Homenageada dando seu nome ao recente albergue construído pela Prefeitura em Lagoa da Italianinha, Valdinha vivia nas ruas de Vila Dourada, ao lado de sua filha Rayane, por volta dos anos 30 e 40. Nascida em 1881, Valdinha chegou a frequentar a alta sociedade, mas por volta dos anos 20, acabou caindo na pobreza absoluta.
Costumava pedir esmolas na porta da igreja e na rua central em Vila Dourada. Sua filha Rayane não queria sair de perto de sua mãe. Valdinha era bastante suja, usava um vestido verde e vivia descalça. Quem lhe dava comidas algumas vezes era Janaína, que vendia comidas nas ruas da cidade.
Valdinha era odiada pela ricaça Lady Andréia, que também era beata e vivia infernizando a moradora de rua. Em meados dos anos 40, já com vinte anos morando nas ruas, Valdinha entrou em profunda depressão, e se entregou de vez. Ela recusava ajuda por que "dizia estar pagando pecados que cometeu no passado" e "merecia este destino". No ano de 1946, Valdinha tinha 65 anos e estava muito doente e sem cuidados.
Rayane só saiu das ruas quando ficou sozinha. E Lady Andréia, que tanto humilhava Valdinha, acabou virando mendiga anos depois.
A título de curiosidade, a neta de Rayane, Patrícia, também vive nas ruas atualmente, em Lagoa da Italianinha. Já cinquentona e corcunda, Patrícia nem quis ir para o albergue que leva o nome de sua bisavó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário