o padre Francisco. Espero que assim feito ela, você esteja disposta também a abandonar tudo.
- Sim, é claro que estou!
- Muito bem. Você já pode começar a trabalhar por aqui, e à noite, sempre irá para o convento que fica a alguns metros daqui.
- Sim, senhora.
Enquanto isso, Cidinha, a irmã da Irmã Elvira, foi morar no conjunto Bella Ciao, onde moram alguns ex-moradores de rua, mas foi tida como antipática pelos novos vizinhos.
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