Numa certa manhã de sábado, quando estava liberado de trabalhar no escritório da juíza Suely, o Valdenes decidiu dar uma volta em Recife. Com o dinheiro que tinha em mãos, pegou um ônibus e e fez uma viagem de mais de três horas até chegar no Terminal Rodoviário do Recife.
Quando ele entrou no metrô, algumas pessoas o olhavam com surpresa. Pois o mesmo estava de roupa social, mas descalço.
Quando o metrô chegou no centro da cidade, ele foi dar uma volta pelas ruas centrais do Recife. Ele ainda queria ter levado Aline Débora, mas ela não pôde ir porque estava trabalhando na floricultura de Cileide.
Valdenes observava ainda os moradores de rua. Lembrou de quando ainda morava nas ruas, e ainda pensava nos que ainda estão vivendo nas ruas de Lagoa da Italianinha, incluindo seu irmão Guilherme.
Um deles chegou pedindo esmolas e Valdenes lhe deu. Mas em outro momento, uma mulher foi lhe dar dinheiro, mas ele disse:
- Eu já tenho.
- Desculpe, é que vi o senhor descalço, eu pensei que estava pedindo esmolas...
Valdenes não gostou do que ela disse. Mesmo assim, lhe agradeceu. Por volta das 2 horas da tarde, ele pegou novamente o metrô para ir para a rodoviária. Pegou um ônibus de volta e só chegou em Lagoa da Italianinha à noite.
Valdenes chegou em seu apartamento, e acabou vendo sua vizinha Dona Ruth, que disse:
- Como foi lá em Recife?
- Foi bom... mas me olharam atravessado porque eu estava descalço...
- Aqui fazem isso direto, amigo.
- Infelizmente, parece que estou fazendo algo feio.
- Fosse pra praia, não?
- Hoje, não fui. Iam me olhar mais atravessado ainda, porque eu ia nadar com roupa e tudo.
- É verdade, mas seja você.
- Obrigado, vou tomar banho e descansar.
Ele entrou, se calçou, foi pra ducha, e depois do banho, trocou de roupa e tomando café, foi dormir.
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