terça-feira, 31 de dezembro de 2024

A luta de Olívia

 

Filha caçula do ex-escravo Antônio e da bela abolicionista Alvanir, a jovem Olívia nasceu em Fortaleza e enfrentou muitos preconceitos já na sua infância. Em contraste com suas duas irmãs mais velhas Lucinha e Mônica, que eram brancas, Olívia, que havia herdado a etnia do seu pai, teve que enfrentar o preconceito até dentro de sua própria família. Olívia nasceu em 1882, sete anos antes da abolição da escravatura. 

Alvanir ensinara Lucinha e Mônica a respeitarem e amarem Olívia, e lhe dar todo amor. Alvanir disse para suas filhas:

- Vocês nasceram brancas como eu, ela nasceu negra como pai de vocês, e vocês são todas irmãs, sejam sempre unidas e se amem uma à outra. 

Quando ela ainda tinha sete anos, enfrentou o trauma de ser refém da transloucada Armanda, a prima de Alvanir, que entrara na casa disposta a assassinar a família. Armanda dizia claramente que mataria primeiro a Olívia, bem como o pai, por conta da cor deles. 

Mas Olívia, apesar de todos os preconceitos, se integrou à sociedade. Ela se casou e teve filhos, e quando sua mãe Alvanir - a quem amava profundamente - estava idosa, se mudou para Pernambuco, junto com ela, se estabelecendo em Vila Dourada, perto de sua irmã Mônica. Olívia, já conhecida como Dona Olívia, se tornou uma dama respeitada em Vila Dourada, patrocinando quermesses, e sendo querida por todos - menos pela racista Lady Andréia. Olívia viveu até 1966 e deixou um grande legado em Vila Dourada. 

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