A moradora de rua Solange, certa noite, passava pelo terminal de ônibus em Lagoa da Italianinha - onde ficava a antiga rodoviária -, e ao ver a mendiga venezuelana Fabiana, se sentou e puxou conversa, dizendo:
- Cadê teus filhos?
- Por aí... - disse Fabiana, já quase aprendendo a falar português.
- Eu pensei que eles tinham ido para um albergue...
- Non, não, non deixei eles irem, eu também não irei...
Solange disse:
- Eu também, não. O albergue é cheio de regras. Prefiro ficar onde estou mesmo.
- Tá certo...
Solange disse:
- Olha, eu sei que tu é da Venezuela, viesse de lá, olha, saiba que tu não tá sem amiga, não, e quero ser sua amiga, tá?
- Obri...gada. - disse Fabiana, se esforçando para falar português.
- De nada, tu se chama como?
- Fabiana... e tu nombre?
- Solange.
A partir daquela noite, Solange e Fabiana passaram a ser amigas. Elas foram lanchar juntas na barraca de Josinete.
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