- Ô, sua galega dos pés sujos, tu não vê por onde anda não, é?
- Desculpa, senhora... - disse Leila.
Danúzia disse:
- Pena que não te matei, seria uma pobre a menos no mundo!
Danúzia ligou o carro e foi embora. Ali estavam Eraldo e Valdenes, que a socorreram. Eraldo disse:
- Você está bem?
- Estou, sim, só um pouco assustada.
Valdenes disse:
- Eu anotei a placa do carro, e...
Leila disse:
- Eu já sei que foi a Danúzia, colega descalço. Ela me xingou ali. Disse que era bom ela ter me matado, seria uma pobre a menos no mundo!
- Que mulher terrível. Ela tem que ser denunciada - disse Eraldo.
- Esquecem, eu estou bem. Não quero problemas com essa gente. Ela é amiga da Dani Cruel, lá da comunidade que eu moro, ela pode me causar problemas.
- Você é quem sabe... - disse Valdenes.
A "Barbie descalça", como é conhecida Leila, foi para sua casa, mancando. Enquanto isso, Danúzia chegou no Shopping Indianópolis, onde estava Josenilda esperando por ela. Josenilda disse:
- Tu demorou um pouco, né, querida?
- Desculpa Josenilda, eu vim correndo com meu carro, eu quase matava uma hoje.
- Quem?
Danúzia disse:
- Aquela galega dos pés descalços que vende picolé nas ruas, uma tal de Leila. Uma analfabeta que veio do sertão pra fazer número aqui.
- Não conheço. E sinceramente, nem tenho a mínima vontade de conhecer.
- Não perde nada.
- Mas, será que essa galega vai te denunciar à polícia, não?
- Vai nada, e se fizer isso, o delegado é puxa-saco do meu pai, não vai acontecer nada!
- É mesmo, bem lembrado, Danúzia...
- Bom, estamos aqui pra falar de negócios, né?
- Claro, vamos conversar.
Danúzia e Josenilda conversavam, enquanto Leila chegava em casa, foi tomar banho e descansar.
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